Números 7 — Explicação das Escrituras

Números 7

Números 7 detalha as ofertas trazidas pelos líderes das doze tribos de Israel para a dedicação do Tabernáculo. Cada líder apresenta um conjunto de oferendas, que inclui artigos de prata e ouro, animais de sacrifício e outros itens valiosos. As oferendas são feitas durante um período de doze dias, sendo cada dia dedicado a uma tribo diferente. O capítulo enfatiza a unidade e apoio das tribos na consagração do Tabernáculo e destaca a importância de suas contribuições para o centro religioso da comunidade israelita.

Explicação

7:1–9 Este capítulo nos leva de volta a Êxodo 40:17, quando o tabernáculo foi estabelecido. Os líderes de Israel eram os chefes das várias tribos. Seus nomes já foram dados em Números 1:5–16 e em Números 2. Eles trouxeram primeiro uma oferta de seis carros cobertos e doze bois (v. 3). Moisés distribuiu duas carroças e quatro bois... aos filhos de Gérson, e quatro carroças e oito bois... aos meraritas para serem usados no transporte de sua parte dos acessórios do tabernáculo. Nenhuma carroça ou boi foi dado aos coatitas porque eles carregavam o precioso fardo dos vasos sagrados em seus ombros.

7:84–89 O total de todos os dons é dado nos versículos 84–88. Deus não se esquece de nenhum serviço que é feito para Ele. Ele mantém um registro cuidadoso. No final da oferta, Moisés foi ao Lugar Santíssimo e ouviu a voz de Deus falando com ele de cima do propiciatório, talvez expressando satisfação com as dádivas dos líderes (v. 89). Embora Moisés fosse da tribo de Levi, ele não era sacerdote. No entanto, Deus abriu uma exceção em seu caso, não apenas autorizando-o a entrar no Lugar Santíssimo, mas ordenando-lhe que o fizesse (Êxodo 25:21, 22).

Notas Adicionais:

7.1- 89 As ofertas dos príncipes. Cada príncipe em Israel ofereceu ao Senhor a dádiva de cada um, que é relatada separadamente, numa demonstração de que cada um deve prestar culto individualmente, e não depender só de adoração coletiva de Deus. Observa-se também a ordem e o cuidado em cumprir os mandamentos do Senhor, neste capítulo dos mais longos da, Bíblia • N. Hom. O sétimo capítulo nos ensina: 1) Deus ama a quem dá com alegria, 2 Co 9.7; 2) Deus reconhece cada dádiva, mesmo que sejam idênticas. Veja Mc 12.41-44. Os pormenores exatos nos ensinam que Deus não despreza sacrifício algum, se vem do coração, Sl 51.17; 3) Deus tem prazer em cada dádiva útil para o progresso da Sua Igreja; estas eram mormente para facilitar o transporte do Tabernáculo; 4) Deus coroa nossa vida com a comunhão com a Sua própria pessoa, feita através da Sua revelação e da nossa oração, v. 89.

7.5 Recebe-os dois deles. Moisés pensava que os levitas tinham que carregar a totalidade das partes do tabernáculo nas suas costas, assim como os coatitas tinham que fazer com o santuário, a parte sacrossanta do tabernáculo; por isso mesmo recebe instruções de Deus sobre o assunto (compare v. 9).

7.5-6 Vê-se que as dádivas foram primeiro aceitas, é depois dadas. Da mesma maneira, a retidão de Cristo foi primeiro considerada aceitável ao Seu Pai, e depois dada aos pecadores, em resposta à fé. Esta retidão que reveste os salvos é necessária, sendo que cumpre em nós e para nós a lei de Deus. Assim como os carros foram distribuídos aos levitas, de acordo com as necessidades de seu serviço religioso, assim também a retidão de Cristo no s é imputada segundo nossas grandes necessidades, e serve como modelo de nossa vocação cristã, 1 Pe 2.21.

7.8 Segundo o seu serviço. Os meios de transporte dados aos filhos de Merari consistiam em duas vezes mais do que aqueles dados para os gersonitas, já que seu fardo, de tábuas, colunas e bases (4.31-32), era muito mais pesado.

7.11 No seu dia. A ordem não era a de idade, de dignidade, ou de descendência dos filhos mais velhos de Israel, mas sim, a ardem da marcha estabelecida pelo próprio Deus, 2.1- 21.

7.15 Cada um desses animais poderia representar uma parte da obra de Cristo ao Se oferecer como um sacrifício integral para cumprir a vontade do Seu Pai. O novilho representa Cristo como Obreiro paciente, o Servo do Senhor, o carneiro. O representa como Vencedor poderoso das forças de Satanás e das suas hostes; o cordeiro revela o amor, a ternura, a paciência e a humildade de Cristo; desta maneira Ele foi o Amado do Seu Pai, cumprindo Sua Vontade.

7.16 Um bode para oferta. Este é o supremo exemplo da simbolização do sacrifício de Cristo, a oferta pelo pecado que carrega os pecados de todos os que nele creem, Is, 53.6; Lv. 16.20-22.

7.17 Sacrifício pacífico. O grande número de animais sacrificados enfatiza o fato de que, sem derramamento de sangue, não há remissão dos pecados, Hb 9.22. Tudo aponta para Cristo que, pela Sua obra, se tornou nossa Paz fazendo paz entre nós e Deus, paz entre nós e nosso vizinho, paz entre nós e a nossa consciência íntima, a restauração total do nosso ser, Ef 2.14. Nota geral: Eis o significado dos nomes citados neste capítulo: 1) No v. 12, Naasom quer dizer “Encantador” e seu pai Aminadabe tem um nome que significa ”Meu povo é nobre”; a tribo que representa “Judá” tem o nome de “Louvai ao Senhor”; 2) No v. 18, Natanael quer dizer “Deus deu”, e Zuar significa “Pequenez”. A tribo de Issacar tem o nome de “Aluguel” ou “Salário”; 3) No v. 24, Eliabe quer dizer “Deus é Pai”, e Helom significa “Forte”. A tribo de Zebulom tem o nome “Moradia” ou “Permanência”; 4) No v. 30, Elizur quer dizer “Deus é uma Rocha” e Sedeur significa “Raiar de Luz”. A tribo de Rúben tem o nome de “Veja o Filho”; 5) No v. 36, Selumiel quer dizer “Amigo de Deus”, e Zurisadai quer dizer “O Todo-Poderoso é minha Rocha”. A tribo de Simeão tem o nome de “Escutar”; 6) No v. 42, Eliasafe quer dizer “Deus acrescentou” e Reuel significa “Amigo de Deus”. A tribo de Gade tem o nome “Tropa” ou “Ditoso”; 7) No v. 48, Elisama quer dizer “Deus escutou”, e Amiúde significa “Meu Povo é Majestade”. A tribo de Efraim tem o nome de “Frutífero”; 8) No v. 54, Gamaliel quer dizer “Galardão de Deus”, e Pedazur significa “Rocha Redimida”. A tribo de Manassés tem o nome de “Esquecimento”; 9) No v. 60, Abidã quer dizer “Meu Pai é Juiz”, e Gideoni significa “Derrubada”. A tribo de Benjamim tem o nome de “Filho da Mão Direita”; 10) No v. 66, Aieser quer dizer “Meu Irmão é Socorro”, e Amisadai significa “Povo do Todo-Poderoso. A tribo de Dã tem o nome “Juiz”. 11) No v. 72, Pagiel quer dizer “Intervenção de Deus”, e Ocrã significa ”Importuno”. A tribo de Aser tem o nome de “Bem-aventurado”; 12) No v. 78, Aira quer dizer “Meu Irmão é mau”, e Enã significa “Olhos delas”. A tribo Naftali tem o nome ”Competição”. Todos estes nomes têm sentido religioso que pode ser relacionado com Cristo. Isto se vê até nos nomes mais obscuros como: “Meu Irmão é mau”, o que mostra o amor de Cristo em se tornar irmão dos pecadores (Hb 2.11,12), e “Importuno”, que mostra a perseverança na oração que Cristo ensinou pela parábola do amigo importuno, Lc 11.58. • N. Hom. Alguns dos aspectos da natureza de Deus que se enfatizam no Livro de Números: 1) A Fidelidade imutável de Deus, 23.19; 2) A Santidade de Deus, 20.12, e as prescrições que conservam a santidade do tabernáculo; 3) A Soberania de Deus, exercida sobre cada aspecto da vida e observada nas inúmeras prescrições exatas em muitos assuntos; 4) O Poder de Deus exercido sobre o paganismo e a superstição, observados na história de Balaão, caps. 22-24.

7.89 Moisés fala ao Senhor, e Deus ouve e atende a voz do Seu servo. • N. Hom. A grandiosidade do Ministério se vê no v. 89; 1) Está no Ministério da Intercessão - o Ministro leva as necessidades do seu rebanho diante de Deus; 2) Está no Ministério da Pregação - o Ministro traz para o seu rebanho a Palavra de Deus; 3) Está no Ministério da Fidelidade - o Ministro e o rebanho devem estar reunidos para a realização dos Santos propósitos de Deus.

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