Números 9 — Explicação das Escrituras

Números 9

Números 9 detalha a observância da Páscoa e da Nuvem do Senhor durante a jornada dos israelitas no deserto. Deus instrui Moisés a garantir que os israelitas celebrem a Páscoa na hora marcada, mesmo para aqueles que eram impuros ou incapazes de observá-la no primeiro mês. Uma provisão é feita para uma celebração da Páscoa de “segunda chance” um mês depois. O capítulo também destaca o significado da Nuvem do Senhor, que servia de guia para os movimentos dos israelitas. Quando a Nuvem se levantava do Tabernáculo, sinalizava a hora de os israelitas continuarem sua jornada e, quando ela se acomodava, eles acampavam. Números 9 enfatiza a importância da obediência aos mandamentos de Deus e a orientação fornecida por Sua presença no meio deles durante sua permanência no deserto.

Explicação

9:1–14 As instruções de Deus para guardar a Páscoa (vv. 1–2) precederam os eventos do capítulo 1. Nem todos os eventos em Números são cronológicos. A Páscoa era celebrada no décimo quarto dia do primeiro mês. Provisão especial foi feita para aqueles que foram contaminados cerimonialmente (talvez involuntariamente), através do contato com um cadáver humano, ou estavam viajando, para manter a Páscoa um mês depois - no décimo quarto dia do segundo mês (vv. 6- 12). Mas qualquer outro que não cumprisse a Páscoa era eliminado do meio de seu povo (v. 13). Um estrangeiro (gentio) tinha permissão para celebrar a Páscoa do Senhor se assim o desejasse, mas nas mesmas condições que os judeus (v. 14).

9:15–23 Esses versículos antecipam os próximos capítulos. Eles descrevem a nuvem gloriosa que cobria o tabernáculo - a nuvem... de dia e a aparência de fogo à noite. Sempre que a nuvem se levantava do tabernáculo, o povo de Israel deveria levantar acampamento e marchar adiante. Quando a nuvem baixasse, o povo deveria parar e armar suas tendas. A nuvem era, claro, um símbolo de Deus guiando Seu povo. Embora o Senhor não lidere de maneira tão visível hoje — andamos pela fé, não pela vista — o princípio ainda é válido. Mova-se quando o Senhor mover, e não antes, porque “escuridão sobre ir é luz sobre ficar”.

Notas Adicionais

9.1-14 O suplemento da lei concernente à Páscoa. Todo judeu deveria observá-la, sob pena de ser excluído da comunidade israelita. Elementos da Páscoa: deveriam constar pão asmo, isto é, sem fermento; ervas amargas, como almeirão; e um cordeiro ou cabrito, cujos ossos não deveriam ser quebrados. O cordeiro pascal era a figura do Cordeiro de Deus, nosso Senhor Jesus Cristo, cujos ossos não foram quebrados, e cujo sangue foi vertido na Cruz do Calvário para a nossa redenção. Veja Jo 19.36. • N. Hom. O nono capítulo nos ensina: 1) A Páscoa era uma lembrança do passado uma realização do presente e uma antecipação do futuro. Assim também é a Ceia do Senhor, que contém o evangelho inteiro; 2) Os problemas e as dificuldades devem ser levados a Deus em oração, v. 8; 3) A orientação de Deus deve ser seguida a cada passo, seja no viajar, seja no esperar. O grande principio é: “Segundo o mandado do Senhor”, vv. 18, 19, 20, 23; cf. Jo 2.5; 4) A vontade divina para nós inclui o “onde” e o “quando”, duas coisas que se revelam claramente aos fiéis que obedecem a Deus.

9.6 Imundos. Os sacerdotes não podiam se aproximar de um morto, a não ser no caso de um parente próximo, Lv 21.1-6.

9.8 Moisés não tentou estribar-se em sua própria sabedoria que, aliás, era grande: levou o assunto a Deus em oração.

9.10 O espírito da lei sempre tem mais valor do que a letra. O alvo da Lei é nos pôr em contato eterno com Deus, e Deus não deseja que algum impedimento técnico prive o homem das Suas bênçãos. Com o perverso, Deus se mostra firme e sério, especialmente quando se trata de desprezar as bênçãos que Deus derrama sobre os homens, v. 13. Veja Hb 6.4-6.

9.13 Eliminado do seu povo. Se isto parece ser muita severidade para tratar com alguém por faltar a um dever cerimonial religioso, é necessário não se esquecer do significado da Páscoa - o Cordeiro de Deus -, reconhecendo que quem não aceita o meio de salvação indicado pelo próprio Deus já se entregou à perdição, Mc 16.16; Jo 3.16-21, 36.

9.15-23 Este trecho revela a presença d e Deus, e Sua preocupação para com o Seu povo a quem deseja guiar em segurança pelo deserto. • N. Hom. Este trecho, 15-23, nos dá os seguintes ensinamentos sobre nosso Deus: 1) É um Deus que acampa conosco, seja na forma de uma nuvem, no passado, ou seja pela presença do Santo Espírito, que é o caso nestes séculos depois do dia de Pentecostes; 2) É um Deus que exige fidelidade e obediência à Sua vontade; 3) É um Deus que deseja salvar: a nuvem e a coluna se comparam bem à Salvação e à Segurança que Cristo nos concede. Neste mesmo trecho, a Nuvem nos revela: 1) A amorável onipresença de Deus; 2) A grandiosidade da Providência divina; 3) Revela que precisamos da atitude de obediência para recebermos as bênçãos de Deus.

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