Gênesis 25 — Comentário Evangélico

Comentário Evangélico



Gênesis 25 

Isaque, o pai (Gn 25)
Uma casa ilustre (Gn 25. 1-11)
O casamento de Abraão após a morte de Sara deu-lhe mais seis filhos e, pelo menos, sete netos e três bisnetos. Entretanto, observe que esses outros filhos de Abraão não têm o mesmo status de Isaque, pois ele (como Cristo) é o herdeiro de todas as coisas (Hb 1:2). A morte de Abraão mostra o que a fé pode fazer por um homem. Ele morreu em paz (veja 15:15); morreu "dito­so" (satisfeito), e morreu em fé (Hb 11:13ss). Essa foi a herança que Abraão deixou para seu filho: seu exemplo piedoso (Gn 18:19), a tenda e o altar (veja 26:25) e a promes­sa maravilhosa de Deus (Gn 26:2-5). Essas bênçãos espirituais represen­tam muito mais para um filho que os bens materiais.

Uma casa frustrada (Gn 25. 12-23)
O cumprimento da promessa da aliança de Deus exigia que Rebe- ca e Isaque tivessem um filho, con­tudo ela foi estéril nos primeiros vinte anos do casamento deles (vv. 20,26). E encantador ver como ma­rido e mulher, com mente espiritual, levaram seu fardo ao Senhor. Com certeza, lembraram Deus de suas promessas, e o Senhor, certamente, agradou-se com as orações deles. A batalha com o filho não nascido desorientou Rebeca, portanto ela pediu sabedoria a Deus (Tg 1:5). Deus disse-lhe que nasceríam duas nações e, ao contrário do costume, a mais velha serviría à mais nova.

Essa é uma evidência clara da eleição soberana de Deus (Rm 9:10- 16). A escolha dele não se funda­menta nas obras dos meninos, pois estes ainda não haviam nascido e, portanto, não tinham feito bem nem mal. Esaú, no que se refere ao ca­ráter, era o mais aceitável dos dois — contudo, Jacó era o escolhido de Deus (Ef 2:8-10).

Uma casa dividida (Gn 25. 24-34)
Os gêmeos eram o oposto um do outro em aparência e temperamen­to. O primeiro menino era cabeludo e chamava-se "Esaú" (Peludo); mais tarde, sua ligação com o ensopado vermelho rendeu-lhe o apelido de "Edom", que significa "vermelho" (v. 30). O fato de Jacó ter nascído segurando o calcanhar de Esaú (como para apanhá-lo e derrubá-lo) rendeu-lhe o nome de "Jacó" — o "apertador de calcanhar" (suplantador, maquinador, enganador). Jacó era um homem quieto que ficou em casa; Esaú era um homem do mun­do, cheio de vigor e aventureiro. Infelizmente, Esaú não apreciava o espírito. Ele preferia alimentar seu corpo a usufruir das promessas de Deus. É claro, o esquema de Jacó para conseguir o direito de nasci­mento mostrou que ele duvidava do cumprimento da promessa de Deus em 25:23. "Fé é viver sem esque­mas!" Esaú, apesar de seus privilé­gios espirituais como primogênito (veja Dt 21:17 e 1 Cr 5:1-2), esco­lheu a carne, não o Espírito. Não lemos nunca a respeito de Esaú ter uma tenda ou um altar, e 26:34- 35 indica que ele ama as mulheres mundanas. Hebreus 12:16 descreve Esaú como "profano", o que signifi­ca "do mundo, comum" (em latim, profanus — "fora do templo"). Esaú, como muitas pessoas de hoje, era um sucesso no mundo e um fracas­so com Deus.

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