Interpretação de 1 Crônicas 21

Interpretação de 1 Crônicas 21

Interpretação de 1 Crônicas 21



1 Crônicas 21


C. Últimos Dias de Davi. 21:1 – 29:30.
O pecado de Davi com Bate-Seba precipitou uma cadeia de crimes (cons. a licenciosidade de Amnom, na qualidade de “filho do rei”, II Sm. 13:4), que se centralizaram à volta do príncipe Absalão e ocuparam o espaço de onze anos completos (II Sm. 13:23, 38; 14:28; 15:7, traduções com variantes), ou aproximadamente de 990 a 979 A.C. Tal conduta pouco exemplar contribuía pouco, contudo, para o propósito de Esdras de incorporar aos homens do seu tempo a piedade que caracterizou Davi nos melhores dias. Grande parte dos acontecimentos registrados em II Sm. 11-19 não encontram igualmente o paralelo na obra do cronista (cons. Introdução, Ocasião).
Entre esses deve-se também incluir a revolta de Seba (II Sm. 20); de modo que não foi antes de 975 A.C., nos últimos anos da vida de Davi, que a análise histórica das Crônicas foi retomada. Apresenta então o decorrer do recenseamento de Davi (I Cr. 21), que resultou na revelação do sítio para o Templo e os preparativos para a sua construção (cap. 22). Os resultados do gênio organizador de Davi, tanto na esfera religiosa (caps. 23-26) rumo na administração civil (cap. 27), foram esboçados, seguidos de seu desafio final feito ao povo para que fosse fiel ao seu Deus (caps. 28-29). Só o capítulo 21 tem um paralelo direto em outra passagem das Escrituras.
1 Crônicas 21
1) O Recenseamento. 21:1-30. Embora a causa do recenseamento de Davi estivesse na provocação de Israel contra Deus (II Sm. 24:1), e embora a própria insistência do rei em se fazer um recenseamento constituísse pecado (v. 3, observação), o conseqüente arrependimento de Davi não só foi exemplar sob todos os aspectos (vs. 8, 13, 17, 24), mas também veio a ser o meio pelo qual Deus indicou o local para se colocar o grande altar do sacrifício, dentro do Templo que logo seria construído em Jerusalém. O cronista portanto repassa esses acontecimentos, os quais também formam o capítulo conclusivo do apêndice de II Samuel (cap. 24).
1. Então Satanás . . . incitou a Davi. Por causa da antipatia de Satanás contra Israel e, em última análise, contra o Deus de Israel (cons. Jó 1:11; 2:5). O registro paralelo (II Sm. 24:1) penetra mais profundamente na questão e mostra quê Satanás não passou de um instrumento de Deus, sendo usado -para executar o castigo que Israel merecia por causa dos seus pecados, possivelmente suas revoltas contra Davi, o ungido de Deus, que terminaram só com a morte de Seba antes de 975 A.C. (cons. Jó 1:12; 2:6; I Reis 22:22, 23).
3. Culpa sobre Israel. Não que houvesse algo inerentemente errado no recenseamento (cons. Nm. 1:1, 2; 26:1, 2); mas neste caso Davi parecia estar procurando segurança na força dos seus exércitos (v. 5) mais do que na fé nas promessas de Deus (compare com 27:23 e Sl. 30:6; veja I Cr. 22:1, observação).
4. Joabe . . , percorreu todo Israel. II Samuel 24: 5-8 observa que levou cerca de dez meses e destaca seu roteiro de viagem.
5. Havia em Israel um milhão e cem . . . e em Judá eram quatrocentos e setenta mil. II Samuel 24:9 dá um número redondo de 500.000 para Judá e limita o recenseamento de Israel em 800.000 homens valentes.
9. Gade, o vidente de Davi, aconselhou-o com sabedoria em diversas ocasiões (I Sm. 22: 5 ; II Cr. 29:25), e mais tarde escreveu uma das fontes literárias para as Crônicas (I Cr. 29:29).
12. Três anos de fome. Também na LXX de II Sm. 24:13. O texto hebraico desta passagem paralela diz, entretanto, “sete anos”, um número menos provável à luz das outras alternativas: “três meses” e “três dias”.
Peste . . . e o anjo do Senhor. Compare exemplos semelhantes de castigo divino em I Sm. 6: 3-6; lI Reis 19:35.
13. Então disse Davi a Gade. A submissão do rei à voz de Deus que veio através do profeta é digna de nota (cons. II Sm. 12:13).
14. Caíram de Israel setenta mil. Um castigo apropriado, uma vez que o pecado de Davi parece ter envolvido dependência de força militar numérica.
15. Ornã. “Araúna”, em II Samuel 24.
17. Estas ovelhas. As Escrituras freqüentemente comparam o líder e o povo ao pastor e às ovelhas (11:2; Sl. 23). O espírito de auto-sacrifício de Davi é digno de elogios, embora este não fosse um caso da nação sofrer simplesmente por causa do pecado do líder (v. 1, observação).
23. Os bois eram usados para puxar a debulhadora sobre os grãos.
24. Holocausto que não me custe nada. Da mesma maneira Deus não encontra prazer no homem que lhe submete somente aquilo que não envolva sacrifício. Ele nos pede toda a vida (Rm. 12:1; cons. Lc. 21:1-3).
25. Seiscentos siclos de ouro. Valendo cerca de US$ 5.000. II Sm. 24:24 registra uma pequena quantia em prata paga primeiramente pela eira propriamente dita.
26. O qual lhe respondeu com fogo do céu. Do mesmo modo Deus inaugurou outros lugares de sacrifício (Lv. 9: 24; II Cr. 7:1).