Estudo sobre Apocalipse 11:3

Estudo sobre Apocalipse 10:8-9

Estudo sobre Apocalipse 11:3



Apocalipse 11:3

O quanto os v. 1,2 eram nada mais que introdução para o que se segue é evidenciado pelo fato de que a continuação se dá sem transição: darei às minhas duas testemunhas autoridade (“poder” [rc, nvi, vfl, bv]). João ainda tem em vista o mesmo período do v. 2, mesmo que agora o calcule em dias (excurso 7a): que profetizem por mil duzentos e sessenta dias, vestidas de pano de saco. É verdade que mudou a pessoa que fala. Agora Cristo está proferindo uma palavra de autoridade sobre a igreja no tempo escatológico. Esse tempo final não é simplesmente tempo do anticristo ou “tempo dos gentios” (Lc 21.24), porém é destacadamente também tempo das testemunhas. Nesse período seu Senhor detém “todo o poder” (Mt 28.20 [rc]), por meio do qual ele visa criar, de forma onipotente, possibilidades para o serviço das testemunhas. É por isso que esse serviço de testemunhas se realizará, sem interrupções, com a onipotência de Jesus levada a sério.

Para a interpretação das duas testemunhas inicialmente deixamos de lado o número dois. Minhas testemunhas é em Is 43.10,12; 44.8 um apelativo de Israel. Assim como os ídolos têm suas testemunhas (Is 43.9; 44.9), assim também Deus. Na disputa legal ambos os lados apresentam suas testemunhas. Depois que o v. 1 havia nomeado a primeira designação da natureza de Israel, a saber, adorar a Deus, segue-se agora, como segunda, o serviço de testemunhar perante as pessoas (v. 3). Israel é o que fala a Deus e aos seres humanos.

As palavras “eu darei” têm como pano de fundo as decepções que Israel já preparou a seu Senhor (cf. o comentário a Ap 1.5, no vol. i, pág. 71), e visam o restabelecimento escatológico do verdadeiro Israel para o serviço de testemunha. Esse restabelecimento é gerado por aquela depuração dos v. 1,2. O pequeno resto obterá autoridade e encherá o mundo com o seu testemunho. A execução disso é relatada por Ap 12.11; cf. Ap 1.2,9; 2.13; 6.9; 12.17; 17.6; 19.10; 20.4. Essas referências confirmam que na promessa de um Israel restaurado, que cumpre com fidelidade seu serviço de testemunha no tempo escatológico, pensa-se na igreja de Jesus, formada por judeus e gentios. O v. 8 afirma que “seu Senhor” é o crucificado. Em consonância, seu testemunho também é o evangelho, seu campo de ação estende-se até os confins da terra (v. 10), seus ouvintes são todos os povos (v. 9), e seu tempo de serviço dura desde o dia da Ascensão até o fim do éon [“século”], a saber, “mil duzentos e sessenta dias”. Tudo nela coincide com a igreja do NT.

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Apocalipse 11:3