Estudo sobre Apocalipse 2:5

Estudo sobre Apocalipse 2:5




Apocalipse 2:5

A palavra de arrependimento e advertência (excurso 1d) começa: Lembra-te! Também em Is. 43.26; 44.21; 46.8,9 ela se encontra em estreita ligação com apelos ao arrependimento. Não se trata de um retrospecto saudoso. Quem reconhece que em sua vida a linha da bênção se parte, que o fio espiritual se rompe e que o avanço genuíno para deve lembrar-se das iniciativas de Deus e tomar uma nova decisão a favor delas. O passado precisa tornar-se novamente um presente vivo. Não basta saber que é preciso arrepender-se. Pelo contrário, cabe perguntar para onde precisamos retornar. Para o ponto do qual nos desviamos! É por isso que o arrependimento frutífero sempre consiste em “lembrar-se”. Retornar para um lugar qualquer nos levaria tão somente a novos descaminhos.

A igreja não está sendo convocada a frequentemente fazer uma análise de seu pecado. Não está sendo dito: lembra-te em que situação caíste, mas de onde caíste. Conforme Ap 3.3, evoca-se aqui o tempo em que houve despertamento para a fé, quando Deus criou a igreja em Éfeso por intermédio de sua palavra. É provável que a menção da queda faça novamente alusão a Gn 3.190

Ao mesmo tempo, essas recordações do estado originário da igreja são, para quem tem ouvidos, confirmações de que o Senhor, por sua parte, ainda é o mesmo hoje como naqueles dias. É por isso que a igreja pode voltar a ser a mesma. A infidelidade que se intrometeu não deve ter alcançado a anulação de tudo o que o foi antes. O Senhor ainda não está riscando ninguém, mas está sublinhando. Aquele que chama é fiel, continua chamando (1Ts 5.24) e ainda está amando (Ap 1.5). Também a igreja deve sublinhar sua conversão mais uma vez através do arrependimento.

Arrepende-te e volta à prática das primeiras obras. Ainda não está presente o conceito do arrependimento incessante e que preenche a vida toda.191 Não arrependimento, e depois repetidamente arrependimento, mas arrependimento e depois frutos do arrependimento (Mt 3.8), a saber, as primeiras obras! São as obras que se realizam a partir da comunhão restabelecida com Cristo (Jo 15.1-8). É por isso que em Ap 2.26 são chamadas de “minhas obras”.

Mas se não, anuncia-se terminantemente, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro (cf. excurso 1d). Quando Éfeso considerar de onde decaiu, reconhecerá que interiormente já traiu e desperdiçou seu lugar entre os sete candelabros. Seu estandarte de luz já se apagou, a comunhão do “primeiro amor” com Cristo já foi abandonada. Se houver arrependimento, tudo se torna novo. Do contrário, porém, o Senhor traz à luz o que é (Ap 1.19). Finalmente a igreja seria reconhecida também exteriormente como não-mais-igreja (Mt 5.12-16). Essa expulsão poderia evocar novamente Gn 3.24. O v. 7 conduzirá expressamente de volta àquele capítulo do AT.