Romanos 16 — Contexto Histórico
Romanos 16
16.1 Febe era provavelmente a portadora da epístola a Roma (cf. v. 2). Ela é chamada “serva” (ver nota da NV1), aquela que serve ou ministra de alguma maneira. Com relação à igreja, como no presente caso, talvez se refira a um cargo específico: o de diaconisa. Cencreia era um porto localizado cerca de 10 quilômetros a leste de Corinto, no golfo Sarônico.16.3-24 A maioria das pessoas que constam nessa lista de saudações são gentios, escravos libertos ou descendentes de escravos libertos (ver “Trabalho e bem-estar no mundo antigo”, em 2Ts 3; e “Escravidão no mundo greco-romano”, em Fm). Paulo menciona especificamente pelo menos dois grupos de escravos: os servos domésticos de Aristóbulo e os de Narciso. As poucas evidências que temos sugerem que uma grande porcentagem dos primeiros cristãos veio das classes “baixas”. Dos 27 cristãos saudados por Paulo saudou, dez são mulheres. Elas desempenhavam um papel significativo na igreja cristã primitiva e se engajavam em ministérios importantes. Paulo elogia seis delas: Febe, Priscila, Júnias, Trifena, Trifosa e Pérside — por seu trabalho no Senhor. 16.3 Priscila e Áquila eram amigos íntimos de Paulo e tinham a mesma profissão: fabricantes de tendas.
16.5 Ver “Igrejas domésticas e edifícios eclesiásticos primitivos”, em 2Jo. 16.7 A leitura mais comum do texto grego é Júnia (não Júnias, como na NVT), um nome feminino. Andrônico e Júnia talvez fossem marido e mulher.
16.10 Aristóbulo talvez fosse neto de Herodes, o Grande, e irmão de Herodes Agripa I.
16.11 Narciso é, às vezes, identificado com Tibério Cláudio Narciso, um liberto abastado do imperador romano Tibério.
16.12 Trifena e Trifosa talvez fossem irmãs, até mesmo gêmeas, pois era comum dar a tais pessoas nomes provenientes da mesma raiz. Pérside significa “mulher persa”.
16.14, 15 Nenhum desses homens pode ser mais bem identificado. Sabe- -se apenas que escravos ou libertos (emancipados da escravidão) pertencentes à igreja de Roma (ver “Trabalho e bem-estar no mundo antigo”, em 2Ts 3, e “Escravidão no mundo greco-romano”, em Fm).
16.16 Justino Mártir (150 d.C.) dizia que o beijo santo fazia parte regular do culto de adoração em sua época. Ainda continua a ser praticado em algumas igrejas (ver “O costume judaico do beijo”, em Lc 7).
Gênesis 3:15 prometeu que a serpente que enganou Adão e Eva para participar do fruto (cf. Rm 5: 12-21) acabaria sendo esmagada sob os pés da semente de Eva. Em muitas tradições judaicas, a serpente representava Satanás ou seu instrumento. Alguns textos parecem ter entendido a “semente” de Eva como Israel, outros (talvez incluindo a LXX de Gênesis 3:15) como o Messias; mas aqui Paulo aplica-se mais amplamente aos seguidores do Messias também. Seu ponto é que eles devem perseverar até o fim, e sua oposição será derrotada. — Keener, C. S., & InterVarsity Press. (1993). The IVP Bible Background Commentary: New Testament (Rm 16:20). Downers Grove, Ill.: InterVarsity Press.
16.21,22 Romanos é uma carta, não um tratado. Assim, não tinha a pretensão de ser um produto literário. Em meio às saudações dos amigos que estavam com o autor enquanto ele escrevia, Tércio, o escriba a quem a carta é dedicada, insere sua saudação pessoal. Esse toque pessoal nos faz lembrar de que as pessoas da Bíblia eram seres humanos sob circunstâncias humanas, e a carta se torna mais significativa mais para nós justamente por causa disso.
16.21 Esse Jasom poder ser aquele mencionado em At 17.5-9. Sosípatro é provavelmente Sópatro, filho de Pirro, de Bereia (ver At 20.4).
16.22 Tércio é o secretário de Paulo.
16.23 Gaio é geralmente identificado com Tício Justo, temente a Deus (ver notas em Jo 12.20; At 10.2; cf. “convertidos” na nota de At 2.11), em cuja casa Paulo se hospedou enquanto estava em Corinto (ver At 18.7; ICo 1.14). Seu nome completo seria Gaio Tício Justo. Em Corinto, os arqueólogos descobriram um bloco de pedra reutilizado numa praça pavimentada, com a inscrição em latim: “Erasto, comissá rio de obras públicas, custeou as despesas desta pavimentação” (ver “A inscrição de Erasto”, em Rm 16). Talvez se trate do Erasto mencionado aqui. Nesse caso, seria a referência a um cristão por nome mais antiga fora do NT. Pode ser também aquele mencionado em At 19.22 e 2Tm 4.20, embora seja difícil ter certeza, pois esse nome era bastante comum.
16.25-27 Vários manuscritos apresentam essa bênção final em lugares diferentes da carta aos Romanos — e alguns manuscritos não o trazem (ver “Textos do Novo Testamento”, em Rm 15).
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