Significado de Salmos 92
Salmos 92
O Salmo 92 é um hino de ação de graças e louvor a Deus por sua bondade e fidelidade. É um dos poucos salmos que é especificamente identificado como uma canção para o dia de sábado, indicando sua importância na adoração judaica. O salmista começa expressando sua alegria e gratidão a Deus pelas coisas boas que tem feito, incluindo seu amor e fidelidade infalíveis. O salmista reconhece que as obras de Deus são grandes e seus pensamentos são profundos, e que os ímpios serão finalmente destruídos enquanto os justos florescerão como palmeiras.
O salmista continua descrevendo a importância de louvar a Deus com música e canto. Ele louva a Deus pela alegria e força que vem de louvá-lo e reconhecer sua soberania. O salmista reconhece que Deus é reto e justo, e que no final triunfará sobre todos os seus inimigos. Ele chama todos os justos para se juntarem a ele em louvor a Deus e dar graças por sua bondade e misericórdia.
Finalmente, o salmista declara sua confiança na fidelidade de Deus e sua confiança nas promessas de Deus. Ele reconhece que Deus é sua rocha e seu refúgio, e que nunca abandonará aqueles que o buscam. O salmista conclui expressando sua fé no triunfo final de Deus sobre todos os seus inimigos e sua confiança de que os justos serão finalmente justificados e recompensados.
Resumo de Salmos 92
Em resumo, o Salmo 92 é uma bela expressão de gratidão e confiança na fidelidade de Deus e um lembrete da importância de louvar a Deus por sua bondade e misericórdia.
Significado de Salmos 92
Comentário ao Salmos 92
Salmos 92.1-5 A linguagem desta parte é semelhante à de Salmos 33.1,2; 147.1 e 149.1. Louvar significa agradecer publicamente a bondade de Deus (Sl 35.18; 105.1).Salmos 92.7-9 Tu, Senhor, és o Altíssimo para sempre. E o brado central deste salmo de louvor (SI 113.4). A eternidade do Senhor se opõe à brevidade de vida de Seus inimigos. Somente por ser paciente, Deus permite que o mal exista (2 Pe 3.9) mas não há de permitir que o mal exista para sempre.
Salmos 92.10 Tu exaltarás o meu poder (Sl 75.4,5; 89.17,24; 132.17) é uma figura de linguagem para o futuro triunfo do salmista, a celebração de sua força. Serei ungido com óleo fresco não é somente uma afirmativa genérica que se refere ao interesse de Deus no poeta, mas também uma previsão quanto ao Enviado, o Ungido do Senhor.
Salmos 92.11-15 As palavras desta parte tratam da bênção contínua de Deus sobre o crente, não só nesta vida, mas também na vida vindoura (Sl 23). A imagem da palmeira relembra as palavras de Salmos 1.3.
Salmos 92:1-5 (Devocional)
É Bom Dar Graças ao Senhor
Aqueles que viram a perecibilidade do homem (Salmo 90) e receberam um olhar para o Messias (Salmo 91), para esse homem amanhece o descanso sabático (Salmo 92). Sobre o significado do descanso sabático lemos em Hebreus 3 e 4. Naquele dia ele louva a benignidade, chesed e a fidelidade do SENHOR. O Salmo 92 nos mostra profeticamente o que se encontra no coração do remanescente crente. Eles são “os que seguem o Cordeiro para onde quer que vá” (Ap 14:4). Eles viram Cristo no Salmo 91 e se tornaram seguidores Dele, assim como os discípulos do Senhor nos Evangelhos.
Divisão do salmo:
O salmo tem a figura estilística de um quiasma, que é uma figura estilística que consiste em uma repetição com uma inversão. Este quiasma – podemos também falar de uma “forma piramidal” – ao mesmo tempo dá a disposição do salmo:
A. A obra da redenção está consumada (Sl 92:1-4).
B. As consequências para o anticristo e seus seguidores (Sl 92:5-7).
C. O Altíssimo é o Senhor eterno (Sl 92:8).
B. As consequências para as nações hostis (Sl 92:9-11).
A. As consequências da obra de redenção para os crentes (Sl 92:12-15).
Vemos que por meio dessa figura de linguagem, a atenção recai sobre o verso do meio:
“Mas tu, SENHOR, estás nas alturas para sempre” (Sl 92:8).
A glorificação de Deus é o propósito da criação. Por causa do pecado, o homem carece da glória de Deus (Rm 3:23). A salvação resulta em Deus sendo glorificado além da medida!
Este “salmo” é também “um cântico”, o que sublinha o seu carácter de cântico de agradecimento. É impossível ver a glória do Senhor Jesus de maneira fria, sóbria e distante. Cada aspecto da glória de Deus que é levado ao coração trará ação de graças e adoração. Vemos isso aqui com o remanescente fiel de Israel. Veja também no Salmo 65:1.
É o único salmo que tem em seu título “para o dia de sábado”. O sábado é o dia de descanso semanal (Êxodo 20:8-11). Deus deu aquele dia ao Seu povo para se lembrar especialmente naquele dia em que Ele descansou de Sua obra da criação (Gn 2:2) e que a redenção também é obra inteiramente Dele (Dt 5:12-15). O sábado é o dia de descanso da obra de criação de Deus. Sua plena realização é o reino milenar de paz, que é o sábado da obra redentora de Deus (Hb 4:9).
Descansar no sábado significa reconhecer que Deus é a origem de todas as coisas. Então o judeu temente a Deus renuncia a todos os seus próprios interesses para pensar apenas em Deus e dar graças a Ele por Quem Ele é e pelo que Ele fez. Esta será a ocupação no reino da paz, que bem pode ser chamada de sábado milenar.
O sábado não é para ser um dia de descanso apenas no sentido de que nenhum trabalho é feito. Descansar não significa não fazer nada. Descanso significa que o trabalho está concluído e como resultado há louvor, agradecimento e adoração. Deus também quer que Seu povo O louve naquele dia e também se reúna para isso (Lv 23:3). De acordo com a intenção original de Deus, o sábado não é um fardo, mas um deleite. Essa intenção será desfrutada pelo povo de Deus no reino da paz.
O escritor da carta aos Hebreus deixa claro para os crentes judeus, que são um tipo do remanescente fiel, que para o povo de Deus o descanso sabático significa entrar no descanso de Deus. Entrar no descanso de Deus requer obediência de fé (Hb 3:18-19). Olhar para o Senhor Jesus dá tanto conforto e encorajamento que o remanescente crente louva e dá graças ao Senhor. No reino da paz, eles terão entrado no descanso de Deus.
Não é apenas certo ou justificado, mas “é bom dar graças ao SENHOR” (Sl 92:1). Literalmente diz: “Bom é dar graças ao SENHOR”. Isso deixa claro que a ênfase está na palavra “bom”. Isso é consistente com o que o Senhor Jesus diz em João 4: “Os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; pois tais o Pai procura para seus adoradores” (João 4:23). Bom também implica amável e agradável (Sl 147:1).
É uma boa atividade e tem um bom efeito. A ação de graças é para a glória de Deus e nos faz felizes e nos dá paz. Não é apenas uma obrigação, mas um desejo. Acima de tudo, há o desejo do próprio Deus de ser agradecido e louvado. Ele está entronizado entre os louvores de Israel (Sl 22:3). O SENHOR é digno de ser dado graças; Ele fez inúmeras coisas dignas de ação de graças. Quem Ele é e o que Ele fez dá motivos abundantes para louvá-Lo.
Seu “nome” expressa plenamente quem Ele é. À medida que vemos mais disso – para nós o nome do Pai é adicionado – cantaremos louvores a esse “nome”. O nome “Altíssimo” é o nome de Deus, ou o nome do Messias, no reino da paz, onde Ele reinará como o Altíssimo sobre todas as obras das mãos de Deus. Aquele grande sábado será repleto de cânticos de salmos para Sua glória porque Ele cumpriu todas as Suas promessas.
É bom no início de cada novo dia ou novo período, “pela manhã”, “declarar” a “benignidade” de Deus (Sl 92:2). “De manhã” podemos aplicar ao reino da paz. É a “manhã sem nuvens” de que fala Davi (2Sm 23:4). A manhã é o fim da noite. Aqui fala da nova aliança com base no sangue de Cristo, o sangue da nova aliança (Mateus 26:28). Esse é o fundamento da benignidade de Deus, a rica bênção de Deus com base na aliança de amor de Deus.
Toda a misericórdia, amor, cuidado, todas as Suas maravilhas e todos os Seus atos em favor deles no passado serão declarados, ou proclamados, durante todo o sábado do reino da paz (Sl 136:1-26). Também podemos aplicar isso à nossa vida, na qual aquela manhã chegou por meio da vinda do Senhor Jesus em nossa vida. Podemos cantar continuamente sobre Sua benignidade, chesed, sobre Seus favores (Sl 89:1).
Quando a manhã passa e o dia termina, a tarde cai e a noite chega. Olhamos para trás no dia e podemos então louvar Sua fidelidade. No final do dia, testemunharemos a fidelidade de Deus, que não foi infiel nem por um momento. A ação de graças ocorre ao longo do dia. Nos sacrifícios é expresso pelo holocausto diário que é oferecido duas vezes ao dia: de manhã e à tarde (Ex 29,38-42).
Se aplicarmos a noite em nossas vidas, pode haver noites na vida, momentos em que tudo parece escuro e sem esperança. Então é bom pensar em Sua fidelidade. Ele é e permanece fiel mesmo quando estamos passando por um momento difícil. Quando pensamos em Sua fidelidade, um cântico de ação de graças surge em nosso coração em meio às dificuldades.
Ao agradecer, cantar salmos e declarar, vários instrumentos musicais são usados (Sl 92:3). Eles não abafam o canto, mas acompanham o canto com música melodiosa. Não se trata da melodia, mas das palavras (cf. Ef 5,19; Cl 3,16).
O que o Senhor fez é uma fonte contínua de alegria (Sl 92:4). Por isso, acima de tudo, entende-se Seus atos na redenção. Como resultado, entrar em Seu descanso tornou-se possível. Quando vemos isso, nos alegramos. O mesmo se aplica às “obras das tuas mãos”. Exceto na obra da redenção, também os vemos na criação como um todo. Nós os vemos em todas as Suas ordenanças, tudo o que Ele instituiu na criação, como o casamento e a família. Ele a sustenta. Sobre isso podemos cantar com alegria.
Chegamos à exclamação: “Quão grandes são as tuas obras, ó Senhor!” (Sl 92:5; cf. Is 28:29; Rm 11:33-34). Suas obras são o resultado de Seus pensamentos. Suas obras tornam Seus pensamentos conhecidos. Vemos isso na obra de redenção e na obra de julgamento que Ele exerce sobre os ímpios e o anticristo.
Todos os Seus atos e obras referem-se a Ele, que com todos os Seus atos e obras realiza um plano por Ele concebido. Seus pensamentos são insondáveis pelo homem, pois “são muito profundos” (cf. Jó 11:7; Salmo 40:5; 1Co 2:11). Nós, crentes do Novo Testamento, podemos conhecer Seus pensamentos por meio de Seu Espírito que Ele nos deu (1Co 2:9-10; 1Co 2:12).
Salmos 92:6-11 (Devocional)
Os inimigos de Deus perecem
“Um homem insensato”, o homem que não conhece a Deus, como os animais não conhecem a Deus, “não tem conhecimento” (Sl 92:6). “Nem um homem estúpido”, ou um tolo, o homem que diz que Deus não existe, “entende isso”. Aqui estamos falando do anticristo, o homem que se exalta como deus (2Ts 2:4). Ele é o homem insensato (singular) e o homem estúpido. Tal homem é cego para todos os atos e obras de Deus. Ele, em sua insensatez e estupidez, passa por eles de forma descuidada e até zombeteira, enquanto o temente a Deus fica profundamente impressionado com eles e louva a Deus por eles.
Aqueles que carecem de temor, de admiração por Deus, carecem de compreensão das ações de Deus. Isso é o que os ímpios, que são os seguidores do anticristo, experimentarão em primeira mão (Sl 92:7). Parecem prosperar, “brotaram como a erva e floresceram todos os que praticavam a iniquidade” (cf. Sl 90,5-6; Sl 73,3-12). Eles não sabem e não entendem que a única coisa em que a transgressão termina é “serem destruídos para sempre” (1 Tessalonicenses 5:3). Sua prosperidade nesta vida não continuará na eternidade, mas passará por uma mudança dramática (Sl 73:18-19).
Oposto ao homem insensato, ao homem estúpido e ao ímpio, todos os quais serão varridos para sempre após uma breve estada na terra, está “o SENHOR … nas alturas para sempre” (Salmos 92:8). “No alto” aqui é a tradução de marom, que significa exaltado, isto é, no céu. Sua autoridade suprema nunca chega ao fim. Ele sempre manterá Seu lugar como o Altíssimo. Este versículo é o clímax do salmo.
Isso será demonstrado, entre outras coisas, pelo perecimento de nações hostis (Sl 92:9). O temente a Deus aponta ao SENHOR os seus inimigos. Duas vezes o salmista diz ao SENHOR “pois eis aqui os teus inimigos”, que profeticamente são os assírios (Is 10:5) liderados pelo rei do Norte. Eles vivem em rebelião contra Deus e querem prejudicar o Seu povo. Não há dúvida em sua mente de que eles perecerão. Eles não terão chance de atrapalhar os planos de Deus (Sl 2:4).
Além disso, Deus espalhará por toda parte “todos os que praticam a iniquidade”. Aqui vemos Deus agindo. Ele espalha os malfeitores, Ele os persegue em fuga, em todos os lugares. Frequentemente, eles operam em gangues e se sentem capazes de fazer grandes coisas. Mas eles serão derrotados e dispersos em todas as direções e chegarão a lugares na solidão onde perecerão em sua miséria.
O Salmo 92:10 começa com a palavra “mas”, indicando que segue um contraste com o anterior. Quão diferentes são os tratos de Deus com os tementes a Deus. O temente a Deus está ciente disso. Ele diz com fé: “Você exaltou meu chifre como [o do] boi selvagem.” O chifre é um símbolo de força (Sl 89:17). O boi selvagem (Sl 22:21) também é conhecido por sua força indomável (Jó 39:10-13). É uma imagem fortalecedora do poder que Deus dá aos justos. Aponta para o lugar exaltado do justo: ele não será mais pisoteado, mas reinará (cf. Zc 12,5-6).
O justo acrescenta que ele “foi ungido [ou ficou úmido] com óleo fresco”. Há uma abundância de petróleo. Ele não é meramente ungido com óleo (Sl 23:5), mas derramado com ele (cf. Is 32:15). Também é óleo “fresco”. Fala de uma renovação, de uma nova posição e de uma nova situação. Também fala de pureza e brilho. Toda a aparência é benéfica de se ver. Ao fazer isso, o foco não está no justo, mas naquele de quem vem o óleo: Deus.
O óleo é uma figura do Espírito Santo (1Jo 2:20; 1Jo 2:28). O óleo fresco – isto é, o óleo puro, primeiro prensado, também chamado óleo da unção, usado para ungir o sumo sacerdote e os sacerdotes, reis e profetas, e para os sacrifícios – nos lembra a “renovação pelo Espírito Santo” (Tit 3:6). O poder externo (o chifre e o boi selvagem) vem de dentro, onde ocorreu a renovação. A renovação do Espírito Santo significa a renovação por causa do Espírito Santo, a renovação que d’Ele emana e é realizada por Ele (cf. Ez 36,25-27).
A partir dessa nova posição, o justo verá a queda de seus inimigos, ou aqueles que o espreitam (Sl 92:11; Is 66:24). Os inimigos são pessoas que, de um lugar invisível, o perseguem para atacá-lo inesperadamente assim que veem uma oportunidade de fazê-lo. Os papéis serão invertidos e ele verá como eles caem. Ele também ouvirá com seus ouvidos o que acontece com os malfeitores. Deus lidará com seus inimigos e malfeitores.
Salmos 92:12-15 (Devocional)
Florescendo e Produzindo Frutos
Quando os ímpios e os inimigos são cortados como a grama, é hora de abençoar os justos (Sl 92:12; Sl 1:3). Em contraste com os ímpios que são como a erva e foram cortados, ele “florescerá como a palmeira”. Os ramos da palmeira simbolizam a vitória (Mateus 21:8) e o cedro simboliza a imponência (Is 37:24). A palmeira e o cedro são imponentes árvores perenes. A palmeira cresce no deserto e o cedro nas montanhas.
Uma palmeira cresce em linha reta. Assim, o justo florescerá e crescerá porque recebeu vida de Deus e foi plantado em Sua casa e em seus átrios (Sl 92:13; Jr 17:7-8). É, claro, imagens. Significa que os justos podem ter comunhão diária com Aquele que habita em Sua casa no meio de Seu povo. Os pátios são os lugares do templo onde também podem vir as pessoas comuns. Eles falam da vida cotidiana.
Na casa de Deus não existe processo de envelhecimento. Os que nele foram plantados não cessam de dar frutos na velhice, mas continuam a fazê-lo (Sl 92,14; cf. Sl 52,8). Os seus frutos também não murcham, mas permanecem frescos e verdes (cf. Is 40,30-31). Eles não ficam contando histórias da caixa velha, mas dão uma colheita nova e fresca a cada vez. O homem exterior está se deteriorando, mas o homem interior está se renovando dia a dia (2Co 4:16).
No início do salmo, no Salmo 92:2, o salmista declara a benignidade do SENHOR pela manhã. Aqui, em sua velhice, o justo continua a dar frutos ao declarar “que o Senhor é reto” (Sl 92:15). Para esse fim, ele permanece fresco e verde. Ele permanece fresco e verde porque o SENHOR é sua rocha, sua força (Dt 32:4; Dt 32:15). Ele confessa que deve isso a Ele e ao Seu poder imutável.
Ele declara que “o SENHOR é reto” e que “não há nele injustiça”. É uma declaração dupla de Sua incorruptibilidade absoluta. Portanto, Ele é totalmente confiável. ‘Verdadeiro’ em hebraico é yashar e significa vertical ou direito. Ele está certo em Suas palavras e Suas obras. Ele está certo em relação à Sua Pessoa. Portanto, nunca pode haver injustiça Nele.