Gênesis 14 — Comentário Evangélico

Gênesis 14 — Comentário Evangélico

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Gênesis 14 

O cativo (Gn 14:1-12)
Os arqueólogos confirmam a exati­dão do relato bíblico dessa primeira guerra. Quando Ló entrou em So­doma (v. 12), perdeu a proteção do "Juiz de toda a terra" (18:25) e sofreu as conseqüências disso. Ló seguiu a vereda da amizade com o mundo (Tg 4:4), depois a do amor do mundo (1 Jo 2:15-17), a seguir a da confor­midade ao mundo (Rm 12:2) e, por fim, a do julgamento com o mundo (1 Co 11:32). Ló pensou que Sodoma fosse um lugar de paz e de proteção; entretanto, ela tornou-se um lugar de combate e de perigo!

Raramente, os santos são "cati­vados pelo mundo" de forma repen­tina. Eles entram nos locais de perigo aos poucos, em estágios. Com Ló, o processo iniciou-se quando adotou o Egito como padrão e começou a caminhar pela visão, em vez de pela fé. Ele preferiu as pessoas do mundo a seu tio piedoso, e as casas de Sodo­ma às tendas de Deus. O resultado disso: ele ficou cativo!

A conquista (Gn 14:13-24)
O piedoso Abraão, embora vivesse em uma tenda, estava em local segu­ro. Abraão, ao saber da situação de Ló, fez algo generoso e foi resgatá-lo. Apenas o crente separado pode salvar o apóstata, e o apóstata volta-se para esse santo fiel quando está com problemas. Nesse capítulo, Abraão liberta Ló com sua espada. Ele, pela fé, domina o inimigo, percorrendo 193 quilômetros para fazer isso. Veja 1 João 5:1-4. Em 19:29, Abraão li­berta Ló por meio da oração (Gn 18:23- 33). O cristão mundano é realmente afortunado se tem um ente querido que ora por ele!

Abraão, depois da vitória, en­frenta grande tentação quando se en­contra com o rei de Sodoma. Em ge­ral, é verdade que Satanás tenta-nos logo após uma grande vitória espiritu­al. Satanás encontra Cristo no deserto depois de ele ser batizado. Elias foge com medo depois de seu grande tra­balho de fé no monte Carmelo (1 Rs 19). O rei de Sodoma quer negociar com Abraão e fazer com que ele faça concessões e aceite as riquezas de Sodoma, mas Abraão recusa a oferta. Fora provado que a riqueza do Egito era uma cilada. A riqueza de Sodoma seria ainda pior. Se Abraão não esti­vesse em guarda, sucumbiría à sutil tentação e usurparia toda a glória de Deus. As pessoas diriam: "Abraão sal­vou Ló pelo que poderia ganhar com isso, não por causa de sua fé e de seu amor. Abraão recusou-se a viver em Sodoma com Ló, mas ele também gosta das posses de Sodoma". Abraão perdería seu testemunho.

Abraão ignorou o rei de So­doma, mas honrou o rei de Salém.
Hebreus 5—7 deixa claro que Melquisedeque ("rei da retidão") é um tipo de Cristo, nosso Sumo Sacer­dote divino. Cristo, como o rei de Salém ("paz"), dá-nos paz por meio de sua retidão, possibilitada por sua morte na cruz. E encorajador ver Melquisedeque encontrar Abraão exatamente quando o rei de Sodoma o tenta! Cristo, como Rei e Sacerdo­te, pode dar-nos "graça para socorro em ocasião oportuna" (Hb 4:16). O pão e o vinho (v. 18) simbolizam o corpo e o derramamento do sangue de Cristo, pois é a cruz que torna possível o sacerdócio divino de Cristo. Melquisedeque encontrou Abraão, alimentou-o e abençoou-o. Que Salvador maravilhoso!

Abraão honrou Melquisedeque ao pagar-lhe o dízimo de tudo. Esse é o primeiro exemplo de dízimo na Bíblia, e isso ocorreu anos antes do recebimento da Lei Mosaica. He­breus 7:4-10 indica que esses dízi­mos eram pagos (em espécie) a Cris­to, o que sugere que os cristãos de hoje seguem o exemplo de Abraão ao pagarem dízimos ao Senhor. Abraão recusou as riquezas do mundo, mas compartilhou sua riqueza com o Se­nhor, e Deus abençoou-o muito.

Essa batalha e essa noite de pe­rigo trouxeram Ló ao seu juízo? In­felizmente, não! Em 19:1, o vemos de volta a Sodoma. O coração de Ló estava em Sodoma, portanto era para onde seu corpo tinha de ir.
Nesses capítulos, temos uma rica mina de verdade espiritual que al­cança o Novo Testamento, especial­mente Romanos e Gálatas. Deus es­boçou suas promessas em 12:1-3 e expandiu-as em 13:14-18, mas, nes­se ponto, ele revela de forma mais completa as promessas da aliança. Essa aliança diz respeito ao filho de Abraão e à prometida semente por vir, Cristo. Esses capítulos também tratam da terra de Canaã e do pro­grama maravilhoso que Deus tem para seu povo, Israel.

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