Lucas 14:1-35 — Interpretação Bíblica

Lucas 14

14:7 escolheu os lugares de honra. Nos tempos antigos, os melhores lugares para uma refeição eram aqueles ao lado do anfitrião.

14:17 aqueles que haviam sido convidados. No mundo antigo, os convites para um banquete eram enviados bem antes da refeição. Então, no dia da festa, os servos anunciavam o início da refeição. Essa parábola é semelhante à de Mateus 22:1–4, mas provavelmente foi dita em outra ocasião.

14:20 Acabei de me casar. Enquanto o Antigo Testamento isentava o homem do dever militar por causa do casamento (Dt 20:7; 24:5), o casamento não era uma desculpa para evitar os deveres sociais. O ponto geral aqui é que o homem considerava seus próprios assuntos mais importantes do que a festa.

14:21 os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos. Esta lista coincide com a do versículo 13. Os aleijados foram excluídos da plena participação no culto judaico (Lv 21:17-23). O segundo convite do mestre estendeu o escopo da oferta àqueles que foram rejeitados pela sociedade.

14:23 Vá para as estradas. O segundo convite do mestre se estendeu além dos limites da cidade, incentivando ainda mais pessoas a virem à festa. Isso pode retratar a inclusão dos gentios na salvação de Deus (Is 49:6). A instrução para “obrigá-los” a entrar não significa forçar as pessoas, mas instigá-las.

Vários Ensinamentos

Lucas 14

Uma cura no sábado (vv. 1-6). Jesus tinha acabado de curar uma mulher na sinagoga no sábado (13:10-17). Isso foi em uma festa de sábado na casa de um fariseu. Os fariseus não tinham escrúpulos em festejar no sábado — mas curar os enfermos era simplesmente imperdoável. (Ver também Mc 3:1–6.)

Conselhos aos convidados (vv. 7–11). Jesus insistiu que a assertividade egoísta é autodestrutiva. O caminho da humildade é melhor e leva ao verdadeiro avanço. São os mansos que herdarão a terra (Mt 5:5). É o humilde cobrador de impostos, não o orgulhoso fariseu, que agrada a Deus (Lc 18:9-14). São os humildes que receberão a exaltação final (v. 11), como Jesus disse várias vezes (Lc 18:14; Mt 23:12).

Bondade para com os menos afortunados (vv. 12-14). Não há virtude em entreter aqueles a quem você espera que retribua o favor. Em vez disso, gaste o esforço naqueles que não podem fazer nada por você, com os olhos na recompensa celestial. Quantas vezes Jesus nos aconselhou a manter nossos olhos no céu! (Veja Lc 10:25-37.)

Desculpas (vv. 15-24). Jesus não tinha ilusões quanto à recepção geral de seu reino. Ele sabia que muitos, desde os líderes religiosos e a própria nação até os distantes gentios, o rejeitariam e sua oferta de redenção eterna com as desculpas mais triviais; eles preferem ter as coisas que podem ver agora, que desaparecerão, do que aquilo que é eterno.

O custo do discipulado (vv. 25-35). Estas são palavras severas. Seguir Jesus era um negócio muito mais sério do que as multidões imaginavam. Ele sabia que eles o estavam seguindo com apenas uma vaga ideia do que era seu reino. Essa é a razão pela qual ele usou declarações tão fortes. Jesus não quis dizer que devemos odiar nossos pais ou nossos filhos (v. 26). A devoção fiel àqueles que são nossa própria carne e sangue é um dos ensinamentos claros das Escrituras. Mas Jesus quer dizer que se for necessário fazer uma escolha entre ele e eles, não deve haver a menor hesitação.

14:34 O sal é bom. No mundo antigo, o sal era frequentemente usado como catalisador para a queima de combustível, como esterco de gado. O sal da época era impuro e podia perder sua força com o tempo, tornando-se inútil. O ponto de Jesus é que o mesmo é verdade para um discípulo “sem sal”.

Notas Adicionais:
14.1-35
A primeira parte deste capítulo (vs. 1-24) conta o que aconteceu quando Jesus foi convidado para tomar uma refeição na casa de um fariseu. A parte final (vs. 25-35) traz ensinamentos para as pessoas que estão acompanhando Jesus até Jerusalém

14.1 Jesus entrou na casa de certo líder fariseu. Apesar de criticar severamente os fariseus (Lc 11.37-44; 12.1), Jesus se dava bem com alguns deles (Lc 7.36,11.37; Jo 3.1-2).

14.2 braços inchados. O inchaço era causado por uma doença chamada hidropisia, que consiste na retenção de líquidos no corpo da pessoa.

14.3 A nossa Lei. Jesus está falando sobre a Lei de Moisés.

14.4 curou-o. Segundo Lucas, esta é a terceira cura num dia de sábado (Lc 13.10-17).

14.5 Se... um boi... cair num poço. Mt 12.11. A Lei mandava socorrer animais domésticos (Êx 23.4-5; Dt 22.4; Lc 13.15).

14.7 os melhores lugares. Os lugares próximos da pessoa que fez o convite.

14.9 último lugar. O lugar mais afastado da pessoa que fez o convite.

14.10 isso será uma grande honra. Ver situação parecida em Pv 25.6-7.

14.11 quem se engrandece será humilhado. Mt 23.12; Lc 18.14. será engrandecido. Deus vai engrandecê-lo (Tg 4.10; 1Pe 5.6).

14.16 Jesus lhe disse. Nesta parábola (vs. 16-24) Jesus ensina que muitos dos que foram convidados para a festa do Reino de Deus (v. 24) não estarão presentes. No contexto, refere-se aos judeus que não aceitaram o Messias. Por outro lado, os que pensavam que não mereciam ser convidados estarão lá. Estes são tanto judeus desprezados (aqueles das “ruas e becos da cidade”, v. 21) quanto não-judeus (aqueles das “estradas” e dos “caminhos” fora da cidade, v. 23).

14.18 desculpas. Todas são desculpas esfarrapadas. Ninguém compraria um sítio sem primeiro dar uma olhada nele. Os convidados estão ofendendo a pessoa que os convidou.

14.26 se não me amar mais do que. Literalmente, o texto original diz: “se não odiar”. “Odiar” ou “desprezar” é uma forma bíblica de dizer que se ama uma pessoa mais do que a outra (Gn 29.30-31; Dt 21.15-17). O amor a Jesus deve estar acima do amor aos membros da família (Mt 10.37).

14.27 estiver pronto para morrer como eu vou morrer. Literalmente, o texto original diz: “carregar a sua cruz” (Mt 16.24; Mc 8.34).

14.28 torre. Construção estreita e alta, com uma guarita. Torres eram colocadas em plantações de uvas (Is 5.2; Mc 12.1), nos campos (2Cr 26.10) ou sobre as muralhas de uma cidade (Ne 3.1).

14.34-35 Esta pequena comparação ensina a mesma verdade dos vs. 26-33. O sal que “perde o gosto” é o seguidor de Jesus que perde a sua devoção total a ele.

14.35 nem para a terra nem para o monte de esterco. Naquele tempo, o sal, que era tirado do mar Morto, não se conservava por muito tempo. Quando perdia o gosto, não servia mais nem para adubar a terra, muito menos para melhorar a qualidade do esterco.

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