Estudo sobre Apocalipse 11:12

Estudo sobre Apocalipse 11:12

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Apocalipse 11:12

Além dos olhos também são exigidos seus ouvidos. “E eles [os habitantes da terra] ouviram uma grande voz do céu, que falou a elas, às duas testemunhas” [tradução do autor]. A circunstância de que os apavorados habitantes da terra foram capazes de ouvir essa voz resulta da ligação com o versículo precedente. Os habitantes da terra são o sujeito citado por último. É a eles que se refere agora o “ouviram”. Por outro lado, do conteúdo do versículo seguinte conclui-se que a grande voz interpelou as duas testemunhas. Portanto, estão sendo diretamente interpeladas as duas testemunhas ressuscitadas, mas o mundo inteiro escuta as palavras:

Subi para aqui! São palavras muito semelhantes a Ap 4.1. Lá, no entanto, trata-se de uma subida profética (cf. o comentário ao texto), aqui, de uma subida messiânica (At 2.34; Jo 6.62; 20.17; Ef 4.8-10). A igreja do Messias sobe como seu Senhor.491 Assim como ela experimentou anteriormente a comunhão de seus sofrimentos (v. 8), assim experimenta agora o poder de sua ressurreição.

E subiram ao céu numa (“na”) nuvem. Não é uma, mas a nuvem, a vestimenta gloriosa de Ap 1.7 (cf. comentário correspondente). Tecnicamente ela não é necessária, como tampouco em Ap 1.7 ou Ap 10.1, contudo certamente é necessária para o olhar dos que observam. A nuvem demonstra diante deles a sublimidade daquele a quem envolve. O arrebatado foi esplendidamente justificado. Termina toda a percepção equivocada. Os acusados (v. 10) são transformados em terror dos acusadores.

E os seus inimigos as contemplaram. Não está ocorrendo um arrebatamento secreto e imperceptível, mas pelo contrário: o acontecimento se realiza enfaticamente para espectadores. Um mundo hostil e refutado até as bases está olhando, olhando. A presente passagem e a de Ap 1.7 estão estruturadas de modo tão homogêneo que elas precisam ser vistas lado a lado. Na parusia, o mundo contempla duas coisas numa só: a vinda do Crucificado (Ap 1.7) e a subida da igreja da cruz para ser acolhida (Ap 11.12). Essa aproximação recíproca acontece na mesma nuvem gloriosa. Objetivamente o presente versículo coincide com 1Ts 4.16,17. Lá o mesmo evento recebe a designação de “arrebatamento para o encontro com o Senhor”. Cumpre gravar bem essa expressão plena. Em primeiro lugar, está pressuposta igualmente a descida do Senhor (v. 16). Depois acontece o “acolhimento” por parte dele, assim como a Antiguidade o conhecia em visitas de celebridades políticas: no contexto das cerimônias festivas oficiais, seus fiéis servos partem para o lado de fora dos portões da cidade, para saudá-lo ali e retornar a seu lado. Em consonância, o “arrebatamento” da igreja tem de ser conjugado com um “acolhimento” desse tipo. Em lugar algum o NT atesta um arrebatamento sem essa acolhida, no qual os arrebatados desapareceriam secretamente e seu Senhor deixaria o mundo entregue ao seu próprio curso.

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Apocalipse 11:12