Explicação de Juízes 4
Explicação de Juízes 4
Juízes 4
4.1 Eúde
é mencionado aqui, e não Sangar, porque este, provavelmente, agiu em
região limitada ou então não foi juiz, no pleno sentido da palavra.
4.2 Deve-se
notar aqui que essa narrativa passa do tratar da situação do sul para o
norte da Palestina. Hazor. Cf. Js 11.13n. Destruída por Josué um
século antes, mas não ocupada pelos hebreus, foi reconstruída pelos
cananeus e restaurada à sua grandeza anterior.
4.3 Jabim.
Provavelmente um título hereditário (cf. Js 11.13n). Carros de ferro. Cf.
1.19n. Os israelitas não tiveram acesso ao ferro, nem meios para produzir
artigos desse metal (cf. Js 17.16; 1 Sm 13.19-22).
4.5 Débora.
A única mulher juíza entre os juízes de Israel. As mulheres
normalmente eram relegadas a plano inferior ao dos homens na estrutura
tribal de Israel. A qualidade carismática de Débora já era conhecida,
razão essa que levou o povo e Baraque a procurá-la.
4.6,10 Tabor.
Um monte de 400 metros que se destaca no nordeste do vale de Esdraelom. Naftali...
Zebulom. As tribos mormente afetadas pela invasão dos cananeus. No
cântico de Débora (cap. 5) se compreende que outras tribos nortistas tomaram
parte em outra fase da luta.
4.7 Ribeiro
Quisom. Riacho que corre para o oeste, pelo vale de Esdraelom.
4.8 A
hesitação de Baraque - como a de Moisés (Êx 4.13), Gideão (Js 6.15) e
Jeremias (1.16) - é compreensível, em face das forças bem superiores do
inimigo (cf. 2 Co 33-6). Tendo Débora junto de si, Baraque sentiria a
presença de Deus e traria inspiração ao reduzido exército.
4.11 Queneu.
Cf. 1.16n. A família de Héber era composta de pastores nômades, que se deslocaram
para o norte do país, em busca de pastagens.
4.15 O
Senhor derrotou o Sísera. Podemos tirar uma idéia do que aconteceu, de 5.21,22. Deus
mandou um aguaceiro (possivelmente fora da estação da chuva), que causou
o transbordamento do ribeiro Quisom. Os carros atolados na lama e levados
pela correnteza perderam bem mais do que uma simples vantagem. O Senhor é
maior do que Baal, deus da tempestade, visto que este nada pôde fazer para
evitar a manifestação do poder de Jeová sobre a natureza.
4.17 Havia
paz... Sísera pensava que Jael lhe outorgava absoluta segurança. Havia
paz entre Jabim e Héber. As boas maneiras e a generosidade de Jael,
conforme a tradição do oriente, em que ao hóspede é garantida plena
proteção, tudo inculcara no ânimo do comandante um sentimento de
bem-estar. Desconhecia as relações de amizade entre os queneus e os
hebreus (cf. v 11).
4.21 Tomou
uma estaca... A habilidade manifestada por Jael no manuseio dos
elementos necessários para armar uma tenda é compreendida pelo costume
reinante de entregar essa tarefa às mulheres. A morte de um valente nas
mãos de uma mulher era, para o homem, mui deprimente, naqueles tempos (cf.
9.54).