Estudo sobre Apocalipse 11:7

Estudo sobre Apocalipse 11:7

Estudo sobre Apocalipse 11:7


Apocalipse 11:7

Os v. 7-10 descrevem o aniquilamento das duas testemunhas. Quando tiverem, então, concluído o testemunho que devem dar, a besta que surge do abismo pelejará contra elas. Essa frase conduz ao fim do tempo escatológico. Esse tempo não chegará ao final enquanto o testemunho da igreja ainda não foi anunciado de forma exaustiva. Sob esse aspecto a pregação do evangelho é na realidade aquilo “que retém”, conforme 2Ts 2.6, e os discípulos que testemunham são o “sal da terra”, de Mt 5.13. Enquanto a igreja estiver atuando, a condição do mundo permanece em suspenso. Tão logo ela tiver consumado sua obra, o mundo passa para a “putrefação”. Ele desanda e se decompõe.

No entanto, a proclamação do evangelho é também aquilo que mantém a igreja de pé. Sua existência sobre a terra não tem outro sentido além deste. Tão logo esse serviço estiver concluído, a proteção exterior lhe é retirada (v. 5-7), e o tempo da preservação passou.

Nesse contexto a besta exerce um papel de destruição. Somente nos cap. 13,17 João abordará a questão em detalhe. Seus leitores, porém, já o podiam entender independentemente daquelas exposições, pois conviviam com o livro de Daniel, que alude a essa figura em Dn 7.7. Nesse texto, anteriormente já sobem do mar três bestas contra o mundo humano. Essa quarta besta, porém, constitui o ponto culminante do terror. O nt menciona essa última intensificação, o anticristo (quanto a detalhes, cf. o excurso 11).

Como lugar de origem aparece novamente o abismo, cf. o exposto sobre Ap 9.1,2,11. Na leitura, a expressão a besta que surge do abismo não deve ser entendida como se a besta subisse somente perto do final do tempo escatológico. O Ap ensina que o anticristo segue imediatamente ao Cristo (Ap 6.1). De forma mais ou menos oculta ele penetra em todo o tempo escatológico (1Jo 2.18),476 mas somente no final dá-se a sua “parusia” (2Ts 2.9; cf. o comentário a Ap 17.8). Então cairá sua máscara, e é exposto aquele que desde o princípio é o assassino, que no Ap repetidamente é vinculado à idéia da guerra.

Pelejará contra elas. Enquanto “besta” ela constitui a figura oposta ao “Cordeiro”, e enquanto blasfemo do Cordeiro ela é um inimigo jurado da igreja do Cordeiro, a qual testemunha o seu nome. Entretanto, como esse testemunho era irresistível (v. 5,6), as palavras blasfemas são seguidas agora de ações. Repete-se Jo 11.48: “Se o deixarmos continuar assim, todos crerão nele” (teb). Por isso, os judeus chegaram à conclusão: ele tem de morrer! Também no presente caso começa a guerra de extermínio, a fim de aniquilar o testemunho a respeito do Cordeiro.

E as vencerá, e matará. A vitória é explicada claramente como “matar”. Ela não consiste de uma autêntica superação, mas de aniquilamento físico. Somente o corpo é morto, não a verdadeira vida (Mt 10.28). Nem mesmo essa matança fica fora do desígnio de Deus, pois ao anticristo é “dado” vencer (cf. o exposto sobre Ap 6.2; 13.7). É por isso que mesmo sobre esse acontecimento prevalece a paz suprema de Deus, que é mais alta que todo o entendimento.

Índice:
Apocalipse 11:7