Apocalipse 2 — Exposição de Apocalipse

Exposição de Apocalipse 2





Apocalipse 2

2.2 QUE DIZEM SER APÓSTOLOS. Um dos principais cuidados de Jesus, ao dirigir sua mensagem final às sete igrejas, foi preveni-las da apostasia por tolerar falsos mestres, profetas ou apóstolos, que distorciam a Palavra de Deus ou enfraqueciam seu poder e autoridade nas igrejas. (1) Cristo ordena que as igrejas testem todos os que alegam autoridade espiritual. (2) Note que Cristo censurou as igrejas de Pérgamo (vv. 14-16) e Tiatira (v. 20) por acolherem, ao invés de resistirem, os que eram desleais à verdade e padrões da Palavra de Deus (ver o estudo OS PASTORES E SEUS DEVERES)
2.4 DEIXASTE A TUA PRIMEIRA CARIDADE. Isto se refere ao primeiro e profundo amor e dedicação que os efésios tinham por Cristo e sua Palavra (Jo 14.15,21; 21; 15.10). (1) Esta advertência nos ensina que conhecer a doutrina correta, obedecer a alguns dos mandamentos e ir aos cultos na igreja não bastam (Mt 5.17). A igreja deve ter, acima de tudo, amor sincero a Jesus Cristo e sua Palavra como um todo (2 Co 11.3; cf. Dt 10.12). (2) O amor sincero a Cristo resulta em devoção sincera a Ele, em pureza de vida e em amor à verdade (2 Co 11.3; ver Mt 22.37,39 notas; Jo 21.15 nota).
2.5 TIRAREI... O TEU CASTIÇAL. Cristo rejeitará toda congregação ou igreja que não se arrepender de sua falta de amor e obediência ao Senhor Jesus Cristo, e a removerá do seu reino.
2.6 ABORRECES AS OBRAS DOS NICOLAÍTAS, AS QUAIS EU TAMBÉM ABORREÇO. Os nicolaítas (cf. v. 15) eram certamente adeptos do ensino de Balaão (cf. v.15), i.e., que a imoralidade sexual não afeta nossa salvação em Cristo. O NT declara o contrário; tais pessoas não herdarão o reino de Deus (1 Co 6.9,10). Deus abomina o ensino herético que diz podermos ser salvos e, ao mesmo tempo, viver na devassidão. Repelir aquilo que Deus abomina é característica principal de quem é leal a Cristo (Sl 139.21; Pv 8.13; ver Jo 3.19 nota).
2.7 AO QUE VENCER. O vencedor (gr. nikon) é aquele que, mediante a graça de Deus recebida através da fé em Cristo, experimentou o novo nascimento e permanece constante na vitória sobre o pecado, o mundo e Satanás. (1) Cercado de muita oposição e apostasia, o vencedor se recusa a conformar-se com o mundo e a impiedade dentro da igreja (v. 24). Ele ouve e atende aquilo que o Espírito diz às igrejas (v. 7), permanece fiel a Cristo até ao fim (v. 26) e aceita somente o padrão de Deus para a vida cristã, revelado na sua santa Palavra (3.8). (2) Nas igrejas de Deus, o vencedor, e somente o vencedor, comerá da árvore da vida (v. 7), não sofrerá o dano da segunda morte (v. 11), receberá o maná escondido e um novo nome no céu (v. 17), terá autoridade sobre as nações (v. 26), seu nome não será removido do livro da vida, será honrado por Cristo diante do Pai e dos anjos (3.5), permanecerá com Deus no seu templo, terá sobre si o nome de Deus, de Cristo e da Nova Jerusalém (3.12) e será para sempre filho de Deus (Ap 21.7). (3) O segredo da sua vitória é a morte expiadora de Cristo, seu próprio testemunho fiel acerca de Jesus e a perseverança no amor a Cristo até à morte (Ap 12.11; cf. 1 Jo 5.4). Note que, ou vencemos o pecado, o mundo, e Satanás, ou somos por eles vencidos, acabando por sermos lançados no lago de fogo (v. 11; Ap 3.5; 20.15; 21.8). Não há grupo neutro.
2.9 POBREZA. Pobreza (gr. ptocheia) significa “que não possui nada”. A pobreza dos cristãos em Esmirna era geral; economicamente, não tinham recursos, mas Jesus diz que eram ricos espiritualmente. Note o contraste com a igreja de Laodiceia, que tinha grandes riquezas materiais, mas espiritualmente era desgraçada, miserável e pobre (Ap 3.17; cf. Mt 6.20; 2 Co 6.10; Tg 2.5).
2.11 SEGUNDA MORTE. Trata-se do castigo eterno, o lago de fogo (cf. 20.6,14; 21.8), do qual somente o vencedor fiel escapará (ver v. 7 nota).
2.13 TRONO DE SATANÁS. Isso pode significar um lugar onde a influência de Satanás e o mal estavam sobremaneira multiplicados, pois Pérgamo era um centro de adoração ao imperador romano.
2.14 A DOUTRINA DE BALAÃO. Balaão foi um falso profeta que vendeu seus serviços a um rei pagão, e que o aconselhou a seduzir Israel a comprometer sua fé por meio da idolatria e imoralidade (Nm 22.5,7; 25.1,2 nota; 31.16; 2 Pe 2.15 nota). A doutrina de Balaão refere-se, portanto, a mestres e pregadores corruptos que, em Pérgamo, levavam suas congregações à transigência fatal com a imoralidade, o mundanismo e as falsas ideologias; tudo por amor à promoção pessoal ou vantagem financeira. Segundo parece, a igreja em Pérgamo tinha mestres que ensinavam ser a fé salvífica em Cristo compatível com a prática da imoralidade.
2.16 CONTRA ELES BATALHAREI. Jesus se oporá a qualquer pessoa que, na sua igreja, favorecer uma atitude tolerante para com o pecado (v. 15; ver v. 6 nota; 1 Co 5.2 nota; Gl 5.21 nota); Ele promete que batalhará contra os crentes mundanos, caso não se arrependam.
2.17 OUÇA O QUE O ESPÍRITO DIZ. Devemos prestar atenção às advertências do Espírito Santo. Ele continua a falar às sete igrejas da Ásia, nos ordena a vencer o pecado no mundo e nos proíbe tolerar a imoralidade em nosso meio. Se não formos vitoriosos nessa área crítica, seremos privados da presença de Deus e do poder do Espírito Santo, tornando-dos inimigos do reino de Deus. Se, por outro lado, vencermos, receberemos o maná escondido da vida espiritual e uma “pedra branca”, que significa o triunfo da nossa fé sobre tudo quanto procura destruir nossa devoção a Cristo.
2.20 TOLERARES... JEZABEL, MULHER QUE SE DIZ PROFETISA. Um pecado prevalecente na igreja de Tiatira era a tendência de tolerar o pecado, a iniquidade o ensino antibíblico entre seus líderes (vv. 14,20). João cita uma pessoa específica: Jezabel, nome este derivado da Jezabel do AT e que representa a idolatria e a perseguição aos santos (1 Rs 16.21; 19.1-3; 21.1-15; ver 21.25 nota). Alguns em Tiatira provavelmente aceitaram os falsos mestres, pelo fato de falarem em nome de Deus e terem grande popularidade e influência. Cristo condena o pecado da transigência com o erro. Devemos rejeitar qualquer preletor que coloca suas próprias palavras acima da revelação bíblica (ver 1 Co 14.29 nota) e declara que Deus aceita, na igreja, a quem comete atos imorais, participando dos prazeres pecaminosos do mundo. Alguns, na igreja, costumam tolerar tais falsos ensinos, por indiferença, medo de confronto, amizade pessoal ou pelo desejo de paz, harmonia, autopromoção ou dinheiro. Deus excluirá tal igreja, juntamente com os seus líderes (vv. 20-23; ver também Lc 17.3,4 nota).
2.24 AOS RESTANTES. Houve em Tiatira os que ficaram firmes na palavra de Cristo e seus padrões de justiça. Deus os conhece e promete que reinarão com Ele sobre as nações (v. 26). “As profundezas de Satanás” (i.e., “os segredos profundos”) talvez se refiram ao falso ensino de que, para experimentar plenamente a graça e a salvação divinas, devemos penetrar nas profundezas do pecado e conhecer todos os tipos de males.

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