Ezequiel 42 — Comentário Devocional

Ezequiel 42

Devocional

42.14 Aproximar-se do Deus santo não deve ser considerado um fato comum. A santidade das peças de vestuário que os sacerdotes eram obrigados a usar podem representar a importância de ter um coração santo, a fim de que se possa aproximar de Deus. Os sacerdotes tinham de vestir essas roupas especiais para ministrar nos recintos mais internos do Templo. Devido ao fato do as peças do vestuário serem santas, os sacerdotes tinham de mudar suas roupas antes de retornarem ao contato com as pessoas.

42.16-20 A perfeita simetria do Templo descrito por Ezequiel é pode representar a ordem e a harmonia no futuro Reino de Deus.

42:1-20 I. Que os obreiros de Deus tenham ampla provisão para todas as suas necessidades. Essas câmaras destinavam -se a abrigo, descanso e refrigério para aqueles que esperavam em Deus em adoração; todo o conforto e conveniência necessários foram fornecidos. Os sacerdotes eram totalmente devotados ao seu chamado sagrado; renunciaram ao mundo e a todos os seus prêmios mais tentadores, e se entregaram de corpo e alma a uma consagração vitalícia ao trabalho do Templo. A lei do culto exigia essa renúncia completa; e, ao mesmo tempo, assegurava ao servo de Deus tudo o que era essencial para o seu bem-estar e para ajudá-lo em seu trabalho sagrado. O ministro da Palavra Divina deve ser aliviado do aborrecimento e cuidado das coisas mundanas, para que possa ser livre para aplicar-se com total abandono ao estudo e interpretação das coisas espirituais (1Tm 4:15). Deixe-o cuidar do depósito sagrado que lhe foi confiado, e Deus cuidará dele. O fiel obreiro de Deus não precisa ter ansiedade sobre o futuro: sua ansiedade deve estar totalmente centrada nos deveres do presente (Lc 10:7; Fp 4:19).

II. Que os obreiros de Deus se preparem por devoções em particular para a adoração proveitosa de Deus em público. As câmaras, embora próximas ao Templo, eram separadas dele, eram estritamente privadas, colocadas em meio à quietude e ao recolhimento favorável à meditação e à oração. O poder do obreiro de Deus em público é adquirido pela devoção diligente em particular. Deus é conhecido na grandeza e glória de Seu caráter e na sabedoria e justiça de Seus caminhos; não no meio do barulho e do alvoroço, mas na quietude e na solidão. O pensador deve isolar-se por enquanto de toda distração e esperar em Deus em silêncio e oração. “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10). Não na comoção selvagem e no clamor descarado do campo de batalha, não no furacão zunido da luta e tumulto nacional, não na pressa e preocupação de cuidados mundanos excessivos, são os segredos sagrados das coisas divinas divulgados à alma, mas na solidão de retiro, no silêncio e quietude de algum retiro meditativo, onde o som da guerra nunca é ouvido e o repique de canhão e o estrondo das armas nunca penetram. Não que devamos nos entregar a uma vida de inatividade e quietude inútil. Devemos silenciar nosso clamor sem sentido e fazer uma pausa em nossas atividades demonstrativas para que Deus possa falar e operar Seu propósito em nós: então recebemos nossa comissão e somos inspirados a falar e trabalhar para Ele. Nas tranquilas encostas pastorais de Midiã, Moisés, em silêncio e admiração, testemunhou os esplendores da revelação divina; e então partiu para o trabalho, e sua vida daí em diante foi uma cena contínua de atividade incansável e prodigiosa. o fogo devorador, mas no sussurro subjugado da voz mansa e delicada - e ele se levantou para fazer a vontade de Deus com um espírito mais terno e nobre do que havia conhecido antes. Nas sombrias solidões de Patmos, o amado João contemplou, numa quietude extasiada, visões da história futura da Igreja que se desenrolavam diante dele em esplendor panorâmico, e depois passou o resto de sua vida escrevendo e falando sobre elas para o benefício de as eras vindouras. E assim os obreiros de Deus, na quietude e segredo do quarto, recebem a bênção do Senhor para que possam levá-la ao santuário público e tornar seus companheiros de adoração ainda mais ricos por compartilharem com eles os dons celestiais derramados. .

III. Que os obreiros de Deus devem ser distinguidos pela santidade superior. 1. O caráter de seu trabalho o exige. É um trabalho sagrado; tem a ver com coisas sagradas (Ez 42:13). Em conexão com o Templo de Deus é feita uma distinção clara e inconfundível entre coisas sagradas e profanas (Ez 42:20). A lei de purificação observada no ritual levítico com tal minúcia escrupulosa pretendia estabelecer a absoluta necessidade de pureza em todos os que participavam das ministrações do Templo (Is 52:11). Somente o santo pode compreender e ensinar a santidade. Para entender a filosofia devemos ser filosóficos, para apreciar um poeta devemos ser poéticos, e para entender a pureza devemos ser nós mesmos puros. 2. O sucesso de seu trabalho será influenciado por ele. Será visto em seus efeitos sobre eles mesmos e sobre os outros. Quantas vezes a melhor obra para Deus é prejudicada pela intrusão da imperfeição humana e do pecado! Diz-se que Miguel Ângelo foi visto certa vez absortamente ocupado em uma pintura importante com uma lâmpada acesa presa na testa, para que nenhuma sombra dele pudesse cair sobre seu trabalho. Assim também devemos levantar a luz de uma santidade dada por Deus, para que nenhuma sombra do eu possa escurecer e desfigurar a obra que estamos fazendo para Ele. O homem nunca é tão grande, tão luminoso, tão grandioso, como quando está fazendo um trabalho santo com a luz e a ajuda do Deus santo.

LIÇÕES. — 1 . Fazer o melhor trabalho para Deus precisa de preparação em oração. 2. O trabalho feito para Deus tem suas próprias recompensas especiais. 3. Requisito de santidade pessoal para o mais alto tipo de sucesso no trabalho para Deus.

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