Explicação de Juízes 21

Em Juízes 21, é narrado o resultado do conflito entre as tribos de Israel e a tribo de Benjamim. Com a tribo de Benjamim quase exterminada devido à guerra, os israelitas sentem remorso e preocupação com a sobrevivência de Benjamim como tribo. Eles lamentam a perda de uma das doze tribos e percebem que as mulheres de Benjamim foram mortas, levando a uma possível perda de filhos para a tribo.

Na tentativa de encontrar uma solução, os israelitas restantes elaboram um plano para fornecer esposas para os homens benjamitas sobreviventes. Eles decidem permitir que os homens de Benjamim raptem mulheres de um festival em Siló, o que lhes permitiria se casar e ter filhos.

O capítulo retrata o caos, a confusão e a ambiguidade moral que caracterizaram esse período da história de Israel. As medidas drásticas tomadas para garantir um futuro para a tribo de Benjamin revelam o desespero e a falta de orientação clara da sociedade. Juízes 21 serve como uma conclusão sombria do Livro de Juízes, destacando as consequências destrutivas da desobediência, da decadência moral e da ausência de uma liderança forte e adesão à lei de Deus.

Juízes 21

21.2 Prantearam.
Novamente o povo chorando perante o Senhor. Não houve justificativa para uma tal vingança, aniquilando-se toda uma tribo (cf. Dt 13.12-18 que trata especificamente de idolatria). Depois de refletir sobre sua ação precipitada, Israel se arrependeu.

21.3 Israel... falte uma tribo? O capítulo todo reflete o conceito, claramente perceptível, da unidade de Israel como povo de Deus. Eliminar uma tribo seria como alguém perder um de seus braços. Este sentimento de solidariedade reflete as raízes da unidade da igreja no NT.

21.4 Holocaustos e ofertas pacíficas. Cf. 20.26n.

21.5, 7 Um grande juramento... juramos, pelo Senhor. Ninguém cogitaria em deixar de cumprir um juramento solene (cf. 11.35). A mais terrível consequência, vinda de Deus alcançaria o homem perjuro ou a nação que não cumprisse seu voto.

21.8 Jabes-Gileade. Uma cidade da tribo de Manassés, 15 km a sudeste de Bete-Seã e 3 km ao leste do Jordão. Manassés era neto de Raquel, mãe de Benjamim, e portanto houve uma afinidade de sangue entre as duas tribos descendentes. Isto explica por que os homens de Jabes-Gileade não concordaram com a guerra contra Benjamim.

21.12 Alguns acham que os moradores de Jabes-Gileade não morreram. Apenas ofereceram quatrocentas de suas filhas virgens, para esposas dos benjamitas. O texto, porém, não sustenta tal teoria, quando afirma ter havido sobreviventes em Jabes-Gileade (veja 1 Sm 11.1 ss; 31.11-13; 2 Sm 2.4-7). Terra de Canaã. Explica-se esta referência a Siló, em Canaã, pelo fato de ser uma cidade israelita dentro de um conclave de cananeus (o mesmo se deu com Siquém). Essa situação, talvez, explique a razão de não haver representantes de Siló na congregação das onze tribos, em Mispa, para tomar conhecimento do plano ali elaborado, para tirar-lhes as duzentas filhas, para completar o número de esposas necessárias aos benjamitas.

21.19 Solenidade do Senhor. Tem sido sugerido que era a festa (heb hag) da Páscoa. Parece mais provável, porém, que fosse a festa dos Tabernáculos.

21.20 Arrebatai. Dessa forma, os benjamitas evitariam um ato de guerra, enquanto os israelitas cumpririam o seu voto.

21.25 O último versículo esclarece a razão por que a período dos juízes se caracterizou pela maldade e a anarquia. Nota-se a transição de juízes para a narrativa de 1 Samuel. O autor escreveu numa época de unidade nacional, sob a liderança de um rei justo e forte, talvez no tempo de Davi ou no de Salomão.

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