Estudo sobre Filipenses 2:24

Estudo sobre Filipenses 2:24



Timóteo, porém, é diferente. Ele foi aprovado, e os filipenses estão cientes disso. Vemos, pois, de novo o que é escrever vivamente no Espírito Santo. Quando Paulo pronuncia o nome de seu discípulo, o colaborador que ele mesmo convocou para o serviço (At 16.1-3), tem vivamente diante de si a forma com que Timóteo o serviu afetuosamente, “como filho ao pai”. Imediatamente, porém, ele muda o rumo do pensamento. O decisivo não é o serviço que Paulo recebeu desse homem, mas que “junto com ele serviu ao evangelho”. Foi por isso que já no começo da carta Paulo uniu Timóteo e a si próprio como “escravos do Cristo Jesus”. De forma maravilhosamente bela, porém, a primeira frase entrelaça a afetuosa posição filial do mais jovem diante do mais velho e mais importante, Paulo, e apesar disso toda a supremacia do evangelho, que torna secundária qualquer ajuda pessoal, unindo ambos os homens no serviço à grande incumbência comum.

Paulo não tem “ninguém de igual mentalidade”. Os filipenses precisam (de forma geral ou mesmo por causa de dificuldades específicas) de uma pessoa que, com total desinteresse e “genuinamente, esteja preocupado com as questões deles”. Quem busca o que é seu, sua própria fama, seu próprio conforto, esquiva-se do esforço e da dor de ir a fundo nas questões em uma igreja e solucionar as mazelas com mão paciente, afetuosa e por isso também firme. É por isso que Paulo enviará aos filipenses justamente o aprovado Timóteo. Espera que possa fazê-lo “em breve”. Entretanto, primeiro precisa “ter uma visão geral de sua situação”. Enquanto o processo ainda estiver indefinido, não poderá abrir mão de Timóteo. Paulo igualmente pode lhe dar as necessárias incumbências específicas quando souber se ele mesmo retornará ao trabalho ou se precisará organizar seu campo de trabalho para sua saída definitiva. Mas tão logo isso estiver esclarecido com o fim do processo, seja ele qual for, então Timóteo irá “imediatamente”. Mais uma vez Paulo dá vazão à sua “persuasão” de que também “ele mesmo, brevemente, irá”.


Para o “ser cristão” da forma como Paulo entendia, o “estar em Cristo”, é característico o sentido concreto que ele tem e como foi vivenciado pelo próprio Paulo. Como pensamos arbitrariamente quando fazemos todos os planos e tomamos nossas deliberações! No máximo permitimos que Deus conceda posteriormente sua bênção a tudo. Para Paulo, viver constantemente em Cristo é tão natural que a própria ideia de enviar Timóteo a Filipos e a esperança de poder fazer isto em breve só é concebida “no Senhor Jesus”. Da mesma maneira sua confiança não é questão de ânimo pessoal, mas uma “persuasão no Senhor”. De quantas coisas privamos a nós mesmos porque não tiramos proveito do fato de que realmente podemos fazer tudo no Senhor Jesus!