Números 4 — Explicação das Escrituras

Números 4

Números 4 continua a detalhar as responsabilidades dos levitas em seu serviço ao Tabernáculo. Este capítulo enfoca especificamente os deveres do clã coatita dentro da tribo levítica. Os coatitas são designados para lidar com os itens mais sagrados do Tabernáculo, incluindo a Arca da Aliança, a Mesa dos Pães da Proposição, a Menorá, o Altar do Incenso e outros objetos sagrados. Deus fornece instruções detalhadas sobre como esses itens devem ser manuseados, cobertos e transportados, enfatizando a necessidade de extremo cuidado e reverência. O capítulo destaca a importância de manter a santidade do Tabernáculo e o papel central dos levitas em garantir o bom funcionamento e adoração da comunidade israelita.

Explicação

4:1–3 A numeração no capítulo 4 foi para determinar o número de levitas que estavam disponíveis para o serviço ativo em conexão com o tabernáculo. Estes eram os homens de trinta ... a cinquenta anos de idade.

4:4–20 Êxodo 25:15 diz: “As varas estarão nas argolas da arca; eles não serão tirados dela. Mas o versículo 6 diz que os sacerdotes “inserirão suas varas”. Uma possível solução sugerida no comentário de Keil e Delitzsch é que o versículo 6 pode ser traduzido como “ajuste seus pólos de orientação”.

Os deveres dos coatitas são assumidos primeiro (vv. 4–20). Aarão e seus filhos foram designados para guardar o tabernáculo e os vasos sagrados (vv. 5–13). A arca (vv. 5, 6), a mesa dos pães da proposição (vv. 7, 8), o candelabro de ouro (vv. 9, 10), o altar de ouro (v. 11), os utensílios (v. 12), e o altar de bronze (vv. 13, 14) deveria ser coberto com uma cobertura de peles de texugo. Os outros filhos de Kohath foram então designados para carregar esses artigos cobertos. (A pia não é mencionada aqui, mas eles devem tê-la carregado também.) Eles não tinham permissão para tocar ou mesmo olhar para eles descobertos, para que não morressem (vv. 15, 17–20). Eleazar, filho de Arão, foi encarregado do tabernáculo e de seus móveis sagrados (v. 16).

O véu entre o Santo dos Santos e o lugar santo sempre escondia a arca da vista (v. 5). Mesmo quando Israel estava em movimento, a arca estava coberta por esse mesmo véu, que representava o corpo de nosso Senhor Jesus Cristo. Ninguém, exceto o sumo sacerdote, podia olhar para o trono de Deus acima da arca até o Calvário, quando o véu se rasgou para sempre em dois.

4:21–28 Os gersonitas deveriam carregar as cortinas do tabernáculo, o tabernáculo da reunião, as cortinas do pátio e as cortinas. Itamar, filho de Arão, estava encarregado dos gersonitas.

4:29–33 As famílias dos filhos de Merari foram designadas para carregar as tábuas, barras, pilares, bases, estacas e cordas.

Notas Adicionais

4.2 Filhos de Coate. Esses filhos de Coate aparecem em primeiro plano por causa dos cargos que exerciam em relação ao tabernáculo. Eram responsáveis por todos os vasos sagrados. • N. Hom. O quarto capítulo nos lembra de: 1) A variedade de dons e de deveres na Igreja de Deus, Ef 4.7-12; 1 Co 12. Há trabalho para todos, e por isso devemos nos animar ao serviço, e há um serviço especial para cada um, o que deve nos tornar humildes com respeito à nossa posição na obra; 2) O caráter do Deus a Quem servimos (para que não morram, v. 20), Hb 12.28-29.

4.3 Esta idade é a idade da força física, ideal para obra dos coatitas, que era a de carregar e montar o tabernáculo.

4.4 Nas coisas santíssimas. O equivalente dentre os cristãos é um ministério de tempo integral, dedicação à oração, à Palavra de Deus, à consolação e inspiração dos fiéis à adoração.

4.9 O candelabro. Aponta para Cristo, a Luz do Mundo.

4.11 O altar de ouro. É o altar do incenso; poderá simbolizar a oração, tanto dos crentes como de Cristo em favor dos Seus.

4.13 Do altar. É o altar de bronze para os sacrifícios.

4.15 Nas coisas santos não tocarão. Não pode haver contato entre o homem pecaminoso e as coisas sagradas de Deus; enquanto estamos na carne, há uma barreira entre nós e o Além, 1 Co 15.50; por isso mesmo, “Ninguém jamais viu a Deus”, Jo 1.18.

4.16-18 Eleazar filho de Arão, herdeiro do sacerdócio do seu pai, do qual eram descendentes todos os sacerdotes de Israel, 20.28. • N. Hom. O décimo sexto versículo pode ser comparado com o ofício do Ministro: 1) Pelas suas exortações, tem que despertar o fervor dos seus ouvintes, para que aceitem a iluminação do Espírito Santo; compare o azeite da luminária; 2) é ofício do ministro despertar um volume de oração incessante na igreja, como um incenso aromático; 3) é privilégio do ministro ensinar seu povo a conhecer Cristo como o Pão da Vida para ele, no sentido de alimentação espiritual diária, e também no sentido de sacrifício único e suficiente pela pecado, fatos que se podem comparar com a contínua oferta dos manjares; 4) o ministro deve pôr o povo em contato com a sabedoria que vem dos altos Céus, 1 Jo 2.27-29, almejando uma santificação sobrenatural, Gl 5.22-24, comparável ao óleo da unção; 5) o ministro é responsável por todas as coisas relacionadas com a igreja, o tabernáculo de Deus: tudo o que nele há, At 20.28; 1 Ts 5.12-13; Hb 13.17.

4.18 Isto significa que Moisés e Arão devem evitar que estas famílias caiam em pecado impedindo-as de terem contato com as coisas sagradas; semelhantemente, o crente deve estar pronto a evitar ocasiões de tropeço aos seus semelhantes, Mc 9.42.

4.23 Entrar neste serviço. O hebraico pode significar “combater este combate” que nos faz lembrar as palavras que Paulo aplicou à vida de um missionário, a luta contra as obras de Satanás, 2 Tm 4.6-8, as quais Cristo veio para destruir, 1 Jo 3.8.

4.28 Itamar. Este filho de Arão era a superintendente de todas as coisas físicas do tabernáculo, assim como o outro filho sobrevivente, Eleazar, era o herdeiro da parte espiritual do serviço religioso, o sacerdócio das ofertas; v. 16.

4.31 Os filhos e Merari ficaram incumbidos das coisas que ligavam as partes do tabernáculo fazendo uma unidade harmoniosa,

4.38 Os que foram contados. Este ato constante e numerar enfatiza o fato de que Deus conhece cada indivíduo do Seu rebanho, e tem cuidado dele. Também nos ensina que a obra de Deus se calcula e se planeia com grande exatidão, Lc 14.28.

4.46 Os príncipes de Israel. Os líderes civis tinham interesse na distribuição dos levitas, já que estes obreiros religiosos representavam a nação inteira nas coisas espirituais.

4.48 O número dos levitas foi de 8.580, aparentemente muita gente para o serviço religioso; entretanto cabia-lhes a cultivo espiritual de todas as tribos. Sua grande missão era servir ao Senhor no meio do seu povo. Nota-se aqui a distribuição criteriosa do serviço da casa de Deus. No NT também se vê esta preocupação no serviço do Senhor, Ef 4.11, 12; 1 Co 12.28.

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