Estudo sobre Apocalipse 11:14-15
Estudo sobre Apocalipse 11:14-15
Apocalipse 11:14-15
Nesse ponto chega ao fim a peça interposta a partir de Ap 10.1. O v. 19 leva novamente de volta à série dos sete toques de trombeta, cujos três últimos são contados a partir de Ap 8.13 como os três ais. Passou o segundo ai. Eis que, sem demora, vem o terceiro ai. O terceiro ai ou a sétima trombeta, como o sétimo selo, faz com que seja esperada a vinda do Senhor em poder e glória. Em Ap 10.7 o anjo também o havia anunciado expressamente que o sétimo toque de trombeta traz consigo a consumação dos planos históricos de Deus e seu império único definitivo.
15 O sétimo anjo tocou a trombeta, e houve no céu grandes vozes.504 Enquanto a visão da sétima abertura de selo abordou o fim com extraordinária reserva e, além disso, apenas no seu lado obscuro (cf. o comentário a Ap 8.1), na visão atual os acontecimentos se clareiam de forma crescente. A reserva, porém, ainda permanece em vigor. Nem mesmo aqui João está vendo o evento propriamente dito, que revoluciona tudo. Porém podemos inferi-lo a partir do eco que repercute aqui.
Dizendo: O reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo (“E disseram: Realizou-se o reino do mundo de nosso Senhor e de seu Ungido” [tradução do autor]). No centro daquilo que se realizou está um reino. Ele é definido com maior exatidão como o reino do mundo. Em Mt 4.8 o diabo oferece os “reinos do mundo”. Em Ap 17.18 a “prostituta Babilônia” detém o domínio “sobre os reis da terra”. Aqui, no entanto, aconteceu algo que passou esse domínio sobre o mundo às mãos de Deus e de Cristo. Não pode tratar-se de um evento interno da história, mas unicamente da submissão definitiva dos detentores anteriores pela vinda de Cristo para o juízo.
A constatação de que a formulação se assemelha ao Sl 25 confere certeza à interpretação acima. Então, o horizonte é esse: reis e povos se rebelam contra a instalação do Ungido de Deus no reino mundial, mas Deus não cede. Sua determinação é, a qualquer custo, dar a seu Ungido “as nações por herança e as extremidades da terra por possessão” (Sl 2.8). Na verdade o Sl 2 não contém mais o desfecho desse conflito, mas somente ainda o ultimato de Deus a seus oponentes: submissão voluntária ou destruição, bem-aventurança ou ameaça de juízo. Em seguida pode-se presumir um certo período de reflexão. Na presente visão, contudo, ele já está esgotado, também a luta decisiva ficou para trás, e o domínio do mundo não se encontra mais apenas de direito, mas também de fato nas mãos de Cristo.
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Apocalipse 11:14-15