Levítico 16 — Explicação das Escrituras
Levítico 16
16.6 Expiação. Heb kipper, “encobrir”.
Um sacrifício expiatório cobre a transgressão, para nunca ser considerada
e, portanto, punida. Este foi feito por Cristo de maneira eficaz, quando
sacrificou em prol dos pecadores a Sua própria vida imaculada, de
perfeita obediência a Deus, pagando assim uma penalidade que encobre os
pecados dos que crêem. O justo sofreu vicariamente pelo injusto, 2 Co
5.21; 1 Pe 2.24. O mesmo pensamento jaz na palavra “reconciliação” no Novo
Testamento; traduz a palavra grega katallage e significa a
reparação legal e moral pelos danos causados pelos pecadores (Rm 5.11),
restaurando assim as relações entre Deus e os homens, que tinham
sido rompidas quando os homens violaram a lei de Deus, tornando-se réus da
penalidade da morte que a justiça divina exigia. O efeito desta obra de
Cristo é a retidão e a vida eterna para os que a aceitam pela fé, Ef
2.8-10. No dia da expiação, os homens tomavam parte numa cerimônia que
prenunciava a morte de Cristo; o sangue dos animais não removia o pecado
(Hb 10.4), mas sim, a obra de Cristo, da qual era símbolo, é que o removia.
Cada sacrifício era uma “nota promissória” do pagamento completo que
Cristo havia de fazer para liquidar as dívidas eternas dos pecadores. Este
dia se repetia anualmente, quando o sumo sacerdote tinha que levar sangue
para fazer expiação por si mesmo e por todo a seu povo (Hb 9.7); Cristo
fez uma expiação eterna, uma vez para sempre, com Seu próprio sangue, e,
sem ter pecados próprios, cumprindo a plenitude do significado daquelas
ofertas, tornou-as obsoletas, Hb 9.12-28.
16.8 Bode emissário. Heb 'azazel,
lit. “a força de Deus”. Pode ser o nome próprio de um dos picos de Sinai,
para o bode ser precipitado penhasco abaixo, do próprio lugar onde
foi dada a Lei. Ou pode ser um nome do próprio Satanás; compare “Lúcifer”
antes da sua queda, Is 14.12n e Ez 28.1-19 com as notas. De qualquer maneira,
esta cerimônia indicava que a culpa estava sendo simbolicamente afastada
da terra e do povo. Em certo sentido, é um tipo de Cristo, Is 53.6.
16.11,12 Cristo tendo levado., nossos pecados para
longe, não haverá, mais memória deles; 20.22 com, Hb 10.17 e Jr 31.34.
16.15 O ato de o sumo sacerdote entrar no Santo dos
Santos era uma prefiguração da entrada de Cristo nos céus, depois da Sua
morte e ressurreição, Hb 9.11-12. O propiciatório, heb kapporeth,
lit. “cobertura”. A tradução grega o chama de hilasterion, “propiciação”,
a mesma palavra usada para descrever o Senhor Jesus Cristo em Rm 3.25. A
raiz hebraica produz a palavra traduzida. por “expiação” em 16.6n, e ”propiciação”
em 16.17. Era a tampa da arca, e o lugar da expiação.
16.17 Propiciação. É a mesma palavra
hebraica traduzida por “expiação”.
16.29 Perpétuo. Foi observado até ao
Cativeiro na Babilônia (587 a.C.) e recomeçado depois da restauração (538
a.C.), até à destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Quando Israel falhou
com Deus e teve que ser julgado, Deus não tinha mais a obrigação
de guardar Sua Aliança com aquele povo. O permanecer na Terra Prometida
dependia da Aliança condicional baseada na obediência e na fidelidade dos
israelitas para com seu Deus. Afligirei a vossa alma. Esta
expressão se refere à abstinência de comida; à humilhação e à lamentação
pelos pecados, que eram o conteúdo básico do jejum, Dt 9.18, Ne 9.1-2; Jz
2.12. Havia a confissão dos pecados, 1 Sm 7.6, Ne 9.1-2; e havia orações
de súplica, Ed 8.23; Dn 9.3. A prática se recomendam freqüentemente tanto
no Antigo como no Novo Testamento (cf. as palavras de Jesus em Mt 17.21) e
era um sinal exterior da autodisciplina e da humildade que eram sua
finalidade e alvo principal, Sl 35.13; 69.10. Recorria-se ao jejum especialmente
em face das calamidades, aflições, desditas e de perigos que se
aproximavam, tanto pelas nações, como pelos indivíduos. Era empregado
pelos hipócritas para ganharem reputação de piedade diante do s homens,
embora, nem mesmo assim é possível impressionar a Deus, que sabe ler
em seus corações. Exemplos inspiradores de pessoas que jejuaram foram: 1 )
Davi, 2 Sm 12.16; 2) Daniel, Dn 9.3; 3) Cornélio, At 10.30; 4) Paulo, 2 Co
11.27. Era uma maneira de buscar a Deus, obedientemente, abandoando os maus
caminhos, 2 Cr 7.14.
16.34 A
antiga Expiação era anual; a verdadeira Expiação, eterna, feita por Jesus
Cristo, é um ato que é suficiente para sempre, Hb 9 25-26.
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