Levítico 18 — Explicação das Escrituras
Levítico 18 aborda várias leis relacionadas à moralidade e relacionamentos sexuais. O capítulo descreve diretrizes para evitar relacionamentos incestuosos, que incluem proibições contra relações sexuais com parentes próximos, como pais, irmãos e parentes por afinidade. Os israelitas também são proibidos de se envolver em práticas associadas a rituais pagãos de fertilidade.
O capítulo enfatiza a importância de manter os limites morais e a pureza sexual dentro da comunidade. Ressalta a importância de seguir as leis de Deus para evitar a corrupção e manter um estado de santidade. Os israelitas são lembrados de que aderir a esses regulamentos os diferenciará de outras nações e garantirá que seu relacionamento com Deus permaneça intacto.
Leis da Pureza Sexual (Cap. 18)Explicação
18:1–5 O capítulo 18 trata de várias formas de casamentos ilegais com os quais os israelitas se familiarizaram no Egito, mas aos quais deveriam renunciar completamente na terra de Canaã.
18:6–18 A expressão “descobrir a nudez” aqui significa ter relações sexuais. O versículo 6 declara o princípio geral. O casamento com parente próximo era proibido, fosse mãe (v. 7); madrasta (v. 8); irmã ou meia-irmã (v. 9); neta (v. 10); a filha de uma madrasta (v. 11); tia (vv. 12, 13); tio (v. 14a). A medicina moderna confirma que, em casamentos de parentes consanguíneos, as fraquezas físicas ou mentais dos pais às vezes são ampliadas nos filhos. Mas a proibição se estendia também aos sogros e outros parentes por casamento (vv. 14b-16), às vezes conhecidos como relações de afinidade. Uma razão às vezes dada para este último código é que o termo “uma só carne” em Gênesis 2:24 descreve um relacionamento familiar que é tão próximo e permanente que até mesmo a união de parentes por casamento é considerada incesto. Um homem não deve se casar com uma nora ou enteada (v. 17) ou tomar uma mulher como rival de sua irmã (v. 18), como no caso de Ana e Penina (1 Sam. 1: 1–8). O versículo 16 foi posteriormente corrigido por Deuteronômio 25:5: Se um homem morresse sem filhos, seu irmão era obrigado a se casar com a viúva. Isso era conhecido como casamento levirato.
18:19–21 A relação sexual com uma mulher era proibida durante a menstruação. O adultério com a esposa de um vizinho era proibido. Também foram banidas as práticas terríveis às vezes relacionadas com a adoração do ídolo Moloque, fazendo com que bebês recém-nascidos passassem pelo fogo (2 Reis 23:10; Jeremias 32:35). Moloque era o deus dos amonitas: sua imagem-ídolo estava no vale de Hinom. Francis Schaeffer descreve o ritual:
De acordo com uma tradição, havia uma abertura na parte de trás do ídolo de bronze, e depois que um fogo era feito dentro dele, cada pai tinha que vir e com suas próprias mãos colocar seu filho primogênito nos braços estendidos e em brasa de Moloque. De acordo com esta tradição, o pai não tinha permissão para demonstrar emoção, e os tambores eram tocados para que o choro do bebê não pudesse ser ouvido quando o bebê morreu nos braços de Moloque. (Francis A. Schaeffer, The Church at the End of the 20th Century, p. 126.)
18:22, 23 A sodomia ou homossexualidade era proibida, bem como a relação sexual com um animal. Ao legislar contra a homossexualidade, Deus também pode ter antecipado a moderna epidemia de AIDS e procurado salvar as pessoas dela.
18:24–30 Os versículos 1–23 dizem ao povo o que não fazer; os versículos 24–30 dizem a eles por que não fazer isso. Não é por acaso que impureza e idolatria são encontradas juntas no mesmo capítulo (ver também cap. 20). A moralidade de uma pessoa é fruto de sua teologia, de seu conceito de Deus. Os cananeus eram uma ilustração gráfica da degradação que a idolatria produz (vv. 24-27). Quando os filhos de Israel tomaram posse da terra, mataram milhares dessas pessoas por ordem de Jeová. Quando consideramos a degradação moral dos cananeus, conforme descrita nos versículos 24–30, podemos entender por que Deus os tratou com tanta severidade.
Notas Adicionais
18.1-30 Os padrões de pureza na vida familiar que sempre tinham tomado vulto perante os olhos dos israelitas, a saber, os do Egito e de Canaã, eram corrompidos; por este motivo, Israel necessitava de um padrão divinamente inspirado, por ser um povo santo, dedicado a Jeová. As leis modernas sobre o casamento, na sua maior parte, sequem as limitações estabelecidas aqui. O casamento entre parentes consanguíneos aumenta a probabilidade de problemas de hereditariedade, especialmente no caso de doenças mentais. A pureza sexual é uma parte integrante da saúde do corpo e da alma.
18.2 Eu sou o Senhor. O Senhor (Jeová) frequentemente despertava na mente do Seu povo a memória da Sua Soberania e da Sua Majestade, bem como a da Sua Santidade; só nos vv. 2-6, esta expressão ocorre quatro vezes. No Monte Sinai, o povo recebeu uma nítida impressão deste fato.
18.6 É verdade que nos primeiros dias da raça humana, irmão se casava com irmã, desde que não havia mais ninguém com quem se casar. Com firme estabelecimento da raça humana, Deus proibiu casamentos entre parentes consanguíneos. Por exemplo, um homem não devia se casar com sua irmã, nem com sua tia, ou com sua nora.
18.8 Mulher de teu pai. Quer dizer, qualquer esposa de seu pai.
18.9 Filha de teu pai. Esta parte do versículo se refere à irmã só por parte do pai; o resto se refere ou à irmã propriamente dita, ou à meia irmã do lado materna.
18.21 Moloque. Heb mõlekh, que é palavra melekh “rei” com as vogais da palavra bõsheth “vergonha”. O nome Baal quer dizer “senhor”; “rei” era apenas outro nome que os idólatras davam aos baalins; para os israelitas, portanto, os ídolos de Baal, longe de ser imagens de reis, eram apenas coisas de vergonha, tentando o povo a dois pecados graves: a adoração de falsos deuses em lugar do próprio Deus, e a empregar liturgias pagãs para adorar Jeová. Ambos estes pecados eram uma abominação perante Deus. O nome especifico usado aqui se refere a uma imagem oca, com braços estendidos, e com um incinerador na parte vazia, destinado a receber crianças em sacrifício queimado. 18.24-30 Estes versículos lançam luz sobre o motivo da destruição das nações de Canaã por mandato divino. As abominações da imoralidade das nações pagãs tinham chegado a um tal extremo que, afinal, a “medida da iniquidade dos amorreus” se encheu, Gn 15.16. Por isso, Deus advertiu a Israel que tivesse cuidado e não fizesse como os cananeus. Como Israel era o povo escolhido de Jeová, esperava-se mais deles do que de qualquer outra nação; Dt 9.25-29.
18.28 Vomite... vomitou. Deus fala, nas Escrituras, de tratar assim a três grupos de pessoas: 1) Os cananeus pagãos, 28; “E, por haverem desprezado o conhecimento de Céus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas , inconvenientes”, Rm 1.28; 2) Os israelitas idólatras, 28; 20.22; Jr 25.27; 3) Os cristãos apóstatas, Ap 3.16. Tudo isto é uma ótima admoestação a todos nós no dia de hoje.
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