Interpretação de 1 Crônicas 9
1 Crônicas 9
G. Os Habitantes
de Jerusalém. 9:1-34.
Depois de um
versículo tradicional (9:1) que serve de conclusão às genealogias de Israel (I
Cr. 2-8), esta seção prossegue enumerando os habitantes de Jerusalém, antes da
tomada e destruição da cidade em 586 A.C. Consiste primariamente de uma lista
de certos chefes de grandes grupos familiares ou clãs que moraram na capital:
clãs de Judá (vv. 4-6); de Benjamim (vs. 7-9); dos sacerdotes (vs. 10-13); dos
levitas em geral (vs. 14-16); e dos porteiros e guardas das portas do templo
(17-19a). Seguem uma descrição das obrigações dos levitas (19b-33). Um
conhecimento desses elementos constitutivos da população da Jerusalém pré-exílica
era de significado fundamental na subseqüente campanha de Esdras para
restauração da teocracia legítima em Judá. Contudo, tem-se feito tentativas de
mudar este material com a lista posterior dos grupos pré-exílicos encontrada em
Ne. 11:3-24. Mas, apesar de uma semelhança no arranjo geral, as diferenças
específicas entre estas duas listas são pronunciadas; e só mediante uma
tradução forçada de I Cr. 9:2 é que se pode defender a plausibilidade de uma
data posterior para I Crônicas 9.
1. No livro dos
reis. Isto se refere a algum registro da corte,
hoje desaparecido; veja Introdução acima, Autoria.
2. Os primeiros
habitadores. Isto deve se
referir à população de Israel antes do exílio de 586 que acabou de ser
mencionado. Os servos do templo. Netinins = aqueles que foram dados.
Eram escravos do templo, tal como os homens de Midiã (Nm. 31:47, no contexto) e
de Gibeão (Js. 9:23, no contexto), organizados por Davi em um grupo separado
(Ed. 8:20).
3. Os indivíduos dispersos e as famílias de Efraim
e Manassés não são mencionados nas listas que se seguem, que se limitam aos
chefes de grupos familiares maiores ou clãs.
5. Os silonitas. Leia-se selanitas, isto é, de
Selá. Estes, com Perez e Zerá, constituíram os três clãs de Judá (Nm. 26:20).
10. Jedaías,
Jeoiaribe, Jaquim parecem
ser os nomes do segundo, primeiro e vigésimo primeiro, respectivamente, dos
vinte e quatro turnos sacerdotais instituídos por Davi (I Cr. 24:7-18), e não
de indivíduos. 11. Azarias (IV) . . , príncipe da casa de Deus, foi sumo
sacerdote em cerca de 600 A.C., um pouco antes do Cativeiro (6:13).
12. Adaías era um filho de Malquias, o quinto
turno de Davi (24:9); e Masai . . . de Imer, o décimo sexto (24:14).
14. Merari foi um dos três filhos de Levi que deram
início aos clãs. 15,16. Arfe e Jedutum foram dois dos principais músicos de
Davi, 1000 A.C.
18. Os porteiros
dos arraiais . . . de Levi significa
“os porteiros para os postos dos levitas”, como antes acampavam à volta do
Tabernáculo (Nm. 3:23, 29, 35, 38).
19. Salum, o porteiro, era um filho de Corá;
pois, embora Corá mesmo fosse destruído, seu clã continuou como parte
importante da divisão coatita de Levi (veja 6:22 acima e observações). O
tabernáculo refere-se à tenda armada por Davi para servir de casa de Deus
(16:1), antes da construção do Templo permanente.
20. Assim, o cargo de porteiro retrocede a Fineias,
filho de Eleazar, que era filho de Arão e seu sucessor como sumo sacerdote
no deserto.
21. Zacarias servira como porteiro no reinado de Davi
(26:2).
22. A participação de Samuel é ilustrada pelo
fato dele mesmo ter servido como porteiro em sua mocidade (I Sm. 3:15). Com Davi
veio a organização final dos porteiros.
31. O que se
fazia em sertãs (espécie
de frigideira de metal). Os bolos chatos que se usavam nas ofertas de manjares.
32. Os pães da
proposição. O pão colocado em
fileiras sobre a mesa de ouro, simbolizando a comunhão dos redimidos com Deus
(Lv. 24:5, 6).
33.
Quanto aos cantores refere-se aos homens dos
versículos 15, 16; tal como o versículo 34 resume toda a seção. O restante
deste capítulo, 9:35-44, é praticamente idêntico a 8:29-38 (vide), exceto
questões de menos importância, tais como a ortografia dos nomes. Serve como
introdução ao registro do fim do reinado de Saul (cap. 10, a seguir).