Lucas 21:1-38 — Interpretação Bíblica
Lucas 21
20:4 O batismo de João - era do céu ou de origem humana? Aqui, como em todo o Evangelho de Lucas, os ministérios de João Batista e Jesus estão ligados. A pergunta de Jesus apresentou aos fariseus um dilema. Se eles reconhecessem o ministério de João como vindo do céu, eles estariam reconhecendo a mesma origem divina do ministério similar “independente” dirigido pelo Espírito de Jesus. Mas se os fariseus negassem que João fosse enviado por Deus, arriscavam-se a enfurecer a maioria do povo, que acreditava que o ministério de João era divinamente dirigido (vv. 5-6).20:9 Um homem plantou uma vinha. A imagem da vinha lembra o assunto da parábola de Jesus em 13:6-9. Essa parábola também é encontrada em Mateus 21:33–44 e Marcos 12:1–12, com algumas pequenas variações de detalhes em cada relato.
20:14 Este é o herdeiro. Os vinhateiros esperavam que, com a morte do filho, a herança ficasse para os que trabalhavam na propriedade, transferência que era possível no mundo antigo. Deve -se notar que os detalhes desta parábola não representam o pensamento daqueles que crucificaram Jesus. Os líderes de Israel pensavam que estavam impedindo alguém que era perigoso para o judaísmo, não que herdassem o reino de Jesus.
20:17 A pedra que os construtores rejeitaram. Esta passagem, tirada do Salmo 118:22, retrata a exaltação do justo, Jesus, após a rejeição. A oposição não impedirá Deus de fazer daquele que é rejeitado o centro de sua obra de salvação.
20:18 Todo aquele que cair sobre aquela pedra. Jesus é a pedra. Qualquer um que for contra a pedra será destruído. A declaração de Jesus é semelhante a um provérbio judaico tardio: “Se a pedra cair na panela, ai da panela; se a panela cair sobre a pedra, ai da panela”. A imagem da pedra também é encontrada em 1 Pedro 2: 4-8.
20:22 É certo pagarmos impostos a César. Esta questão dizia respeito ao poll tax para Roma, que era diferente dos impostos cobrados pelos coletores de impostos. O poll tax era um imposto de cidadania pago diretamente a Roma, como uma indicação de que Israel estava sujeito a essa nação gentia. A pergunta dos fariseus era uma pergunta capciosa. Se Jesus respondesse sim, o povo ficaria zangado porque Ele respeitava uma potência estrangeira. Se ele respondeu não, ele pode ser acusado de sedição.
20:24 De quem é a imagem e a inscrição? A resposta de Jesus foi inteligente. Ele fez os fariseus tirarem uma moeda, indicando que eles já reconheciam a soberania romana usando as próprias moedas romanas. Um denário era uma moeda de prata que tinha uma imagem do imperador Tibério.
20:27 Saduceus. Os saduceus, os fariseus e os essênios eram três divisões principais no judaísmo do primeiro século. Os saduceus rejeitaram as tradições orais que os fariseus obedeciam com muito rigor. Em vez disso, basearam seu ensino apenas nos primeiros cinco livros do Antigo Testamento. Eles também negaram que pudesse haver uma ressurreição.
20:36 eles são como os anjos. A vida eterna de uma pessoa ressuscitada faz dessa pessoa algo como um anjo. Paulo explica ainda que na ressurreição nos serão dados corpos ressurretos semelhantes aos de Cristo (1Co 15:25-58). Esta será uma nova experiência que não será necessariamente paralela às experiências nesta terra, como o casamento.
20:41–42 Por que é dito isso. Aqui, Jesus se volta para levantar uma questão teológica. O dilema que Ele coloca é como o Messias poderia ser chamado de filho de Davi quando o próprio Davi lhe deu o título de Senhor, meu Senhor. Esta é uma citação do Salmo 110:1. O Messias era descendente de Davi, mas Davi lhe deu o respeito devido a um superior, o inverso do que normalmente acontecia nos tempos antigos. Jesus não estava negando o título de filho de Davi ao Messias, Ele estava simplesmente notando que o título Senhor, que significa “mestre”, é mais central. Até mesmo Davi um dia se curvará aos pés do Messias e confessará que Ele é o Senhor ( Fp 2:10).
Fonte: NIV Halley’s Study Bible, 2020 por Zondervan
Notas Adicionais:
21.1-4 Jesus tinha acabado de falar sobre as viúvas (20.47) e, agora, ele vê uma delas, pondo dinheiro na caixa das ofertas. Pobre e desprezada, ela é bem diferente dos mestres da Lei (20.46) e dos ricos (21.1). Com tudo que tem, ela se entrega a Deus e espera que Deus cuide dela. É ela que serve de exemplo aos discípulos, e não os mestres da Lei.
21.1 caixa das ofertas: No pátio das mulheres, no Templo, havia treze dessas caixas.
21.5-38 Neste trecho Jesus fala sobre a destruição do Templo e da cidade de Jerusalém, sobre as dificuldades do fim dos tempos e sobre a vinda do Filho do Homem. É o último discurso de Jesus em público.
21.6 será destruído: Por causa da revolta dos judeus contra Roma, o Templo foi completamente destruído pelas tropas romanas em 70 d.C.
21.7 eles: Por chamarem Jesus de “Mestre”, com certeza são os discípulos (Mt 24.1; Mc 13.1). quando será isso? Estão falando sobre a destruição do Templo (v. 6). A resposta de Jesus vai além da destruição do Templo e inclui acontecimentos que levarão muitos a pensar que está chegando o fim do mundo (v. 9).
21.11 coisas terríveis... grandes sinais: Is 8.21-22; Ez 5.11-12.
21.13 oportunidade... para anunciarem o evangelho: At 16.23-34; 24.10-21,24-25; 26.1-32; Fp 1.12-14.
21.15 darei palavras e sabedoria que... não poderão resistir: Mt 10.19-20; Lc 12.11-12. Um exemplo disso está em At 6.10.
21.18 nem um fio de cabelo... será perdido: Esta promessa não deve ser levada ao pé da letra. Alguns dos seguidores de Jesus serão mortos (v. 16), mas nem mesmo a morte os separará do amor de Deus (Lc 12.7; Mt 10.21-22; Rm 8.37-39).
21.20 será destruída: Lc 19.43-44.
21.21 fujam para os montes: O ataque final contra Jerusalém durou de abril a setembro do ano 70 d.C. Eusébio, um historiador cristão, diz que, antes de Jerusalém ser cercada pelo exército romano, os cristãos fugiram para a cidade de Pela, que ficava na Pereia, no lado leste do rio Jordão.
21.22 o que as Escrituras Sagradas dizem: Ez 9.1; Dn 9.26-27; Os 9.7; Mq 3.12.
21.24 até que termine o tempo de eles fazerem isso: Este parece ser o tempo durante o qual o evangelho será pregado aos não-judeus (Lc 24.47).
21.25 sinais no sol, na lua: Esta descrição do que vai acontecer no Universo usa linguagem tirada do AT: Is 13.10; Ez 32.7; Jl 2.10,31; 3.15 (Ap 6.12-13). terrível barulho do mar e das ondas: Sl 46.1-3; 65.7.
21.26 os poderes do espaço: As estrelas e os planetas, que, de acordo com o pensamento daquele tempo, eram governados por seres ou poderes espirituais.
21.31 aquelas coisas: Os acontecimentos fora de comum descritos em Lc 21.25-26.
21.32 essas coisas: Ao que parece, os acontecimentos descritos em Lc 21.20-24.
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