Números 31 — Explicação das Escrituras

Números 31

Números 31 descreve a campanha vitoriosa dos israelitas contra os midianitas. Em resposta à sedução dos israelitas à idolatria e imoralidade, Deus ordena a Moisés que se vingue dos midianitas. Sob a liderança de Fineias, os israelitas derrotam os midianitas, matando seus reis, incluindo Balaão. O exército israelita retorna com despojos e cativos, mas Moisés comanda a purificação dos soldados e dos despojos devido à exposição aos cadáveres. O capítulo destaca as consequências da desobediência aos mandamentos de Deus e a importância de manter a pureza e a santidade em meio ao conflito.

Explicação

31:1–11 Deus ordenou a Moisés que destruísse os midianitas por corromperem Seu povo por meio da fornicação e da idolatria em Baal de Peor. Doze mil israelitas marcharam contra o inimigo e mataram todos os homens. Finéias foi para a guerra (v. 6) em vez de seu pai, o sumo sacerdote, possivelmente porque Finéias foi quem desviou a ira de Jeová matando Zinri e a mulher midianita (cap. 25). Agora ele deveria liderar os exércitos do Deus vivo para completar o julgamento do Senhor sobre Midiã. “Todos os machos” (v. 7) refere-se a todos os soldados midianitas, e não a todos os midianitas existentes, porque nos dias de Gideão eles novamente se tornaram uma ameaça para Israel (Juízes 6). Zur (v. 8) foi provavelmente o pai de Cozbi, a mulher midianita morta no acampamento de Israel (25:15). (Ou Balaão nunca conseguiu voltar para casa ou então ele voltou para Midiã por algum motivo, pois ele também foi morto.)

31:12–18 Embora tivessem matado todos os soldados midianitas, os filhos de Israel pouparam as mulheres e crianças e orgulhosamente os trouxeram de volta ao acampamento com uma grande quantidade de despojos. Moisés ficou zangado porque eles teriam poupado aqueles que causaram o pecado de Israel e ordenou que os filhos do sexo masculino e toda mulher que se deitasse com um homem fossem mortos. As meninas foram poupadas, provavelmente para serviços domésticos. Essa punição foi justa e necessária para preservar Israel de mais corrupção.

31:19–54 Os guerreiros e cativos foram obrigados a passar pelos habituais sete dias de purificação (v. 19). Além disso, o despojo tinha de ser limpo, seja com fogo ou lavando com água (vv. 21–24). O despojo foi dividido entre os guerreiros e toda a congregação (vv. 25–47). Os homens de guerra ficaram tão agradecidos por nenhum deles ter morrido que trouxeram uma grande oferta ao Senhor (vv. 48–54).

Notas Adicionais:

31.1-54 A vitória dos israelitas sobre os midianita, cuja destruição se fez necessária por serem fonte de prevaricação, moléstia e infecção para o povo de Israel, v. 16. Além do mais, os midianitas tinham se aliado aos moabitas para amaldiçoar Israel, proferindo, deste modo; injúria ao Deus de Israel.

31.8 Balaão morre, não como um justo, o que era seu desejo hipócrita (Nm 23.10), mas sim a morte de um infiel, mercenário e inimigo de Deus. A sua sorte será com os incrédulos, Ap 21.8. • N. Hom. O trigésimo primeiro capítulo descreve: 1) A retribuição que caiu sobre Balaão, vv. 8 e 16. O fim horrível de um homem que, não tendo conseguido aquilo que buscava, se aviltou em dar conselhos que trariam desgraças sobre Israel; 2) A terrível manifestação da justiça divina ao se confrontar com o pecado; 3) A resposta de Israel ao mandamento de Deus, que sempre exige a obediência pronta e plena; 4) A gratidão a Deus revelada na divisão dos despojos, v. 50; 5) O galardão da fidelidade se vê na abundância dos despojos que cada soldado recebia, v. 53.

31.12 Fineias foi o primeiro a querer castigar a infidelidade praticada com o povo de Moabe e de Midiã, contra a Lei de Deus (25.7-13), e agora volta vitorioso para Eleazar, seu pai.

31.14 Indignou-se Moisés. Uma santa indignação de Moisés, provocada pelo seu povo que poupou as mulheres midianitas que tinham sido o veículo de sedução do povo de Israel.

31.16 Por conselho de Balaão. Quando Balaão não conseguiu ganhar um salário por amaldiçoar a Israel, 24.10-14, já que o próprio Deus pôs profecias verídicas na sua boca, colaborou na desmoralização de Israel pela idolatria, descrita em 25.1-3, o que levou a esta guerra contra os midianitas que Israel declarou a fim de afastar a causa da prevaricação. Talvez sua presença entre os midianitas na hora da sua morte (v. 8) foi para efetuar a cobrança pela destruição de 24.000 israelitas (25.9), que era o motivo de os midianitas terem convocado este profeta falso, 22.4-5. Sua maldição não funcionou, mas seus conselhos malignos causaram esta tragédia.

31.18 Os regulamentos para o casamento de um soldado com uma mulher que levou cativa da guerra são definidos em Dt 21.10-14.

31.19 Vos purificareis. A maneira da purificação se descreve em 19.2-19; o motivo da purificação é o contato com os mortos, que cada soldado deve ter tido nesta campanha.

31.21 Moisés tinha dado as ordens gerais, mas o sacerdote é que iria explicar como se faria, a cerimônia da purificação.

31.23 Note-se que a purificação é para tornar algo útil e limpo, não para destruí-lo; por isso mesmo, cada objeto tinha que ser purificado pela maneira mais forte e completa que podia tolerar sem ser estragado. Assim também a punição e o sofrimento purificam o caráter humano, mas Deus não permitiu que essas tentações fossem além da força humana para enfrentá-las e para vencê-las, 1 Co 10.13. Destas instruções, podemos entender que precisamos de nos purificar, mesmo quando estamos em ativo serviço religioso. Às vezes são as horas que exigem maior cuidado ainda em verificarmos se nosso coração está reto diante de Deus. Na obra de purificar o metal, o fundidor sabe que a obra está terminada quando pode ver sua própria face no metal. Assim também o crente está se purificando quando a face de Cristo se reflete nas suas obras e atitudes.

31.27 Duas portes iguais. A guerra não fora uma guerra de soldados, mas sim de todo o povo de Deus contra aqueles que causaram a tentação: a vitória pertencia a todos os israelitas.

31.32 A presa. Esta se divide em cativos, presa (animais) e despojo (objetos), v. 12; é o fruto da vitória concedida por Deus.

31.50 Trouxemos uma oferta ao Senhor. Por causa da vitória sobre os midianitas, e do fato de nenhum soldado ter perecido. Esta oferta de gratidão foi tirada do “despojo” (v. 32), a parte da presa que não foi distribuída pelo regulamento. Este memorial à bondade e à justiça de Deus era um ato expiatório.

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