Levítico 8 — Explicação das Escrituras
Levítico 8 detalha a consagração de Arão e seus filhos como sacerdotes perante o Senhor. Moisés segue as instruções de Deus e realiza a elaborada cerimônia, ungindo-os com óleo e vestindo-os com as vestes sacerdotais. O processo envolve sacrifícios e oferendas para purificar e dedicar os sacerdotes aos seus deveres sagrados. Os filhos de Arão também são consagrados, e toda a cerimônia serve para estabelecer sua autoridade e responsabilidade como intermediários entre Deus e o povo.
O capítulo também enfatiza a importância do óleo da unção e do sangue dos sacrifícios no processo de consagração. Moisés segue os mandamentos de Deus com precisão, e a nuvem da presença de Deus cobre o tabernáculo, significando Sua aprovação da consagração. Levítico 8 conclui com Arão e seus filhos permanecendo no tabernáculo por sete dias, um período de dedicação e preparação para seus deveres sacerdotais.
8:1–5 Em Êxodo 28 e 29, Deus deu a Moisés instruções elaboradas para consagrar Aarão e seus filhos como sacerdotes. Agora, em Levítico 8–10, lemos como Moisés cumpriu essas instruções. Ele convocou a assembléia — sacerdotes e povo — à porta do tabernáculo. Foi um serviço de investidura muito público.
8:6–9 Moisés lavou Aarão e seus filhos com água. Em seguida, Moisés vestiu Arão com as vestes completas do sumo sacerdote: a túnica, a faixa, o manto, o éfode, a faixa do éfode, o peitoral, o Urim e o Tumim, o turbante e a coroa sagrada. Deve ter sido uma visão impressionante.
8:10–13 Então Moisés ungiu o tabernáculo e todo o seu conteúdo e os santificou.
O fato de que ele derramou (não aspergiu) sobre a cabeça de Arão é uma linda figura do Espírito Santo sendo derramado sem medida sobre o Senhor Jesus, nosso Grande Sumo Sacerdote.
Em seguida, Moisés colocou túnicas e faixas, bem como chapéus (ou toucas), nos filhos de Aarão.
8:14–17 Quando Arão e seus filhos impuseram as mãos sobre a cabeça do novilho da oferta pelo pecado, Moisés o matou. Mesmo os líderes religiosos mais elevados (naquela época e agora) são apenas pecadores que precisam do sacrifício expiatório de Deus, assim como o membro menos importante da comunidade.
8:18–21 Moisés também trouxe um carneiro para holocausto para Aarão e seus filhos e realizou os ritos prescritos.
8:22–29 A oferta de consagração para Aarão e seus filhos também era chamada de carneiro da consagração (ou, mais literalmente, o carneiro da “oferta completa”). Diferia das costumeiras ofertas pacíficas quanto à aplicação do sangue (vv. 23, 24), e também quanto à queima da coxa direita e dos pães, que normalmente seriam comidos. Visto que oficiava, Moisés recebeu o peito como sua parte.
O sangue foi colocado na orelha, mão e pé de Aarão e seus filhos, lembrando-nos de que o sangue de Cristo deve afetar nossa obediência, serviço e andar.
8:30–36 Moisés aspergiu Arão e seus filhos com um pouco do sangue e um pouco do óleo da unção do sacrifício. Os sacerdotes foram instruídos a comer da carne da oferta pacífica junto com o pão.
O ritual de consagração acima foi repetido por sete dias, durante os quais eles não foram autorizados a sair da porta do tabernáculo.
Ao comentar este capítulo, Matthew Henry percebe a única coisa que está faltando:
8.2 Arão e seus filhos. Cf. Êx 29. Esta foi a cerimônia da consagração, que depois passou a ser usada para todos os sacerdotes Notemos que havia uma distinção implícita entre os sacerdotes (Arão e seus filhos) e à resto dos levitas. A tribo de Levi, como um todo, foi separada especificamente para o serviço religioso, mas somente os descendentes de Arão, eram os sacerdotes que oficiavam nos cultos do Tabernáculo e (mais tarde) do Templo, em Jerusalém, Nm 11 47-54. Veja também a distinção entre sacerdotes e levitas na Parábola do Bom Samaritano Lc 10.25-37.
8.8 Urim e Tumim. Estas palavras em heb, ambas no plural, podem ser interpretadas por ”luzes” e “perfeições”, respectivamente. De várias passagens, como Nm 27.21; 1 Sm 14.37-42 e 28.6, deduz-se que eram objetos que se lançavam como sortes para determinarem as respostas de Deus às questões de interesse do Seu povo. Supõe-se ainda que os objetos eram pedras preciosas, que se conservavam no bolso que era a parte básica do peitoral do sumo sacerdote, e que tais pedras eram o meio de se descobrir a inocência ou a culpa de pessoas suspeitas, e de se saber a vontade divina de um modo geral. Cf. as notas de Ed 2.63 e Êx 28.15. O uso de Urim e Tumim não se menciona depois do reinado de Davi, a não ser na época da volta do Cativeiro em Babilônia 538-333 a.C., quando a falta de sacerdotes com Urim e Tumim era considerada uma irregularidade grave, Ed 2.63; Ne 7.65.
8.14 Puseram os mãos. Isto significava que os pecados do ofertante se imputavam à oferta pela culpa, que tinha que morrer para fazer expiação pelos sacerdotes. Nisto se vê um claro tipo de expiação substitutiva realizada pela morte de nosso Senhor Jesus Cristo, Hb 2.9-18; 1 Pe 2.24.
8.14-29 A última parte da consagração de Arão e de seus filhos, isto é, a parte das ofertas se divide assim: 1) A oferta pelo pecado, a imputação da justiça a Arão, 14; 2) O holocausto pelo qual se imputava a santidade, 18; 3) A oferta do carneiro completa a cerimônia, sacrificialmente efetuando a consagração, 22.
8.22 Consagração. Heb millu'im, que quer dizer “preenchimentos”, ou “ações de encher”, parcialmente porque “encher as mãos” era o termo técnico para designar a investidura dum cargo importante, e, parcialmente, para geminar a palavra “pacífico”, que também tinha o sentido de ser completo, pleno, próspero e saudável, Ef 3.9. Na antiga tradução dos 70 foi chamado “o cordeiro da perfeição”, já que completou a consagração do sacerdote, capacitando-o, doravante, a fazer sacrifícios a Deus. Compare com “aperfeiçoasse”, em Hb 2.10.
O capítulo também enfatiza a importância do óleo da unção e do sangue dos sacrifícios no processo de consagração. Moisés segue os mandamentos de Deus com precisão, e a nuvem da presença de Deus cobre o tabernáculo, significando Sua aprovação da consagração. Levítico 8 conclui com Arão e seus filhos permanecendo no tabernáculo por sete dias, um período de dedicação e preparação para seus deveres sacerdotais.
Explicação
Investidura dos Sacerdotes por Moisés (Cap. 8)8:1–5 Em Êxodo 28 e 29, Deus deu a Moisés instruções elaboradas para consagrar Aarão e seus filhos como sacerdotes. Agora, em Levítico 8–10, lemos como Moisés cumpriu essas instruções. Ele convocou a assembléia — sacerdotes e povo — à porta do tabernáculo. Foi um serviço de investidura muito público.
8:6–9 Moisés lavou Aarão e seus filhos com água. Em seguida, Moisés vestiu Arão com as vestes completas do sumo sacerdote: a túnica, a faixa, o manto, o éfode, a faixa do éfode, o peitoral, o Urim e o Tumim, o turbante e a coroa sagrada. Deve ter sido uma visão impressionante.
8:10–13 Então Moisés ungiu o tabernáculo e todo o seu conteúdo e os santificou.
O fato de que ele derramou (não aspergiu) sobre a cabeça de Arão é uma linda figura do Espírito Santo sendo derramado sem medida sobre o Senhor Jesus, nosso Grande Sumo Sacerdote.
Em seguida, Moisés colocou túnicas e faixas, bem como chapéus (ou toucas), nos filhos de Aarão.
8:14–17 Quando Arão e seus filhos impuseram as mãos sobre a cabeça do novilho da oferta pelo pecado, Moisés o matou. Mesmo os líderes religiosos mais elevados (naquela época e agora) são apenas pecadores que precisam do sacrifício expiatório de Deus, assim como o membro menos importante da comunidade.
8:18–21 Moisés também trouxe um carneiro para holocausto para Aarão e seus filhos e realizou os ritos prescritos.
8:22–29 A oferta de consagração para Aarão e seus filhos também era chamada de carneiro da consagração (ou, mais literalmente, o carneiro da “oferta completa”). Diferia das costumeiras ofertas pacíficas quanto à aplicação do sangue (vv. 23, 24), e também quanto à queima da coxa direita e dos pães, que normalmente seriam comidos. Visto que oficiava, Moisés recebeu o peito como sua parte.
O sangue foi colocado na orelha, mão e pé de Aarão e seus filhos, lembrando-nos de que o sangue de Cristo deve afetar nossa obediência, serviço e andar.
8:30–36 Moisés aspergiu Arão e seus filhos com um pouco do sangue e um pouco do óleo da unção do sacrifício. Os sacerdotes foram instruídos a comer da carne da oferta pacífica junto com o pão.
O ritual de consagração acima foi repetido por sete dias, durante os quais eles não foram autorizados a sair da porta do tabernáculo.
Ao comentar este capítulo, Matthew Henry percebe a única coisa que está faltando:
Mas depois de todas as cerimônias que foram usadas em sua consagração, houve um ponto de ratificação que foi reservado para ser a honra e o estabelecimento do sacerdócio de Cristo, que foi este, que eles foram feitos sacerdotes sem juramento, mas Cristo com juramento (Heb. vii.21), pois nem tais sacerdotes nem seu sacerdócio poderiam continuar, mas o de Cristo é um sacerdócio perpétuo e imutável. (Matthew Henry, Matthew Henry’s Commentary on the Whole Bible, I:474.)
Notas Adicionais
8.1-36 A consagração dos sacerdotes. Nenhum homem era, por si mesmo, digno de se aproximar de Deus, e daí a necessidade de sacerdócio mediador. Esse sacerdócio era um dom de Deus (Nm 18.7), já que o próprio Deus escolhia e vocacionava os sacerdotes, 8.4, 5; Hb 5.4. O sacerdote era um tipo de Cristo, nosso único e verdadeiro Mediador, Hb 8.1; 1 Tm 2.5. Os quatro passos para a consagração eram: 1) A lavagem, 8.6, símbolo da purificação e do novo nascimento, Tt 3.5; 2) O revestimento com as vestes sacerdotais, 8.7; 3) A unção, 10-12, indicando a santificação e prenunciando a unção do Espírito Santo, At 1.4-5, 8; 4) As várias ofertas, 14-29.8.2 Arão e seus filhos. Cf. Êx 29. Esta foi a cerimônia da consagração, que depois passou a ser usada para todos os sacerdotes Notemos que havia uma distinção implícita entre os sacerdotes (Arão e seus filhos) e à resto dos levitas. A tribo de Levi, como um todo, foi separada especificamente para o serviço religioso, mas somente os descendentes de Arão, eram os sacerdotes que oficiavam nos cultos do Tabernáculo e (mais tarde) do Templo, em Jerusalém, Nm 11 47-54. Veja também a distinção entre sacerdotes e levitas na Parábola do Bom Samaritano Lc 10.25-37.
8.8 Urim e Tumim. Estas palavras em heb, ambas no plural, podem ser interpretadas por ”luzes” e “perfeições”, respectivamente. De várias passagens, como Nm 27.21; 1 Sm 14.37-42 e 28.6, deduz-se que eram objetos que se lançavam como sortes para determinarem as respostas de Deus às questões de interesse do Seu povo. Supõe-se ainda que os objetos eram pedras preciosas, que se conservavam no bolso que era a parte básica do peitoral do sumo sacerdote, e que tais pedras eram o meio de se descobrir a inocência ou a culpa de pessoas suspeitas, e de se saber a vontade divina de um modo geral. Cf. as notas de Ed 2.63 e Êx 28.15. O uso de Urim e Tumim não se menciona depois do reinado de Davi, a não ser na época da volta do Cativeiro em Babilônia 538-333 a.C., quando a falta de sacerdotes com Urim e Tumim era considerada uma irregularidade grave, Ed 2.63; Ne 7.65.
8.14 Puseram os mãos. Isto significava que os pecados do ofertante se imputavam à oferta pela culpa, que tinha que morrer para fazer expiação pelos sacerdotes. Nisto se vê um claro tipo de expiação substitutiva realizada pela morte de nosso Senhor Jesus Cristo, Hb 2.9-18; 1 Pe 2.24.
8.14-29 A última parte da consagração de Arão e de seus filhos, isto é, a parte das ofertas se divide assim: 1) A oferta pelo pecado, a imputação da justiça a Arão, 14; 2) O holocausto pelo qual se imputava a santidade, 18; 3) A oferta do carneiro completa a cerimônia, sacrificialmente efetuando a consagração, 22.
8.22 Consagração. Heb millu'im, que quer dizer “preenchimentos”, ou “ações de encher”, parcialmente porque “encher as mãos” era o termo técnico para designar a investidura dum cargo importante, e, parcialmente, para geminar a palavra “pacífico”, que também tinha o sentido de ser completo, pleno, próspero e saudável, Ef 3.9. Na antiga tradução dos 70 foi chamado “o cordeiro da perfeição”, já que completou a consagração do sacerdote, capacitando-o, doravante, a fazer sacrifícios a Deus. Compare com “aperfeiçoasse”, em Hb 2.10.
8.23 O sangue derramados sobre a orelha, o polegar da mão direita e o polegar do pé direito do sacerdote simbolizavam sua consagração completa para ouvir, ensinar e observar a Palavra de Deus.
8.26 Pães... bolo. Foram trazidos, num cesto, vários tipos de pães (7.12, vd também 7.12n), que tinham sido preparados para a consagração dos sacerdotes, sob a direção espiritual de Moisés (cf. v. 2).
8.30 Óleo... sangue. Os sacerdotes da Antiga Aliança eram ungidos com óleo e com sangue, representando respectivamente duas bênçãos que haveriam de ser derramadas sobre o povo de Deus com a vinda de Cristo: a unção do Espírito Santo e o sacrifício expiatório, que não dependem de cerimônias físicas, mas são o fruto da obra de Cristo naqueles que o aceitam e que, por isso mesmo, são considerados um sacerdócio real de Cristo. Estes possuem as realidades espirituais que, no Antigo Testamento, são apenas promessas.
8.35 A obra Sagrada dos sacerdotes requeria um preparo feito com disciplina e dedicação; havia condições para se alojarem dentro do Tabernáculo para servirem melhor, 1 Sm 3.1-9. Os primeiros dez capítulos deste Livro nos ajudam a entender esta obra, que consistia em: 1) Expiação, caps. 1-7; e 2) Mediação, caps. 8-10. Primeiro o sacrifício, depois o sacerdócio propriamente dito. O sacerdócio não é para servir a pecadores, mas a santos, isto é, a gente convertida. Não é para o mundo que Jesus Cristo é sacerdote, mas somente para a Igreja, Jo 17.9, 19. Assim, percebemos que o homem só pode se aproximar de Deus pelo caminho da expiação e da mediação, e que Jesus é a plenitude deste Caminho, sendo o Sacrifício e o Sacerdote, Hb 9.11-12.
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