Estudo sobre Apocalipse 2:21-22
Estudo sobre Apocalipse 2:21-22
Apocalipse 2:21-22
Dei-lhe tempo (“prazo”) para que se arrependesse. Apesar de que At 11.18 diz que Deus “concede” arrependimento, ele não desloca simplesmente para o arrependimento. Ele não o arremessa contra a pessoa, como se lança o reboco contra uma parede. O ser humano não é tratado por Deus como uma parede, o que seria graça sem clemência. Ele dá espaço e tempo para a penitência. Ela, todavia, não quer arrepender-se da sua prostituição (“imoralidade”). Conforme Mt 23.37, Jesus manteve sua boa vontade em vigor por longo tempo: “Quantas vezes eu quis… mas vocês não quiseram!” (Bíblia na Linguagem de Hoje). Também em Jo 5.40 lemos: “Não quereis”. Do mesmo modo, Israel realmente precisava querer sob a atuação de Elias em prol do arrependimento (1Rs 18.37). A extensão do prazo de clemência é pressuposta em 1Rs 18.21: “Quanto tempo mancareis de ambos os lados?… E o povo não lhe respondeu nada” (tradução do autor). Nem concordância nem discordância. Apresenta-se obstinado na hora da graça.
A palavra de advertência subseqüente (excurso 1d, quanto ao rigor, cf. o exposto sobre Ap 2.16) resume-se tão somente, em relação a “Jezabel”, a uma comunicação de penalidade, porque seu prazo de arrependimento já se esgotou: Eis, começa a declaração à semelhança de um juramento. “Não vos enganeis: de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gl 6.7). É nesse sentido que no presente contexto também se torna evidente a relação entre pecado e juízo (nota 293):
Eu a prostro de cama (“a lanço num leito de enfermos”). O leito da prostituta torna-se leito de doença terminal, assim como a semeadura se torna colheita. Bem como em grande tribulação os que com ela adulteram, caso não se arrependam das obras que ela incita. Esses adúlteros – presumivelmente não se trata de apostasia espiritual apenas, mas também da ruína real de matrimônios – foram outrora “meus servos” (v. 20). A tribulação não vem somente por seguir a Cristo (cf. o comentário a Ap 1.9), mas também pela apostasia e pelo pecado: “é justo para com Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam” (2Ts 1.6; Rm 2.9). Talvez “Jezabel” veio ao encontro do temor humano de sofrer, motivo pelo qual alargara o caminho estreito e prometera levar para uma vida mais feliz. No entanto, conduziu para um sofrimento inconsolável. De seus adeptos, porém, ainda se espera que se arrependam. Entretanto, o tom é terminante como no Sl 2.10-12: “Sede prudentes; deixai-vos advertir… para que se não irrite, e não pereçais no caminho”.
Um Deus sem ira também seria um Deus que não sabe nada sobre o sofrimento mundial desencadeado pelo pecado. Injustiça e sedução o irritam, como se o atingissem pessoalmente. Tampouco o equilíbrio psíquico daquele que realmente conhece a Deus, quando presencia esses males, permanece inabalável.
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