Salmo 104 — Estudo Devocional

Salmo 104 

Canção de louvor ao Criador

O Salmo 104 é um hino lindo e poético que celebra Deus como o Criador e Sustentador do mundo natural. Reflete sobre as maravilhas da criação e da providência de Deus. Aqui estão algumas aplicações de vida baseadas no Salmo 104:

1. Louve e adore a Deus como Criador: imite a admiração e admiração do salmista pela criação de Deus. Reserve regularmente tempo para louvar e adorar a Deus pelo Seu poder criativo e pela beleza do mundo natural.

2. Administração da Criação: Reconheça a sua responsabilidade como administrador da criação de Deus. Cuidar do meio ambiente e dos recursos naturais, buscando proteger e preservar a terra como um ato de adoração.

3. Reflita sobre a Sabedoria de Deus: Contemple a sabedoria de Deus vista nas complexidades da natureza. Permita que o estudo da ciência e do mundo natural aprofunde a sua apreciação pelo génio criativo de Deus.

4. Gratidão pela Provisão: Reconheça Deus como o Provedor de todas as coisas. Expresse gratidão pelo sustento e pelos recursos que Ele fornece para suas necessidades físicas.

5. Busque o contentamento: Como o salmista observa que Deus satisfaz os desejos de todos os seres vivos, busque o contentamento na provisão de Deus em vez de buscar constantemente bens materiais ou riqueza.

6. Celebre a Diversidade: Reflita sobre a diversidade da criação de Deus. Abrace e celebre a variedade de plantas, animais e ecossistemas, reconhecendo a beleza do projeto diversificado de Deus.

7. Pratique admiração e admiração: Cultive um sentimento de admiração e admiração em sua vida. Reserve um tempo para observar e apreciar o mundo natural, desde os mínimos detalhes até as maiores paisagens.

8. Viva em Harmonia com a Criação: Esforce-se para viver em harmonia com o mundo natural. Considere como suas escolhas e comportamentos diários impactam o meio ambiente e procure fazer escolhas sustentáveis e ecologicamente corretas.

9. Lembre-se da Soberania de Deus: Reflita sobre a soberania de Deus sobre a criação. Confie que Ele está no controle do mundo natural, mesmo diante de desafios ambientais ou desastres.

10. Abrace o descanso e o sábado: Assim como o salmista menciona o sábado, priorize o descanso e a observância de um dia de sábado de adoração e reflexão. Use este tempo para se reconectar com Deus e com a criação.

11. Ore pela Criação: Ore pelo bem-estar do mundo natural e por aqueles que trabalham para conservá-lo e protegê-lo. Busque a orientação de Deus sobre como você pode se envolver nos esforços para resolver questões ambientais.

12. Compartilhe a Criação de Deus: Compartilhe seu amor e apreço pela criação de Deus com outras pessoas. Aproveite as oportunidades para explorar a natureza com amigos e familiares e use-a como uma plataforma para compartilhar sua fé.

Devocional

O Salmo 104 nos convida a nos maravilharmos com a criação de Deus, a cuidar dela com responsabilidade e a encontrar inspiração espiritual no mundo natural. Incentiva uma conexão mais profunda com Deus e Sua magnífica criação.

104.1-35 Como és grandioso! A grandeza de Deus está evidente em toda a natureza, na beleza do nosso planeta e na exuberância da vida. Isso nos leva ao reconhecimento de que tudo vem das suas mãos poderosas e cuidadoras. Tal revelação de Deus está disponível a todas as pessoas, até aquelas que nunca leram a Bíblia e não conheceram ainda o Evangelho de Jesus Cristo. Se alguém tem dúvida se a ecologia tem valor para Deus, basta ler este Salmo para se convencer: todo o ciclo da terra é descrito e relacionado a Deus — tudo depende dele para sobreviver; também o equilíbrio e os ritmos da vida são creditados a Deus. Infelizmente o cristianismo perdeu esta perspectiva, e os cristãos têm mais ajudado a destruir o ambiente do que a conservá-lo. O salmo nos convida a voltar a ver a natureza com sua origem e propósito em Deus, a contemplá-la para aprender sobre Deus. A antiga tradução para o grego (LXX) atribui este salmo a Davi. Isso indica que até o rei tem tempo para meditar sobre a ação de Deus na natureza, e isso o torna sábio. Será que nossos líderes aprenderam esta lição?

104.1 Ó SENHOR Deus. O início de toda contemplação é Deus. Agindo de modo diferente das tradições místicas que endeusam a natureza, o salmista nos convida a reconhecer a Deus na natureza. A confusão entre os dois modos infelizmente tem afastado os cristãos das dádivas de Deus presentes na natureza e das ações de proteção a ela como preciosa criação de Deus. Que todo o meu ser te louve — literalmente, é um diálogo do salmista com sua própria alma, na presença de Deus (“Bendize, ó minha alma, ao Senhor!”, diz a tradução tradicional). Não se trata apenas de uma retórica, mas de uma confissão logo no início, que é repetida no verso final: dependemos tanto de Deus que precisamos da ajuda dele até para fazer nosso ser louvá-lo. Ele nos dá a vida, ele nos dá a capacidade de louvá-lo pelo seu Espírito. O pensamento de que tudo vem de Deus perpassa este salmo. Na igreja oriental, este salmo é orado todos os dias, ao anoitecer. Meu Deus. Deus, com quem tenho uma ligação pessoal.

104.2-3 e te cobres de luz. Estendes os céus… as águas lá de cima. A estrutura do Salmo repete a estrutura do Gênesis: inicia com a luz, sua primeira criação, para descer até o fundo dos mares, para ao fim meditar sobre o mistério de Deus que mantém toda a vida. A luz é vista como uma vestimenta de Deus e o céu como sua morada. O imaginário que coloca Deus lá no alto serve como figura, indicando que reconhecemos Deus como sendo muito maior do que nós.

104.4 os ventos sejam teus mensageiros… relâmpagos. Os fenômenos da natureza estão a serviço de Deus. Em Jesus Cristo isso se manifestou claramente, como em Mt 8.23-27.

104.5-7 Tu puseste a terra bem firme. A regularidade e estabilidade da terra são atribuídas a Deus. Isto se relaciona com o Apocalipse, onde é mostrado que, por conta de nosso estilo de vida sem Deus, esta regularidade está sendo quebrada. Cobriste a terra com o oceano. O salmista evoca a terra como era antes da separação das águas e dos continentes, quando apenas o oceano primordial existia (Gn 1.9-10) Repreendeste as águas… ouviram teu grito. Foi pela ordem de Deus que os mares e os continentes foram criados.

104.6-13 Tu fazes surgir nascentes nos vales. Estes versos poderiam ser chamados de “Salmo das águas”, no qual os diferentes âmbitos da água são descritos, sempre destacando a ação de Deus sobre elas.

104.11 Da sua água bebem todos os animais selvagens. O salmista insiste em mostrar que tudo depende da ação de Deus. A água que sacia a sede é o lugar de passagem para descrever a ação de Deus nos animais e em seus ciclos de alimentação. O salmo vai assim encadeando toda a natureza como um organismo vivo, onde todos têm seu lugar e seus ritmos de vida, sempre na dependência de Deus.

104.13-14 Do céu tu envias chuvas… a terra fica cheia das tuas bênçãos. Fazes crescer capim… e verduras e cereais. Novamente, tudo vem de Deus. Intuitivamente, os humanos o sabem, pois fazem festas religiosas para comemorar as colheitas e também para pedir chuvas e fertilidade. As ofertas e dízimos com o coração agradecido não deixam de ser referência a isso — mas não para tentar controlar Deus: com Jesus Cristo, no Sermão do Monte, será detalhado que a chuva e o sol vão para bons e maus, justos e injustos, como sinal do amor de Deus por todos.

104.15 vinho… azeite e o pão. São os alimentos preparados pelos humanos para os humanos, essenciais para a alimentação e sinal de uma refeição. No AT a mesa da refeição é equivalente à mesa do altar. O vinho também é símbolo e sinal do mistério de Deus. O azeite, além de alimento, também permite iluminar a noite. Todos os alimentos vêm de Deus, e por isso podemos usufruir de todos dentro da vontade de Deus e com gratidão (1Tm 4.4-5).

104.16 as árvores de Deus… que ele plantou. Deus é quem plantou as árvores! Em tempos de desmatamento indiscriminado, os cristãos devem ser lembrados disso. Francis Schaeffer lamenta que os cristãos ficaram mais conhecidos como derrubadores de florestas sagradas do que como preservadores das árvores de Deus. Novamente o engano de, ao rejeitar o culto à natureza, rejeitar a mão de Deus sobre a natureza e assim destruí-la.

104.17-18 Ali os pássaros fazem seus ninhos… cegonhas… cabritos… lebres. Tal qual um ecologista moderno, Davi mostra as árvores e as matas como ambiente necessário e ideal para os animais. Se ao menos os cristãos se preocupassem com plantar árvores para recriar ambientes para os animais, dariam um testemunho importante para toda a sociedade: em seus jardins, nas ruas, nos pátios das suas igrejas…

104.19 Tu fizeste a lua… O sol sabe a hora. Vemos a relação entre noite e dia como marcadora dos ritmos da vida, que hoje já sabemos que influenciam muito na saúde humana.

104.20-23 vão se deitar nas suas covas. Então as pessoas saem para o serviço. Novamente a descrição ecológica, mostrando a relação entre os tempos e os ritmos dos animais e dos humanos — perceba como todos estão interligados no plano de Deus.

104.24 foi com sabedoria que as fizeste. Depois de descrever tanta beleza, o salmista volta a afirmar que toda vida tem sua origem em Deus, e é sua sabedoria que estabeleceu os ritmos. Aqui precisamos cuidar para não entrar numa briga ingênua entre “evolução” e “criação” — não se trata de estabelecer um método “certo” ou “errado”, mas sim de contemplar e adorar o Criador (inclusive porque a harmonização dos princípios pode ser problemática para nós, criaturas, mas não para ele).

104.25-28 o mar imenso, enorme. Mais uma vez a água é destacada! Leviatã. Nome dado a um monstro que representava a desordem e o mal. O mar era um local muito perigoso para os humanos, o que gerou várias lendas e mitos — talvez por isso, no Apocalipse, nos novos céus e terra, o mar deixa de existir (Ap 21.1). Mas até os mais temíveis monstros ainda são criaturas de Deus. Todos esses animais dependem de ti. Tudo tem sua origem em Deus — não há outro — e tudo depende dele.

104.29 Se cortas a respiração… eles morrem e voltam ao pó. Aqui se desfaz um engano: que apenas o início da vida seria dado por Deus, mas não sua manutenção. O salmista expressa que cada respiração é dádiva do Sopro divino, que tudo permanece ligado a Deus e dele depende enquanto vive. Não é a química do pó que mantém a vida — ali só há coisa inanimada, para a qual os corpos voltam após devolver a Deus seu sopro vital. Na visão de mundo cristã, a matéria não é origem da vida, apenas é matéria-prima na qual Deus doa a vida. Só ele tem o poder de dar a vida.

104.30 e assim dás vida nova à terra. A natureza nos remete sempre ao Criador. O belo, o simples, o cuidado de Deus para conosco: ele se importa com cada detalhe da vida, das plantas, dos animais e do ser humano. Somente nele há vida, e vida feliz.

104.31-34 Que ele se alegre com aquilo que fez! Criar a terra e nela manter a vida dá prazer a Deus, e esse Deus exultante nos inspira a também nos alegrarmos (pois é dele que vem a minha alegria!). O Deus Criador e Cuidador da natureza é realmente digno de muito louvor, tal como mostra este salmo.

104.35 Que desapareçam da terra aqueles que não querem saber de Deus. Um dia todos reconhecerão a Deus e respeitarão suas obras e se alegrarão com elas. Enquanto isso, somos convidados a acompanhar o salmista a desde já contemplar, louvar e cuidar das maravilhas da criação.