Levítico 6 — Explicação das Escrituras

Levítico 6 continua com instruções sobre várias ofertas e as responsabilidades dos sacerdotes. O capítulo detalha os procedimentos para o holocausto, oferta de cereais, oferta pelo pecado e oferta pela culpa. Enfatiza a importância do papel dos sacerdotes em manter a sacralidade das ofertas e o espaço sagrado do tabernáculo. Levítico 6 também aborda o fogo perpétuo no altar e a disposição das cinzas do holocausto, destacando o dever dos sacerdotes de manter o fogo sempre aceso.

O capítulo descreve ainda as instruções para a oferta de grãos, que são reiteradas dos capítulos anteriores. Também discute a oferta pelo pecado e a oferta pela culpa, enfatizando a necessidade de os sacerdotes participarem dessas ofertas e o significado de suas responsabilidades na mediação entre o povo e Deus. Levítico 6 conclui reiterando a consagração dos sacerdotes e a importância de seguir essas instruções para manter a santidade do tabernáculo e das ofertas.

Em resumo, Levítico 6 fornece mais detalhes sobre as ofertas e as funções dos sacerdotes. O capítulo destaca o fogo perpétuo no altar, os procedimentos para as ofertas e as responsabilidades dos sacerdotes em manter a santidade do tabernáculo e das ofertas. Essas instruções servem para orientar os israelitas em suas práticas de culto, garantindo a devida observância das oferendas e a reverência devida à presença de Deus.

Explicação

A seção de 6:8 a 7:38 apresenta “a lei das ofertas”. De muitas maneiras, é muito semelhante ao que aconteceu antes. No entanto, é dirigida aos sacerdotes enquanto as instruções anteriores eram para os filhos de Israel (1:2).

6:8–13 A lei do holocausto: Detalhes adicionais são dados aqui sobre as vestes usadas pelo sacerdote, a maneira como ele descartava as cinzas do holocausto e o cuidado que ele deveria ter para garantir que o fogo no altar nunca se apagou. As cinzas foram colocadas primeiro no lado leste do altar e depois levadas para fora do acampamento para um local limpo.

6:14–17 A lei da oferta de cereal: Aqui aprendemos que os sacerdotes tinham que comer sua porção da oferta dentro do pátio do tabernáculo e que não deveria ser fermentada porque era santíssima para o Senhor.

6:18 Qualquer filho varão de Arão poderia comer a oferta de cereais, mas eles deveriam ser santos, isto é, cerimonialmente limpos. Esses sacerdotes não se tornavam santos tocando nas ofertas. A santidade não era transmitida pelo toque, mas a impureza, sim (Ag 2:11–13).8

6:19–23 Esses versículos descrevem uma oferta especial de cereal que o sumo sacerdote tinha que oferecer continuamente de manhã e à noite. Foi totalmente queimado pelo fogo.

6:24–30 A lei da oferta pelo pecado: Conforme explicado anteriormente, o sacerdote tinha permissão para comer porções de certas ofertas pelo pecado (as descritas em Lev. 4:22—5:13, onde o sangue não era levado para o santuário). As ofertas tinham que ser comidas... no pátio do tabernáculo. Observe que esta oferta era santíssima. Se um leigo tocasse a carne da oferta, ele deveria ser santo ou consagrado e tinha que se purificar da impureza cerimonial assim como os sacerdotes faziam, embora não pudesse exercer funções sacerdotais. Se algum sangue fosse aspergido em uma roupa, a roupa tinha que ser lavada - não porque fosse impura, mas para que o sangue santíssimo não fosse levado do santuário para a vida cotidiana e, assim, fosse profanado. Um vaso de barro usado para cozinhar a carne da oferta pelo pecado tinha de ser quebrado porque o barro, sendo poroso, absorvia parte do sangue e poderia mais tarde ser usado para fins profanos. Um pote de bronze tinha que ser esfregado e enxaguado com água para evitar que qualquer porção da santíssima oferta pelo pecado entrasse em contato com qualquer coisa que fosse comum ou impura. A oferta pelo pecado, como a oferta pela culpa, deveria ser morta no lugar onde o holocausto é morto. Este era o lado norte do altar (1:11), o lugar das sombras.

Notas Adicionais

6.8-7.38
Estas são instruções adicionais para regulamentar as ofertas já descritas. Até a presente trecho, a ênfase tinha sido colocada sobre o aspecto das ofertas que diziam respeito à prestação de contas que o pecador tinha que fazer com o próprio Deus; agora se regulamenta a participação dos sacerdotes e a dos ofertantes, naquilo que doutrinariamente já foi definido; trata-se agora da carne dos animais que se oferecia nessas ocasiões.

6.11 O sacerdote que tinha a obrigação de limpar as cinzas do altar, depois de ter sido oferecido um holocausto, usava, para isso, vestes especiais, calças e túnica de linho, laváveis, que se usavam tão-somente para o contato direto com o altar. Quando removia as cinzas cada manhã, deixava-as ao lado do altar, trocava suas vestes, colocando as roupas normais de sacerdote, e depois removia as cinzas para algum lugar “limpo” (e não para um depósito de lixo, que seria considerado impuro), fora do arraial.

6.12 As ofertas contínuas, que se ofereciam duas vezes por dia, sem falta, eram uma expressão da dedicação de Israel ao seu Deus.

6.13 O primeiro fogo que acendeu a lenha do sacrifício depois da consagração formal de Arão como sacerdote, foi ateado por Deus, 9.24. Esta origem sobrenatural do fogo no altar serve para nos ensinar que se um sacrifício pode ser feito pelo homem, é só a graça de Deus que a consome, que o torna aceitável, que faz dele um meio de expiação. Nenhum fogo feito pelo homem, poderia ser usado no altar do Senhor, e por isso mesmo é que era tão importante que os sacerdotes conservassem sempre acessa a chama que veio a existir de maneira tão notável. O pecado de oferecer sacrifícios com “fogo estranho”, fogo ateado pelos homens e não por Deus, foi justamente o que provocou a morte de Nadabe e Abiú, 10.1 -2.

6.18 Todo varão. Esta expressão se restringe aqui aos homens que serviam no culto do tabernáculo. Antes de atingirem a idade de 30 anos, os homens não podiam entrar no lugar santo, Nm 4.3, 23, 30, 39. Tudo o que tocar. Esta expressão se refere às pessoas separadas para o serviço no tabernáculo, os únicos que tinham licença de tocar nas coisas do tabernáculo, e que também tinham o privilégio de comer dessa oferta. Só uma pessoa dedicada (“santa”) podia participar.

6.26 As ofertas que se comiam no lugar santo eram: 1) O que ficasse das várias ofertas de manjares, depois de queimada a porção memorial, 2.1-10; 2) A carne (e não a gordura, 4.26) das ofertas pelo pecado (6.26; 10.17) e das ofertas pela culpa (7.5-6); 3) A carne do sacrifício de ações de graça da oferta pacífica, 7.15-17; 4) O que sobrasse do sextário de azeite que o leproso oferecia, 14.10-20; 5) Os dois pães a serem movidos, 23.17-20; 6) Os pães da proposição, 24.5-9.

6.28 Um vaso de louça não vitrificada absorveria alguns sucos, não podendo ser lavado ao ponto de ficar bem limpo, como o bronze.

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