Lucas 19:1-48 — Interpretação Bíblica

Lucas 19

19:2 Zaqueu. Este era o chefe dos coletores de impostos, o que significava que ele provavelmente licitou o direito de coletar impostos e então contratou outro coletor de impostos para realmente recolher o dinheiro.

19:7 Todas as pessoas. . . começou a murmurar. A multidão não estava feliz com a escolha de Jesus de quem honrar com sua comunhão. Na opinião da multidão, Zaqueu era um pecador. Os cobradores de impostos muitas vezes tomavam para si uma alta porcentagem do que exigiam. Eles eram odiados e desprezados no antigo Israel.

19:1–10 Zaqueu era um chefe dos cobradores de impostos, chefe de um grande escritório de cobradores de impostos. Os cobradores de impostos eram considerados iguais às prostitutas (v. 7; Mt 21:31-32). Eles eram geralmente odiados, porque os impostos iam para uma potência estrangeira. Jericó era uma cidade de sacerdotes. Jesus escolheu um cobrador de impostos em vez de um sacerdote para ficar com ele. Zaqueu se converteu imediatamente e deu provas genuínas disso. Jesus havia dito ao jovem rico para dar tudo (Lc 18:22). Zaqueu deu metade (v. 8), e Jesus o declarou herdeiro da salvação.

19:11 as pessoas pensavam. Evidentemente, os discípulos acreditavam que a chegada de Jesus a Jerusalém sinalizaria a chegada do reino de Deus. A parábola de Jesus nos versículos 12–27 foi projetada para dissipar esse equívoco. Note que os discípulos levantaram a mesma questão em Atos 1:6.

19:13 dez minas. Cada servo recebia uma mina ou cerca de três meses de salário para o trabalhador médio. O mestre, simbolizando o próprio Jesus, quer ver frutos, ou dividendos de seu investimento. Seus servos fizeram bom uso do dinheiro que receberam?

19:20–23 Eu estava com medo de você. A desculpa do servo infiel para o fracasso reflete uma visão negativa do nobre. Se o servo realmente temesse o patrão, teria feito alguma coisa com o dinheiro. Até mesmo colocar o dinheiro no banco renderia juros.

19:31–34 O Senhor precisa disso. Tal empréstimo de um animal não foi tão estranho quanto possa parecer. Havia um antigo costume pelo qual um líder político ou religioso podia requisitar propriedades para uso de curto prazo. Jesus estava entrando em Jerusalém para celebrar a Páscoa e a Festividade dos Pães Asmos, festividades que comemoravam o grande ato de libertação da nação por Deus. Tais festivais eram muitas vezes celebrados com a esperança de que o livramento decisivo de Deus viria.

19:41 chorou por isso. Jesus sabia que tantos do povo de Israel o haviam rejeitado que a nação sofreria julgamento na forma da terrível destruição que veio sobre Jerusalém em 70 d.C.

19:43 construir um aterro contra você. Esta é uma previsão do cerco bem-sucedido de Roma a Jerusalém sob Tito. Os detalhes refletem um julgamento divino pela infidelidade da aliança, semelhante à destruição babilônica de Jerusalém em 586 aC (Is 29:1-4; Jr 6:6-21; Ez 4:1-3).

Fonte: NIV Halley’s Study Bible, 2020 por Zondervan

Notas Adicionais:

19.1-10 valor que Jesus dá às pessoas que eram desprezadas pelas autoridades religiosas. De certa forma, este acontecimento resume toda a atividade pública de Jesus.

19.2 um homem rico: Jericó era um importante centro comercial, um lugar onde um chefe dos cobradores de impostos (ver Lc 3.12, n.) como Zaqueu facilmente podia ficar rico.

19.4 figueira brava: Uma árvore baixa com galhos grossos, onde facilmente alguém podia subir.

19.7 resmungar: Lc 5.30; 7.34; 15.2.

19.8 devolver quatro vezes mais: A promessa de Zaqueu ia bem além do que a Lei de Moisés exigia (Lv 6.2-5; Nm 5.6-7). A decisão dele é bem diferente daquela do homem rico (Lc 18.23).

19.9 este homem também é descendente de Abraão: Jesus disse que Zaqueu fazia parte do povo de Deus (Lc 13.16), por mais que seus compatriotas o desprezassem e considerassem traidor. Jesus está falando de modo especial para aqueles que estavam resmungando (v. 7).

19.10 buscar e salvar quem está perdido: Lc 15; Mc 10.45; 1Tm 1.15.

19.11-27 Jesus está chegando perto de Jerusalém (v. 11), e com esta parábola termina a seção que começa em 9.51. A parábola é bem parecida com a de Mt 25.14-30 e também ensina que os seguidores de Jesus precisam ser fiéis no uso do que lhes é confiado. Mas esta parábola tem uma ênfase que não aparece em Mateus: o homem volta para casa como rei e manda que os seus inimigos sejam mortos.

19.11 ia aparecer logo: Esta era a expectativa do povo e também dos discípulos (At 1.6). A parábola ensina que é preciso saber esperar (Lc 17.20-37). Ao mesmo tempo deixa claro que o patrão vai voltar como rei para recompensar (vs. 17,19) e castigar (vs. 24, 27).

19.13 dez dos seus empregados: Mais tarde, somente três são chamados a prestar contas ao patrão (vs. 16,18,20). Em geral, as parábolas de Jesus têm um máximo de três personagens. uma moeda de ouro: Valia 100 moedas de prata (ver Lc 15.8, n.).

19.14 o povo... o odiava e... mandou atrás dele uma comissão: No ano 4 a.C., depois da morte de Herodes, seu filho Arquelau (Mt 2.22) viajou a Roma para ser confirmado como rei da Judéia. O povo judeu mandou uma comissão a Roma para protestar contra a nomeação de Arquelau. É possível que a parábola esteja se referindo àquele acontecimento.

19.26 aquele que tem muito receberá ainda mais: Os que aceitam e guardam as verdades que lhes foram dadas receberão ainda mais de Deus; o contrário acontece com os que não aceitam o que Deus lhes oferece (Mt 13.12; Mc 4.25; Lc 8.18).

19.27 inimigos: Entre outros, aqueles que não queriam que ele fosse feito rei deles (v. 14).

19.28-40 Quando Jesus estava chegando perto de Jerusalém, os seus seguidores o receberam com festa, dizendo que ele é Rei (v. 38). Jesus aceitou a aclamação. Depois, chorou com pena da cidade.

19.28 Jesus foi... para Jerusalém: Aqui, começa a última seção de Lucas, que registra as atividades de Jesus em Jerusalém, com duração de mais ou menos uma semana. Calcula-se que Jesus entrou na cidade no domingo; na sexta-feira, ele foi crucificado.

19.29 Betfagé: Povoado que ficava perto do monte das Oliveiras, a 1 km a leste de Jerusalém. Betânia: Um povoado que ficava a uns 3 km a leste da cidade. monte das Oliveiras: Ficava a leste de Jerusalém, no outro lado do vale do Cedrom. O profeta Zacarias tinha dito que o Senhor Deus iria aparecer nesse monte (Zc 14.4).

19.30 o povoado: Provavelmente, Betfagé (Mt 21.1).

19.31 Mestre: A palavra grega também pode ser traduzida por “Senhor” ou “dono”. No v. 33, o plural desta palavra quer dizer “donos”.

19.34 Mestre: Ver v. 31, n.

19.36 o povo estendia as suas capas no caminho: Esta era uma maneira festiva de receber reis e outras pessoas importantes (2Rs 9.13). Lucas não menciona ramos.

19.38 Eles: Essas pessoas são seguidores de Jesus (v. 37) que vieram da Galiléia para comemorar a Páscoa. Para saudar Jesus, usam palavras do Sl 118.25-26.

19.40 as pedras gritarão! As palavras de Jesus lembram Hc 2.11. O sentido mais provável é este: nada pode impedir que Jerusalém aclame seu Rei. O juízo de Deus não deixará pedra sobre pedra em Jerusalém (v. 44; Lc 21.5-6,20-24), e as pedras serão testemunhas de que os seguidores de Jesus estavam com a razão.

19.41-44 Apenas Lucas conta este episódio. Jesus diz que Jerusalém será destruída pelos inimigos (Lc 21.20). Isso aconteceu em 70 d.C., quando tropas romanas cercaram e arrasaram a cidade.

19.44 o tempo em que Deus veio para salvá-la: Justamente o tempo da vinda do Reino de Deus, anunciado e inaugurado por Jesus.

19.45-48 Entrando em Jerusalém, Jesus vai para o Templo e expulsa os vendedores (v. 45). O Templo passa a ser de novo ‘Casa de oração’ (v. 46) e o lugar onde Jesus ensina (v. 47; Lc 20.1; 21.37; 22.53).

19.45 os vendedores: No pátio dos não-judeus, vendiam-se animais e pombas que seriam apresentados em sacrifício a Deus. Isso era feito para ajudar as pessoas que vinham de longe e queriam oferecer um sacrifício.

19.46 está escrito: Para justificar o que faz, Jesus cita Is 56.7; Jr 7.11.

19.47 todos os dias: Lc 21.37-38. Jesus ensinou no Templo até quinta-feira, quando foi preso (Lc 22.54). Os chefes dos sacerdotes: Ver Lc 9.22, n.

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