Lucas 2 — Comentário Devocional

Lucas 2

Lucas 2 descreve o nascimento de Jesus em Belém, Seu início humilde, a visita dos pastores depois de ouvirem as novas angélicas, o reconhecimento de Jesus como o Messias por Simeão e Ana e um vislumbre da infância de Jesus. O capítulo destaca temas de humildade, fé e o cumprimento das promessas de Deus.

1. O humilde nascimento de Jesus: Lucas 2 começa com a conhecida história do nascimento de Jesus em Belém. Apesar da Sua natureza divina, Jesus nasceu em circunstâncias humildes, numa manjedoura. Isso nos ensina sobre a humildade de Deus e o valor da simplicidade e da humildade em nossas próprias vidas.

2. Promessa de Deus cumprida: O nascimento de Jesus em Belém cumpre as profecias do Antigo Testamento sobre o local de nascimento do Messias. Isto nos lembra da fidelidade de Deus no cumprimento de Suas promessas e que Seus planos são executados em detalhes precisos.

3. Boas Novas para Todos: O anúncio do nascimento de Jesus aos pastores pelos anjos enfatiza que as boas novas da salvação se destinam a todos, independentemente da sua posição social ou origem. Isto nos ensina sobre a inclusão do amor de Deus e a natureza universal da mensagem do Evangelho.

4. Respondendo com Fé: A resposta dos pastores à mensagem do anjo é de ação imediata e fé. Eles vão ver o menino Jesus e depois compartilham a notícia com outras pessoas. Isto encoraja-nos a responder pronta e fielmente ao chamado de Deus e a partilhar o Evangelho com os outros.

5. A fidelidade de Simeão e Ana: Os relatos de Simeão e Ana no templo destacam a paciência e a fidelidade dessas pessoas que esperavam ansiosamente pelo Messias. O seu reconhecimento de Jesus como o cumprimento das promessas de Deus ensina-nos sobre a importância da fé inabalável e as recompensas de esperar no tempo de Deus.

6. Reflexão e ponderação de Maria: À medida que Maria e José levam Jesus ao templo, a reflexão de Maria sobre os acontecimentos e sua ponderação sobre eles em seu coração nos mostram o valor de meditar na obra de Deus em nossas vidas. É uma lição de valorizar e contemplar as coisas de Deus.

7. Crescer em sabedoria: O breve relato de Jesus quando menino no templo revela Seu desejo de aprender e se envolver com assuntos espirituais. Isso ressalta a importância de crescer em sabedoria, conhecimento e compreensão da Palavra de Deus.

8. Submissão à Autoridade: A história da visita de Jesus ao templo também demonstra Sua submissão aos Seus pais terrenos, Maria e José. Serve como um lembrete da importância de honrar e obedecer à autoridade.

No geral, Lucas 2 fornece lições sobre humildade, fidelidade, o alcance universal do Evangelho, a resposta ao chamado de Deus e o significado do nascimento de Jesus no plano redentor de Deus.

Devocional

2.1 Lucas foi o único escritor do Evangelho que relacionou os acontecimentos que registrou com a História mundial. Seu relato foi dirigido a um público predominantemente grego, interessado e familiarizado com a situação política. A Palestina estava sob o governo romano; César Augusto, o primeiro imperador romano, era o líder. Os governantes romanos, tidos como deuses, contrastavam-se com o pequeno bebê em uma manjedoura, que verdadeiramente era o Deus encarnado.

Um censo romano foi feito para ajudar o recrutamento militar e/ou a coleta de impostos. Os judeus não tinham que servir no exército romano, mas talvez não deixassem de pagar as taxas. O decreto de Augusto foi editado no tempo perfeito de Deus e de acordo com o seu perfeito plano de trazer seu Filho ao mundo.

2.3-6 O governo romano forçou José a fazer uma longa viagem para pagar seus impostos. Sua noiva teve de acompanhá-lo, embora seu bebê pudesse nascer a qualquer momento. Ao chegarem a Belém, não puderam encontrar uma estalagem para ficar, tiveram de abrigar-se em um estábulo. Quando fazemos a vontade de Deus, não nos é garantida uma vida confortável, mas recebemos a promessa de que tudo, até mesmo o nosso desconforto, tem uma grande importância no plano de Deus.

2.4 Deus controla toda a História. Devido ao decreto do imperador Augusto, toda a situação encaminhou se para que Jesus nascesse justamente na cidade profetizada para o nascimento dEle (Mq 5.2), embora José e Maria não vivessem lá. José e Maria eram descendentes de Davi. No AT, há inúmeras profecias que asseguram que o Messias nasceria da linhagem real de Davi (Is 11.1; Jr 33.15; Ez 37.24; Os 3.5).

2.7 Tiras de pano eram usadas para manter um bebê aquecido é dar-lhe uma sensação de segurança. Acreditava-se que estes panos protegiam os órgãos internos. O costume de enrolar crianças deste modo ainda é praticado em muitos países do Oriente Médio.

A menção da manjedoura é a base para a crença comum de que Jesus nasceu em um estábulo, covas com cochos de alimentação (manjedouras) esculpidas em paredes de pedra. Apesar da imagem nos cartões de Natal ser a de um lugar belo, o ambiente era escuro e sujo. Este não era o local que os judeus esperavam para o nascimento do seu Rei e Messias. Pensavam que o prometido Salvador nasceria em um palácio. Não devemos limitar Deus com nossas expectativas. Ele está em ação onde quer que precisem dEle em nosso mundo sujo e escureci do peio pecado!

Embora a primeira imagem de Jesus nesse Evangelho seja a de um bebê em uma manjedoura, esta não deve ser a nossa ideia definitiva sobre Ele. O menino na manjedoura tem sido usa do para compor uma linda cena de Natal, mas não podemos imaginar Jesus para sempre ali. O pequeno e impotente bebê cresceu, teve uma vida surpreendente, morreu por nós, ressuscitou, ascendeu aos céus e voltará a este mundo corno o Rei dos reis. Cristo governará o mundo e julgará todas as pessoas de acordo com a decisão que cada uma tomou a respeito dEle. Você ainda vê Jesus como um bebê em uma manjedoura ou Ele é o sou Senhor? Tenha a certeza de não subestimar Jesus. Deixe-o crescer em sua vida!

2.8 Deus continuou a revelar seu Filho, mas não àqueles a quem poderíamos esperar. Lucas registrou que o nascimento de Jesus foi anunciado aos pastores no campo. Talvez estes provessem cordeiros para os sacrifícios no Templo; por meio destas ofertas Deus concedia o perdão dos pecados. Aqui, é relatado que os anjos convidaram os pastores a saudarem o Cordeiro de Deus (Jo 1.36), que tiraria os pecados do mundo inteiro para sempre.

2.8-15 Que anúncio de nascimento! Os pastores ficaram apavorados, mas o temor transformou-se em alegria quando os anjos anunciaram o nascimento do Messias. Primeiro os pastores correram para ver o bebê; depois, divulgaram a notícia. Jesus é o seu Messias, o seu Salvador. Você espera ansiosa mente encontrá-lo por meio da oração e da Palavra todos os dias? Você já descobriu este Senhor tão maravilhoso, a ponto de não conseguir evitar partilhar sua alegria com os seus amigos?

2.9,10 O maior acontecimento histórico acabara de acontecer! O Messias nasceu! Por muito tempo, os judeus haviam espera do por isto: quando finalmente aconteceu, o nascimento foi anunciado a humildes pastores. As Boas Novas a respeito de Jesus demonstram que Ele veio para todos, inclusive para as pessoas mais simples. Vê o para qualquer um que tenha um coração humilde o bastante para aceitá-lo. Não importa quem você seja ou o que faça. você pode ter Jesus em sua vida. Não pense que é necessário ter qualificações extraordinárias, Ele o aceitará como você é.

2.11-14 Alguns judeus esperavam um Salvador que os libertasse do domínio romano; outros esperavam que Ele os livrasse das enfermidades físicas. Mas enquanto Jesus curava as enfermidades do povo, estabelecia um Remo espiritual e livrava as pessoas do jugo do pecado. A obra de Jesus é maior do que alguém possa imaginar. Cristo pagou o preço pelo pecado e abriu o caminho para termos paz com Deus. Ele nos oferece mais do que mudanças políticas ou cura para as enfermidades, porque estas representam apenas mudanças temporárias: Cristo nos oferece um novo coração, para a eternidade.

2.14 A história do nascimento de Jesus ressoa como música que tem inspirado compositores durante dois mil anos. A canção dos anjos, frequentemente chamada Glória, a primeira palavra usada na tradução latina, é a base para muitas obras modernas (canções de Natal, hinos e cantos litúrgicos), executadas por corais.

2.21-24 As famílias judias observavam várias cerimônias logo após o nascimento de um bebê. Entre as mais importantes es tão; (1) A circuncisão. Todo menino era circuncidado e recebia um nome no oitavo dia após o nascimento (Lv 12.3; Lc 1.59,60). A circuncisão simboliza a separação dos judeus dos gentios e seu relacionamento singular com Deus (ver a nota 1.59). (?.) A redenção do primogênito. O filho primogênito era apresentado a Deus um mês após o nascimento (Êx 13.2,1 1 16; Nm 18.15.16). A cerimônia incluía o resgate da criança para Deus por meio de uma oferta. Deste modo, os pais reconheciam que o filho pertencia a Deus, o único com poder de dar a vida. (3) A purificação da mãe. Por quarenta dias depois do nascimento de um filho, ou oitenta após do nascimento de uma filha, a mãe era considerada impura; e não podia entrar no Templo. No final desse período de separação, os pais devinham oferecer um cordeiro em holocausto e um pombo (macho ou fêmea) como oferta pelos pecados. O sacerdote sacrificava estes animais e declarava a mulher purificada. Se um cordeiro fosse muito caro para a família, os pais poderiam ofertar dois pombos (macho ou fêmea). Isto foi o que Maria e José fizeram. Jesus era o Filho de Deus, mas a sua família realizou estas cerimônias de acordo com a lei. Jesus não se esquivou da lei, antes. Ele a cumpriu perfeitamente.

2.28-32 Quando Maria o José levaram Jesus ao Templo para apresentá-lo a Deus, conheceram um ancião que lhes disse quem era aquela criança. O cântico de Simeão é frequentemente chamado de Nunc Dimittis, porque estas são as primeiras palavras usadas no cântico na tradução latina. Simeão disse que poderia morrer em paz depois de ter visto o Messias.

2.32 Os judeus estavam bem familiarizados com as profecias do AT a respeito das bênçãos que o Messias traria à sua nação. Porém, nunca deram a mesma atenção às profecias que diziam que Ele traria a salvação ao mundo inteiro, não apenas aos judeus (Is 49.6). Muitos pensavam que o Messias viria para salvar apenas Israel. Lucas fez questão de que seu público grego entendesse que Cristo veio para salvar todos os que crêem nEle, judeus e gentios.

2.33 José e Maria ficaram admirados por três razões: Simeão disse que Jesus era um presente de Deus; reconheceu-o como o Messias e disse que Ele seria luz para o mundo inteiro. Esta foi, pelo menos, a segunda vez que Maria foi saudada com uma profecia a respeito do filho: a primeira vez foi quando Isabel lhe deu as boas-vindas como a mãe de seu Senhor (1.42-45).

2.34, 35 Simeão profetizou que Jesus traria duplas consequências a Israel: alguns cairiam por causa dEle (Is 8.14,15), enquanto outros seriam elevados (Ml 4.2). Não é possível manter-se neutro em relação a Jesus; as pessoas o aceitam alegremente ou rejeitam-no. Como mãe, Maria ficaria entristecida pela rejeição que Jesus enfrentaria, Esta é a primeira referência à dor materna no Evangelho de Lucas.

2.36 Embora Simeão e Ana fossem muito idosos jamais perderam a esperança de que veriam o Messias. Guiados pelo Espírito Santo, eles estão entre os primeiros a dar testemunho sobre Jesus. Na cultura judaica, os anciãos oram respeitados; devido à idade de Simeão e Ana, suas profecias trouxeram uma confirmação extra. Nossa sociedade valoriza mais a energia da juventude do que a sabedoria dos anciãos; assim, as contribuições dos idosos são frequentemente ignoradas. Como cristãos, devemos inverter estes valores. Encoraje as pessoas na terceira idade a compartilharem sua sabedoria e experiência. Ouça cuidadosa mente quando falarem. Ofereça-lhes sua amizade e ajude-as a encontrar caminhos para continuar a servir a Deus.

2.36, 37 Ana foi chamada de profetisa, o que indicava que ela estava, de forma incomum, muito próxima a Deus. Os profetas não necessariamente prediziam o futuro. Seu principal papel era falar algo da parte de Deus para a Igreja, proclamando a verdade.

2.39 Maria e José teriam retornado imediatamente a Nazaré ou permanecido em Belém por algum tempo, como sugere o relato em Mateus 2? Houve um intervalo de vários anos entre os acontecimentos descritos nos versículos 38 e 39, tempo suficiente para o casal encontrar um lugar para morar em Belém, fugir para o Egito, a fim de escapar da ira de Herodes, e retornar a Nazaré em uma ocasião segura.

2.40 Jesus era cheio de sabedoria. Este fato não surpreende, uma vez que Ele permanecia em intimo contato com o Pai celestial. Em Tiago 1.5, é dito que Deus generosamente dá sabedoria a todo aquele que pede. De acordo com os ensinamentos de Jesus, podemos crescer em sabedoria se andarmos com Deus.

2.41, 42 De acordo com a lei, todo homem devia ir a Jerusalém três vezes por ano, por ocasião das grandes festas (Dt 16.16). A Páscoa é a mais importante das três comemorações anuais dos judeus. Celebrada na primavera: é antecedida imediatamente pela Festa dos Pães Asmos, que dura uma semana. A Páscoa judaica comemora a noite em que os hebreus saíram do Egito, quando Deus matou os primogênitos egípcios, mas não feriu os lares marcados com o sangue do cordeiro (Êx 12.21 -36)

2.43-45 Com a idade de doze anos, Jesus era considerado quase um adulto, por isso não passou muito tempo com os pais durante a Páscoa. Aqueles que compareciam às festas em Jerusalém viajavam frequentemente em caravanas, para se protegerem de ladrões nas estradas da Palestina. Era habitual as mulheres e as crianças irem a frente das caravanas; os homens iam na retaguarda. Um menino de doze anos de idade poderia ir em outro grupo, por isso Maria e José presumiram que Jesus estivesse em outra caravana. Mas Ele ficara para trás, absorvido em discussões com os líderes religiosos.

2.46, 47 Os pátios do Templo eram conhecidos como um lugar de aprendizado. O apóstolo Paulo estudou em Jerusalém, talvez nos pátios do Templo, sob os cuidados de Gamaliel, um de seus primeiros professores (At 22.3). Na época da Páscoa, os maiores mestres se reuniam para ensinar e discutir grandes verdades teológicas. A vinda do Messias, sem dúvida, era um dos tópicos de discussão, pois todos aguardavam que Ele se manifestasse em breve. Jesus deve ter ficado entusiasmado em meio à discussão. Não foi a juventude, mas a profundidade da sabedoria dEle que surpreendeu aqueles doutores.

2.48 Maria teve de desapegar-se de Jesus e deixar que Ele se tornasse um homem, o Messias. Temerosa de não ter sido cuida dosa o bastante com o filho que lhe fora dado por Deus, procurou Jesus desesperadamente. Mas ela procurava um menino, não o jovem que estava no Templo, surpreendendo os líderes religiosos com suas perguntas. É difícil perder o controle sobre as pessoas ou os projetos que nutrimos. É doce, mas doloroso, ver nossos filhos se tornarem adultos; nossos alunos, professores; nossos subordinados, gerentes: nossas ideias, instituições, mas quando chega o devido tempo, devemos recuar e deixar que pessoas e planos cresçam, partam, apesar da dor. Então, nossos protegidos podem exercitar suas asas, alçar vôo e subir rapidamente para as alturas que Deus planejou para eles.

2.49-50 Essa é a primeira vez que Jesus se apresenta como o Filho de Deus. Mas, embora soubesse quem era seu verdadeiro Pai, Ele não rejeitou os pais terrenos. Voltou para Nazaré com eles e viveu sob sua autoridade por mais 18 anos. O povo cio Deus não menospreza as relações humanas ou as responsabilidades familiares. Se o Filho de Deus obedeceu aos pais humanos. quanto mais nós devemos honrar os nossos! Não use o seu compromisso com a obra de Deus para justificar sua negligência em relação à sua família.

2.50 Os pais de Jesus não entenderam o que Ele quis dizer sobre a Casa de seu Pai. Não perceberam que Ele fez uma distinção entre seu pai terreno e seu Pai celestial. Jesus sabia que tinha um relacionamento especial com Deus. E embora Maria e José soubessem que Ele era o Filho de Deus, não entendiam o que sua missão envolvia. Além disso, tinham de criá-lo com seus irmãos e suas irmãs (Mt 13.55,56), como uma criança normal. Sabiam que Jesus era especial mas não sabiam o que se passava em sua mente.

2.52 Na Bíblia, não há qualquer acontecimento relacionado aos 18 anos seguintes da vida de Jesus. Mas, sem dúvida, Ele continuou aprendendo e amadurecendo. Como o filho mais velho de uma família numerosa, ajudou José em seu trabalho de carpintaria. Após a morte deste, provavelmente coube a Jesus a responsabilidade de prover o sustento da família. As rotinas deram a Jesus a oportunidade de experimentar o modo de vida do povo judeu.

2.52 No segundo capítulo do livro de Lucas, constatamos que, embora Jesus fosse especial, teve uma infância e uma adolescência absolutamente normais. Em termos de desenvolvimento, passou pelos mesmos estágios por que passamos. Cresceu física e mentalmente, relacionou-se com as outras pessoas, era amado por Deus. A vida não era desequilibrada. Foi importante para Jesus, e é para todos os crentes, desenvolver-se completa e harmoniosamente na área física, mental, social e espiritual.

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