Interpretação de 2 Reis 18

Interpretação de 2 Reis 18

Interpretação de 2 Reis 18




2 Reis 18


III. O Reino de Judá até a Destruição Final da Nação de Israel.
18:1 - 25:30.
A. O Reino sob o governo de Ezequias. 18:1 – 20:21.

2 Reis 18
1) As Reformas de Ezequias. 18:1-12. Ezequias é o exemplo do Senhor de um rei justo que confiou nEle. No período da queda de Israel e na hora mais negra da nação, ele foi dado ao povo por Deus para mostrar-lhe seu verdadeiro destino e caráter, e demonstrar que os caminhos divinos são os da bondade e da verdade insuspeitas na manutenção de Sua aliança e testemunho. Durante a primeira campanha de Senaqueribe, em 701 A.C., Ezequias confiou em aliados; na segunda campanha, cerca de 688 A.C., ele dependeu do Senhor. O rei de Judá estava crescendo na fé e na confiança em Deus.
1. No terceiro ano de Oséias. Esta é a última coordenação no livro de Reis acerca dos reinados de Judá com os reinados de Israel. Outras informações históricas ajudam a estabelecer a devida seqüência cronológica daqui para frente.
2. Reinou vinte e nove anos. Ezequias reinou vinte e nove anos. Além disso, teve uma co-regência com Acás, conforme se deduz do que vem a seguir. Nabucodonosor Il destruiu Jerusalém em 19 de julho de 586 A.C. (BASOR, 143, págs. 46, 47). Os reinados de Manassés (55 anos), Amom (2 anos), Josias (31 anos), Jeoacaz (3 meses), Jeoaquim (11 anos), Joaquim (3 meses) e Zedequias (11 anos) dão um total de 1lo anos. Acrescentando 110 a 586 A.C., temos 696 A.C., que seria a data da ascensão de Manassés, Isto, entretanto, não dá lugar aos quinze anos adicionais de Zedequias depois de 701 A.C. (veja comentário sobre o cap. 20). O intervalo de cinco anos (701-696) deduzidos dos quinze deixa dez anos inexplicados. Talvez fossem um período de co-regência com Manassés. (Veja abaixo comentário sobre cada um dos reis citados acima.) Contudo, a ascensão de Ezequias está colocada em 715 A.C. Mas diz-se que ele já reinava no quarto e sexto ano de Oséias, o que indica que ele teve uma co-regência com Acaz de no mínimo doze anos (veja comentário sobre 18:13). Acaz tinha vinte e um anos de idade quando subiu ao trono (II Reis 16:2) e reinou dezesseis anos. Portanto devia ter trinta e seis em 715 A.C. No terceiro ano de Oséias, Ezequias subiu ao trono (veja comentário sobre 18:1), que teria sido em 729/728 (computação inclusiva). Acaz teria, então, vinte e três anos de idade e Ezequias teria doze, o que daria a Acaz onze anos quando Ezequias nasceu, e isto é muito pouco. Fica claro que a idade de vinte com a qual se diz que Acaz subiu ao trono, realmente foi a sua idade no começo de sua co-regência com Jotão. A declaração de que ele reinou dezesseis anos deve se referir ao período de seu reinado independente (veja Thiele, op. cit., pág. 133). De acordo com esta computação ele morreu com quarenta anos. E ele devia ter apenas quinze anos quando seu filho Ezequias nasceu. Tal paternidade precoce trio era fora do comum nas terras do Oriente Médio.
3. Fez ele o que era reto. A vida de Ezequias está sendo avaliada em relação ao seu comportamento para com a aliança de Jeová; ele a cumpriu.
4. Removeu os altos. Veja a narrativa completa em II Cr. 29.31. Em II Reis 18:22 eram lugares de culto – adoração que dividiu o culto a Jeová (veja comentário sobre 12:3). Ezequias e Josias são citados como sendo “segundo Davi” porque não toleraram tal tipo de adoração. Fez em pedaços a serpente de bronze que Moisés fizera. O mais característico objeto se transformara em motivo de idolatria e por isso foi destruído por Ezequias apesar de sua origem e veneração.
5. Depois dele não houve seu semelhante em confiança e obediência a Jeová, pois (v. 6) não deixou de servi-lo.
7. Foi o Senhor com ele indica que Deus favorece aquele que é obediente. Rebelou-se contra o rei da Assíria. Ezequias inverteu a política de Acaz de submissão à Assíria.
8. Feriu ele os filisteus. Evidência de que o Senhor estava com ele.
9-12. Estes versículos apresentam uma recapitulação da queda de Israel, inserida nos anais de Judá, de acordo com,o padrão sincrônico do autor. Embora o incidente registrado viesse antes da primeira invado de Senaqueribe, foi mencionado aqui para fazer o povo lembrar do que pode causar a rebeldia contra o Senhor.

2) Livramento das Duas Invasões de Senaqueribe. 18:13 – 19:37.
a) A Primeira Invasão de Judá por Senaqueribe. 18:13-16.
a) A Primeira Invasão de Judá por Senaqueribe. 18:13-16. Quanto à cronologia veja o versículo 1. Senaqueribe era finto de Sargão II, e reinou de 705-681 A.C. Os versículos 13-16 resumem sua primeira campanha em Judá, em 701 A.C. (17 e segs. Referem-se a uma campanha posterior, cerca de 688). Embora Ezequias contrariasse a política de Acaz de sujeição à Assíria, Judá foi obrigada a se submeter porque foi abandonada por seus afiados (Luckenbill, Anc. Rec., II; parágrafo 240; cons. II Reis 18:14). Ezequias acumulava o tributo dilapidando o Templo (vv. 15, 16). O fato de Senaqueribe receber os tributos em Nínive (Luckenbill, ibid.), indica que Ezequias lhe pagava na condição dos assírios saírem da Judéia.
b) A Segunda Campanha. 18:17-25.
O ponto alto desta narrativa é que o Senhor provê o livramento em resposta à verdadeira fé. A ocasião da segunda campanha, que se deu treze a quatorze anos depois dos acontecimentos dos versículos 13-16, fica determinada pela data do reinado de Tiraca, rei da Etiópia (19:9). Um artigo de BASOR (130, págs. 8, 9) indica que Tiraca não foi co-regente até 690/689 A.C. Uma vez que seu nascimento se deu em 711/710 A.C., teria sido impossível que liderasse as forças egípcias em 701 cem a idade de nove anos.
17. Tartã. Marechal de campo. Rabe-Saris. Chefe dos eunucos, isto é, dos servos do palácio, geralmente eunucos. Rabsaqué. Mordomo-mor. Aqueduto do açude superior. Estendiam desde Giom (II Cr. 32:30; 1 Reis 1:33) até ao campo das lavadeiras – lavandeiro.
18. Tendo eles chamado o rei. A delegação queria falar com Ezequias. Mas ele, guardando o protocolo, enviou oficiais de acordo com a categoria deles. Os versículos 19-25 constituem uma mensagem de afronta pagã a Jeová.
19. Assim diz o sumo rei. Assim intitulado porque governava sobre outros reis. Que confiança. Confiança aqui significa “coisa para se depender”. Sua pergunta expressa sua admiração à vista das conquistas do poder assírio.
20. Vãs palavras. “Conversa mole”. Em quem, pois, agora, confias. Rabsaqué supunha que esse quem era o Egito (v. 21). Evidentemente Senaqueribe supunha que Ezequias tivesse feito uma aliança com Faraó (cons. v. 22; 19:1 e segs.). Contudo, os filisteus de Ecrom perderiam a ajuda de Tiraca (Luckenbill, Anc. Rec., loc. cit.).
22. Cujos altos e altares Ezequias removeu. Esses assírios interpretaram a limpeza que Ezequias fez dos ídolos na terra como sacrilégio e não obediência. Ele tinha agido em oposição direta às práticas e crenças pagãs. Senaqueribe queria voltar a atenção da população para si mesmo e assim enfraquecer as defesas de Ezequias.
23. Empenha-te deveria ser faça uma troca. Observe a insinuação sarcástica que Ezequias nem sequer tinha esse número de cavaleiros. Ezequias, entretanto, tinha escolhido outro meio de defesa.
24. Como, pois, se não podes. “Tu não podes, portanto, opor-te ao menor dos capitães de Senaqueribe”.
25. Acaso subi eu agora sem o Senhor? “O Senhor me enviou para destruir a terra”. Só para castigar a terra, entretanto, como os acontecimentos revelaram. É verdade que Deus usa nações estrangeiras para castigar o Seu povo (veja 19:25).
c) A Tentativa dos Embaixadores de Persuadir o Povo. 18:26-37.
26. Fales em aramaico (E.R.C., siríaco). Para evitar piores efeitos sobre o povo, os oficiais de Judá pediram que o restante das conversações fosse feita em língua aramaica, que rapidamente estava se tornando a língua comercial do mundo antigo. Já era a língua diplomática, mas ainda não era conhecida pelo povo de um modo geral.
27. Antes aos homens, que estão sentados sobre as muralhas. Defensores de Ezequias. Para que comam. “Recusando-se à rendição você sujeitará seu povo a uma terrível fome devido a longo cerco”.
28. Em judaico, isto é, em hebraico. Dirigiu seu longo apelo à população.
29, 30. Não vos engane. A exortação de Ezequias para que confiassem no Senhor, ele disse, levá-los-á por um mau caminho, pois nem Ezequias nem Jeová poderia livrá-los.
31. Fazei as pazes comigo, ou, “submetam-se”; pois ele diz: ande para mim. Comei. Uma promessa temporária. Eles seriam transportados para uma terra 'melhor”.
32. Para que vivais. “Vocês só podem viver através da rendição e deportação”. Senaqueribe esperava confiante que eles se rendessem, e isto comprovaria o poder assírio.
Os versículos 33-35 mostram como os assírios interpretaram mal o poder e o propósito de suas conquistas anteriores. Rabsaqué era ignorante do fato que o Senhor geralmente seleciona certas nações para sujeição e outras para livramento.
34. Hamate. Veja comentário sobre 17:24. Arpade. A atual Tell Erfad, 20,9kms a norte de Alepo. Hena e Iva ficavam na área compreendida ao norte do Eufrates, a leste de Hamate. Com relação aos outros nomes veja comentário sobre 17:24 e segs.
35. Quais são, dentre todos os deuses desses países. Veja comentário sobre versículo 33.
36. Calou-se, porém, o povo. Veja Is. 36:21. Tanto o povo como os ministros de Ezequias recusaram-se a responder. Ezequias pretendia que Deus respondesse.
37. Vestes rasgadas. Em sinal de tristeza pelas blasfêmias contra Jeová. 

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