Números 22 — Explicação das Escrituras

Números 22

Números 22 apresenta a história de Balaão, um profeta não-israelita, que é convocado por Balaque, rei de Moabe, para amaldiçoar os israelitas. Apesar dos esforços de Balaque para persuadir Balaão, Deus intervém e o impede de amaldiçoar os israelitas, afirmando Sua proteção sobre Seu povo escolhido. A jumenta de Balaão também desempenha um papel significativo na narrativa, pois fala com ele, avisando-o da presença do Anjo do Senhor no caminho. O capítulo destaca a soberania e proteção de Deus sobre os israelitas e ilustra a importância da obediência à Sua vontade.

Explicação

22:2–14 Quando os moabitas, ao sul, ouviram como os amorreus haviam sido conquistados, ficaram apavorados (desnecessariamente, veja Deut. 2:9). Portanto, Balaque, o rei, procurou contratar o profeta Balaão para amaldiçoar Israel. Embora um profeta pagão, Balaão parece ter tido algum conhecimento do verdadeiro Deus. O Senhor o usou para revelar Sua mente a respeito da separação, justificação, beleza e glória de Israel. A primeira tentativa de fazer Balaão amaldiçoar está registrada nos versículos 7–14. Os mensageiros de Balaque vieram a Balaão com as recompensas da adivinhação - isto é, com recompensas para ele se ele pronunciasse com sucesso uma maldição sobre Israel. Mas Deus disse a ele que ele não deveria amaldiçoar o povo porque o Senhor os havia abençoado. Balaque significa “desperdício”. Balaão significa “engolidor do povo” ou “confuso do povo”.

22:15–21 A segunda tentativa de Balaão é registrada a seguir. Balaão sabia qual era a vontade de Deus, mas ousou ir diante do Senhor, talvez na esperança de que houvesse uma mudança de opinião. O Senhor disse a Balaão para ir com os homens de Balaque, mas fazer apenas o que o Senhor lhe dissesse. A razão da partida de Balaão é claramente apontada em 2 Pedro 2:15, 16. Ele foi motivado por seu amor ao “salário da injustiça”. Ele é típico do “profeta mercenário” que prostitui sua habilidade dada por Deus por dinheiro.

22:22–27 O “Anjo do SENHOR” (v. 22) era Cristo em uma aparição pré-encarnada. Três vezes Ele se colocou diante de Balaão e sua jumenta para impedi-lo, porque conhecia seus motivos. Na primeira vez, o burro viu o Anjo e desviou para um campo. Por isso, o pobre animal foi atingido por Balaão. Na segunda vez, o Anjo parou em um caminho estreito entre os vinhedos. O burro apavorado esmagou o pé de Balaão contra a parede e novamente foi abusado. Na terceira vez, o Anjo os confrontou em uma passagem estreita. O burro frustrado deitou no chão e recebeu uma terceira surra de Balaão. Até mesmo um burro, o símbolo da teimosia, sabia quando desistir, mas não o profeta obstinado e obstinado!

22:28–40 A jumenta recebeu o poder de falar com Balaão, repreendendo-o por seu tratamento desumano (vv. 28–30). Então Balaão viu o Anjo do SENHOR com Sua espada desembainhada e O ouviu explicar Sua missão de impedir Balaão em sua desobediência (vv. 31–35). O Anjo então permitiu que o profeta fosse a Balaque, mas para falar... somente a palavra que Deus lhe deu (v. 35). Depois de conhecer Balaão, Balaque ofereceu sacrifícios a seu deus.

Notas Adicionais:

22.1-41 Princípio da história de Balaque e Balaão. Balaque é o rei moabita que chamou a Balaão, falso adivinho e profeta mercenário, para amaldiçoar o povo de Deus. Balaão é descrito como o mercenário que negociava com seus dons em Jd 11. A doutrina de Balaão era que o povo não podia ser amaldiçoado contra a vontade divina; poderia, entretanto, ser corrompido (31.16; Ap 2.14; Tg 4.4). O resultado se vê em 25.1-2. • N. Hom. O vigésimo segundo capítulo nos ensina: 1) O triplo testemunho de Balaque: a) do Povo de Deus, v. 3; b) à religião, ao mandar buscar Balaão ao invés de guerrear contra Israel, v. 5; c) da inutilidade da idolatria, já que nela não achará poder algum, v. 6. 2) O triplo conflito de Balaão: a) entre o Conhecimento e a Vontade, sendo que Balaão conhecia quem era Israel, mas mesmo assim queria ganhar seu salário, v. 7; b) entre o Desejo, e a Consciência: a cobiça venceu apesar da vontade divina ter sido claramente revelada, v. 12. Note-se a maneira incompleta de Balaão em citar a mensagem de Deus, v. 13; c) entre a Obediência e a Voluntariedade. Por que, tendo recebido uma proibição nítida, quis saber o “que mais o Senhor diria”, v. 19. Nunca surgem novos mandamentos até que venham novas circunstâncias. 3) A tripla reprovação divina: a) até a permissão que Deus deu foi uma reprovação da fraqueza de Balaão, v. 20; b) a palavra divina já tinha sido pronunciada v. 12; c) as circunstâncias que Deus impõe para dificultar o caminho do pecado muitas vezes nos revelam nosso erro, vv. 22-26.

22.7 O preço dos encantamentos. Balaão estava sendo contratado como mágico, havendo, na época, a crença popular que o próprio fato de um profeta prenunciar algo traria a efeito profetizado.

22.12 É povo abençoados. Balaão tinha religião suficiente para ficar sabendo a verdadeira vontade de Deus, mas isto não quer dizer que sua voluntariedade sempre o deixaria seguir pelos passos que sabia ser os da vontade divina. Veja as notas sobre o falso profeta descrito em 1 Rs 13.11-32. A Palavra de Deus é clara e simples, e fica complicada apenas para aqueles teólogos que querem ensinar o povo a fugir dos seus preceitos, sendo instrumentos na mão de Satanás para levar muitos a rejeitar as maravilhosas promessas de Deus que são a herança eterna dos que crêem.

22.17 Farei tudo o que me disseres. O profeta é convidado a estipular seu salário e as honras que quer receber.

22.23 Uma jumenta tem mais visão do que um homem cego pela cobiça. A ira de Deus tomou a forma de um Anjo armado; esta ira se inflamara porque Balaão, tendo a intenção de obedecer a Deus pela letra, iria perverter o espírito da vontade divina, 31.16.

22.28 Fez falar a jumenta. Para Deus nada é impossível, e está pronto a falar por milagres se a falta de fé que os homens têm exige revelações extras. O apóstolo Pedro ensinarmos que este milagre impediu os intentos do profeta de amaldiçoar Israel, 2 Pe 2.15-16.

22.32 Como teu adversário. Deus é o adversário de todos os nossos pecados, e com Ele temos que entrar no pacto evangélico enquanto estamos no caminho desta vida terrestre, Mt 5.25.

22.35 Aquilo que eu te disser. Deus vence os intuitos malignos dos homens. A própria perversidade de Balaão seria tornada em fonte de bênçãos, o que não inocenta este profeta, Rm 3.5-8.

22.36 Este encontro simboliza o poderio cívico e o poderio eclesiástico colaborando para restringir os verdadeiros crentes.

22.41 Bamote-Baal. Quer dizer “os lugares altos de Baal”; era, portanto, um monte consagrado à adoração das divindades pagãs.

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