Josué 7 — Explicação das Escrituras

Josué 7 relata as consequências da desobediência de Acã. Após a vitória em Jericó, Israel sofre derrota na tentativa de capturar Ai. Josué busca a orientação de Deus e descobre que a derrota se deve ao pecado de um indivíduo, Acã, que havia levado despojos proibidos de Jericó. O pecado de Acã é exposto e ele e sua família são apedrejados até a morte.

O capítulo destaca o princípio da responsabilidade comunitária e o impacto das ações individuais em toda a comunidade. Destaca a importância da obediência aos mandamentos de Deus e a gravidade do pecado. A história de Acã serve como um alerta, enfatizando que a desobediência pode levar a consequências graves. O capítulo mostra a importância de manter a integridade moral e a necessidade de os israelitas permanecerem fiéis à aliança de Deus enquanto continuam a conquista da Terra Prometida.

A Campanha em Ai (7:1—8:29)

O capítulo 7 trata da questão do pecado em Canaã. Embora o povo tivesse atravessado o Jordão, eles ainda estavam propensos a pecar. Aqui está a história da derrota de Israel em Ai e da vitória de Israel sobre o pecado em Acor.

7:1–5 Quando Josué enviou espias a Ai, eles retornaram com o relatório confiante de que a cidade estava mal defendida e que não seria necessário enviar mais de dois ou três mil soldados contra ela. Mas quando um exército de cerca de três mil homens marchou sobre Ai, eles encontraram a derrota em vez da vitória.

7:6–10 Muitas vezes a derrota vem depois da vitória; é quando menos esperamos. É quando nos sentimos mais fortes em nós mesmos. O povo não orou antes de ir contra Ai, nem o Senhor ordenou que fossem, como havia ordenado que tomassem Jericó. Consequentemente, eles aprenderam dolorosamente que nem tudo estava bem; algo havia mudado. Os cananeus não eram mais fortes, mas Israel era mais fraco, e a razão era que o pecado havia entrado no acampamento. Embora apenas um homem tenha cometido a falta, toda a nação foi culpada (v. 11) e trinta e seis homens morreram (v. 5). O SENHOR disse a Josué que não era hora de orar, mas de agir (v. 10).

7:11–26 Josué soube que a derrota foi causada pelo pecado no acampamento. Alguém havia desobedecido ao Senhor na conquista de Jericó por meio de saques. Não sabemos qual método foi usado para encontrar o culpado; talvez tenha sido lançando sortes. De qualquer forma, o campo foi reduzido primeiro à tribo, depois à família, depois à casa e depois ao homem - Acã. Ele confessou ter roubado uma vestimenta babilônica, duzentos siclos de prata e uma cunha de ouro. Ele também admitiu enterrá-los no chão de sua tenda.

“Quando vi... cobicei... e tomei” (v. 21). A história de Acã fornece uma ilustração vívida de Tiago 1:14, 15: “Mas cada um é tentado quando é atraído e engodado pelos seus próprios desejos. Então, quando o desejo concebe, dá à luz o pecado; e o pecado, quando consumado, gera a morte”.

Acã, ao tomar algo que estava sob proibição, tornou-se ele próprio amaldiçoado (Dt 7:26). Pode parecer duro que toda a família de Acã tenha compartilhado seu destino, mas o pecado é um assunto sério. A fé de Raabe salvou toda a sua família. O pecado de Acã condenou o dele. Além disso, eles deviam estar cientes de suas atividades, já que os bens roubados estavam enterrados sob sua tenda. Talvez seus filhos até tenham participado de seu pecado. A lição que Deus estava ensinando a Seu povo era clara: o pecado contamina todo o acampamento e deve ser totalmente erradicado sempre que surgir.

Como punição por seu crime, Acã e sua família foram apedrejados até a morte e depois queimados. Também foram queimados todos os seus pertences, bem como os bens roubados. H. J. Blair comenta:

Com a morte de Acã, o ato de sacrilégio foi expiado, e o cenário da tragédia, o vale de Achor, tornou-se uma porta de esperança quando o povo se voltou mais uma vez para o avanço.6

Notas Adicionais

7.1 A ira do Senhor se acendeu.
Acã, que quer dizer “turbulento”, tomou a coisa anátema (cherem) e todo o Israel sofreu. A unidade de Israel era tão importante aos olhos de Deus que o pecado de Acã envolveu a nação toda (cf. At 5.3).

7.2 Betel, isto é, “Casa de Deus”.

7.12 Já não serei convosco, se não. No v. 7 Josué fez uma pergunta de um tal modo, que culpava a Deus pelos problemas de Israel, pela derrota sofrida. O verso 10 mostra que esta não era ocasião para orar, mas sim, para obedecer ao mandamento de Deus! “Israel pecou, e violaram a... aliança” (11). Agora, neste estado de desobediências a nação estava sujeita à destruição, como as nações ao redor dela. E em: desobediência a Deus, o povo não pedia receber suas bênçãos. Assim, o santo Deus não podia ser com eles se não se purificassem (cf. 1 Pe 1.13-22).

7.13 Santificai-vos. Israel estava contaminado pela desobediência.

7.14 Por sorte. A “sorte”, heb goral, derivado da raiz que significa “rolar”“ era uma pedra preta ou branca. Várias delas se guardavam numa caixa, e a cor da pedra que era tirada, numa determinada ocasião, estabelecia as respostas “sim” ou “não”. Daí a expressão ”sair a sorte”, 18.11; 19.1. Considerava-se que a sorte era o método indicado para abafar o raciocínio humano em favor da soberania de Deus, veja Pv 16.33 com a nota Na Bíblia, descreve-se este processo para dividir Canaã entre as tribos, Nm 26.55; para distribuir despojos de guerra, Jl 3.3; Na 3.10; para apontar os culpados, 1 Sm 14.42; Jn 1.7, para escolher heróis, Jz 20.10; para nomear oficiais, Lv 16,8; 1 Sm 10.19; At 1.26.

7.15 Aquele... queimado... e tudo quanto tiver. É provável que todos os membros da família de Acã tiveram alguma parte nesta desobediência ao mandamento de Deus, e por isso todos seriam punidos.

7.16 Caiu a sorte. Era costume em Israel e em outras nações. (Js caps. 15 e 19; Mt 27.35).

7.21 Duzentos siclos de prata. Um siclo indicava um peso de 6 g. Um siclo de prata tinha o valor aproximado de 4 cruzeiros. Assim, 200 siclos valia 800 cruzeiros (1973).

7.25 Israel o apedrejou. Este era o modo usado, em Israel, para se punir certos pecados: idolatria (Lv 20.2) e blasfêmia (1 Rs 21.10; At 7.59). 7.26 O vale de Acor. No heb a palavra akar significa “perturbar”. Tanto o nome do vale como o do homem (Acã) são relacionados com esta palavra. É o vale da perturbação. Em 1 Cr 2.7 Acã (Acar) é chamado “o perturbador de Israel”.

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