Lucas 17 — Estudo Devocional

Lucas 17

Lucas 17 apresenta um capítulo repleto de ensinamentos sobre fé, perdão, gratidão e a vinda do reino de Deus. Através de histórias de cura, lições sobre humildade e a ênfase em estarmos prontos para o retorno de Cristo, Jesus oferece insights que nos guiam em nossa jornada de discipulado e em nosso relacionamento com Deus.

O capítulo começa com Jesus ensinando sobre a importância de evitar ofensas e conceder perdão. Ele enfatiza que o perdão não é apenas uma escolha, mas também um reflexo da nossa compreensão do perdão de Deus para conosco. Este ensinamento desafia-nos a examinar os nossos corações e atitudes, encorajando-nos a cultivar um espírito de graça e reconciliação.

O relato de Jesus curando dez leprosos serve como um poderoso lembrete do significado da gratidão. Embora todos os dez sejam curados, apenas um – um samaritano – retorna para expressar gratidão a Jesus. Isto destaca a importância de reconhecer as bênçãos de Deus e responder com o coração cheio de ação de graças. A gratidão transforma nossa perspectiva e aprofunda nosso relacionamento com Deus.

O ensino de Jesus sobre a vinda do reino de Deus enfatiza a necessidade de vigilância e prontidão. Ele usa a analogia dos dias de Noé e Ló para ilustrar que o mundo pode mudar repentinamente e que é crucial estar espiritualmente preparado para o retorno de Cristo. Este ensinamento nos lembra de viver com consciência do eterno, priorizando nosso relacionamento com Deus e compartilhando Sua mensagem com os outros.

O capítulo também inclui o ensino de Jesus sobre o reino de Deus estar dentro de nós. Isto sublinha a natureza espiritual do reino de Deus e a obra transformadora do Espírito Santo nas nossas vidas. Nos encoraja a buscar a presença de Deus e Sua justiça acima de tudo, permitindo que Seu reino se manifeste dentro de nós.

Lucas 17 nos convida a refletir sobre nossa fé, perdão, gratidão e preparação. Somos rápidos em perdoar, refletindo a graça de Deus em nossos relacionamentos? Estamos cultivando um coração de gratidão, reconhecendo as bênçãos de Deus e respondendo com ações de graças? Estamos vivendo com consciência do retorno de Cristo, garantindo que estamos espiritualmente preparados e vivendo a nossa fé de uma forma que O honre?

Ao meditarmos em Lucas 17, esforcemo-nos para viver com uma fé autêntica que se expressa em perdão, gratidão e prontidão. Que busquemos continuamente a presença do reino de Deus dentro de nós, permitindo que Sua obra transformadora molde nossos pensamentos, ações e prioridades. E que possamos abordar cada dia com um coração ansioso, preparados para o retorno de Cristo e comprometidos em viver para a Sua glória.

Devocional

17.1-10 coisas que fazem com que as pessoas caiam. Aqui há uma confrontação de nossa humanidade com a realidade que nos cerca. O pecado em foco é atrapalhar a fé em Jesus, especialmente dos mais simples (v. 2). E inevitável que aconteçam coisas que levem outras pessoas — os mais humildes, ou nós mesmos — a se afastar de Jesus. Isso é muito sério, e merece todo cuidado. O tratamento para esses tropeços começa pela comunhão: a conversa com franqueza, o reconhecimento do erro e o perdão generoso. Nós podemos cuidar para não atrapalhar a fé do outro; podemos ajudar o outro quando peca a reconhecer seu erro, e também podemos perdoar quando esse reconhecimento foi por um erro cometido contra nós. Lembre também que nesta passagem continuamos na caminhada de Jesus para Jerusalém (v. 11, desde 9.51). Aumente a nossa fé. Os discípulos perceberam que precisam depender mais da ajuda de Cristo para enfrentar as tentações de liderar os outros sem o constante exercício do reconhecimento de erros e do perdão mútuo. Em vez de afastar da fé, aumentar a fé. João descreve essa atitude como “andar na luz”, onde a comunhão revela os pecados, e o perdão e purificação pela morte de Jesus vão sendo aplicados (1 Jo 1.5). Somos empregados que não valem nada. Na sequência, Jesus sugere que esse aumento da fé — assim como o evitar escândalos que desencaminhem crentes mais simples — virá através de uma diminuição da nossa imagem e reputação. Como Paulo ensinou, até as boas obras que fazemos já tinham sido preparadas antecipadamente por Deus para que as fizéssemos (Ef 2.10); portanto, não queira ser “um grande servo/a”, porque isso provavelmente irá levá-lo a desviar muita gente, da fé em Jesus para uma “fé” em você mesmo. A verdade é que somos servos comuns, ordinários, que não fazem mais que a obrigação — as grandes obras quem faz é o Senhor Jesus. Sabendo isso, nossa fé em Jesus aumentará. Veja Tg 4.1-5.20, notas, e os quadros “Nossa estrada para Jerusalém” (Mt 20) e “O descanso em Jesus” (Hb 3).

17.11-19 você está curado porque teve fé. Dez leprosos foram curados, mas só um tornou-se grato — e foi alguém que não era considerado membro do povo de Deus. Isso nos indica que podemos prestar ajuda a quem nos pede sem condicioná-la a adesão à nossa fé. E, para nossa surpresa, encontraremos fé em Jesus onde não esperávamos! peçam aos sacerdotes que examinem vocês. Este era o procedimento necessário para poder reintegrar um leproso ao convívio da sociedade. A cura pela fé não precisa temer passar por exames clínicos que a comprovem (se o exame não comprovar, então não houve a cura). Essa infelizmente é mais uma área onde podem ocorrer tropeços na fé, por lideranças que não reconhecem seus erros e limitações (vide nota anterior). Veja o quadro "Quando a cura não vem" (Mt 8).

17.20-37 quando ia chegar o Reino de Deus. Repare a diferença da resposta dada aos fariseus (vs. 20-21) e aos discípulos (vs. 22-37). Assim também será no dia em que Jesus voltar: os crentes saberão, mas os demais continuarão sua vida até que seja tarde demais (vs. 26-32). Veja Mt24, notas, e o quadro "Escatologia — As últimas coisas" (2Ts 2).

17.20-21 não será uma coisa que se possa ver. O Reino de Deus não é uma estrutura social ou religiosa visível, mas uma condição interior de autoconsciência da pecaminosidade e dependência da graça, está dentro de vocês. As palavras originais também podem ser traduzidas como “está no meio de vocês”, referindo-se à presença do próprio Jesus Cristo entre eles.

17.22-37 vocês vão querer ver... mas não verão. Todas as gerações desde a ascensão de Cristo têm a sensação de que a volta dele pode acontecer na sua época, não saiam para procurá-lo. Aos discípulos Jesus tranquiliza, dizendo que não precisam se preocupar, eles não perderão a manifestação da sua vinda. Num toque de humor, ele diz que isso será tão natural quanto urubus acharem um cadáver (v. 37), primeiro ele precisa sofrer e ser rejeitado. Essa verdade, de primeiro sofrer e morrer, todos discípulos de Jesus têm dificuldade para aceitar — e é para isso que Jesus os conduz a Jerusalém. A pessoa que procura os seus próprios interesses. Que quiser “salvar” suas posses e sua vida acabará por perdê-la. 

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