Levítico 9 — Explicação das Escrituras

Levítico 9 descreve os primeiros atos oficiais de adoração realizados por Aarão e seus filhos como sacerdotes recém-consagrados. Moisés os instrui a oferecer vários sacrifícios, incluindo uma oferta pelo pecado, um holocausto e uma oferta pacífica, para fazer expiação por eles mesmos e pelo povo. As ofertas são apresentadas de acordo com os procedimentos descritos nos capítulos anteriores. Arão abençoa o povo depois de oferecer os sacrifícios e a glória do Senhor aparece diante de todo o povo. Um fogo do Senhor consome as ofertas no altar, confirmando Sua aceitação.

O capítulo destaca a importância do papel dos sacerdotes em facilitar a adoração e a reconciliação entre Deus e o povo. Também enfatiza a necessidade de seguir os mandamentos de Deus precisamente no processo sacrificial. O evento serve para demonstrar o estabelecimento do sacerdócio e a importância das práticas de adoração adequadas dentro do tabernáculo.

Em resumo, Levítico 9 descreve os atos inaugurais de adoração conduzidos por Aarão e seus filhos como sacerdotes. O capítulo destaca seu papel em oferecer sacrifícios e fazer expiação por si mesmos e pelo povo. A aceitação de suas ofertas por Deus simboliza Sua aprovação de sua consagração e ressalta a importância de suas responsabilidades sacerdotais. Este capítulo serve para confirmar o estabelecimento do sacerdócio e reforça os princípios de adoração e obediência dentro das práticas religiosas israelitas.

Explicação

9:1–4 Aarão e seus filhos assumiram seus deveres oficiais no oitavo dia. Primeiro, eles deveriam oferecer para si mesmos um novilho como oferta pelo pecado e um carneiro como holocausto. Então eles deveriam oferecer pelo povo: um bode como oferta pelo pecado; um bezerro de um ano e um cordeiro para holocausto; um touro e um carneiro para ofertas pacíficas; uma oferta de cereais.

9:5–23 Toda a congregação se aproximou da presença do Senhor em frente ao tabernáculo. Quando Aarão cumpriu plenamente todas as instruções de Moisés a respeito da oferta pelo pecado, do holocausto, da oferta do povo, da oferta de cereais, das ofertas pacíficas e da oferta movida (vv. 5–21), ele ergueu a mão e abençoou o povo (vv. 22, 23).

9:24 Então um fogo saiu do lugar santíssimo do tabernáculo e consumiu o holocausto que estava sobre o altar de bronze. Isso indicava a aceitação da oferta por parte de Deus. Este fogo do Senhor deveria ser mantido queimando continuamente no altar do holocausto.

Notas Adicionais

9.1-24 As três partes essenciais do capítulo são: 1) Os mandamentos, 1-7; 2) A execução dos mandamentos, 8.22; 3) A aprovação divina pronunciada sobre aquilo que havia sido feito, 22-24.

9.4 Arão, tipificando Jesus Cristo na sua posição de sumo sacerdote, não podia tipificá-lo em matéria de santidade, visto que tinha, em primeiro lugar, que buscar a expiação pelos seus próprios pecados, Hb 5.1-3.

9.11 Simbolizava a expiação completa; completa maldição caia sobre o substituto, e a expiação não era completada até que o sacrifício fosse completo e inteiramente consumido, Hb 13.11-13.

9.23 A glória do Senhor na nuvem, e o fogo que dEle procedeu, (24), era uma confirmação pública da aceitação divina do ministério sacerdotal e da eficácia das ofertas. Cf. também Êx 40.34; 2 Cr 7.1.

9.24 O fogo tem sido considerado um símbolo sagrado por quase todos os povos e por quase todas as religiões. Como símbolo ilustra muitas verdades bíblicas. O fogo foi empregado por Deus, não somente para oferecer a Sua proteção divina (Nm 9.16) como também para ser o instrumento da Sua justa vingança (Dt 4.24; Hb 12.29), e um símbolo do Espírito Santo (Is 4.4; At 2.3). O presente versículo mostra a vinda do fogo com a finalidade de consumir o sacrifício sobre o altar, já que todas as ofertas queimadas tinham que ser consumias pelo fogo, 6.9-12. As Escrituras dão multas instâncias da aparência sobrenatural do fogo: o arbusto que se queimava, Êx 3.2; a hora da Lei ser dada no monte Sinai, Dt 4.11, 36; no monte Carmelo, quando Elias venceu os profetas de Baal, 1 Rs 18.38. Em algumas ocasiões o próprio Deus apareceu no fogo, Êx 3.4-6; 19.18, e, no fim dos tempos, Jesus Cristo voltará “em chama de fogo” 2 Ts 1.18. O fogo nos dá a ideia de algo que consome; que purifica e que derrete, e decerto, simboliza algo da Santidade de Deus: “o nosso Deus é fogo consumidor”, Hb 12.29; Dt 9.3. Entre os casos narrados na Bíblia, de uma destruição pelo fogo, operada por Deus, destacam-se: 1) Sodoma e Gomorra, Gn 19.24; 2) Uma das pragas sobre o Egito, Êx 9.23-24; 3) Uma praga entre os israelitas, Nm 11.1-3; 4) Os 250 participantes da rebelião de Corá, Nm 16.35; 5) Os 102 soldados que foram prender Elias, 2 Rs 1.10-14 As profecias bíblicas sobre uma futura destruição pelo fogo se referem às seguintes: 1) O julgamento ao toque da primeira trombeta, Ap 8.7; 2) O fogo saindo das duas testemunhas, Ap 11.5; 3) A destruição da Babilônia, Ap 18.8; 4) O fogo para consumir os exércitos, de Satanás, Ap 20.9; 5) O fogo para destruir o universo inteiro 2 Pe 3.10-13.

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