Significado de Levítico 15

Levítico 15

15:1, 2 Qualquer homem que tiver fluxo de sua carne. Estes versículos se referem apenas aos homens, pois as regras acerca dos fluidos corporais das mulheres começam no versículo 19. Como fluxo podemos considerar qualquer líquido anormal expelido do corpo humano, da carne, termo usado aqui como um eufemismo para órgão sexual.

15:3 No hebraico, o verbo traduzido como vazar é usado somente neste versículo. O substantivo (fluxo) dá a ideia de uma substância densa e viscosa, e a frase sua carne estanca o seu fluxo pode ser mais bem traduzida como quando seu corpo faz com que o fluxo pare. Se o trato urinário fosse completam ente bloqueado, a impureza não seria a preocupação, mas sim a vida e a morte. O indivíduo morreria em um dia. Este versículo provavelmente indica que, mesmo que o fluxo anormal parasse temporariamente, o homem ainda seria considerado imundo. Era necessário esperar sete dias até que o indivíduo pudesse, considerar-se limpo e puro (v. 13).

15:4-12 Um homem que apresentasse fluxo era considerado imundo, como também toda pessoa que tivesse contato com ele, com suas secreções ou com qualquer objeto que este havia tocado. Exigia-se que o indivíduo contaminado se banhasse e lavasse suas roupas, ficando impuro até à tarde. Quer Israel tenha entendido os princípios higiênicos, quer não, estas ações de limpeza garantiam uma saúde melhor ao reduzir a transmissão de doenças. Seu objetivo principal era, no entanto, ensinar ao povo que Deus é santo e requer pessoas santas diante de si. As doenças e as impurezas tendem a ir ao encontro da desordem, da deterioração e da morte, coisas que se opõem à santidade, à plenitude e à saúde. A intenção de Deus era de que as pessoas gozassem de todas as características relativas à vida.

15:12 E o vaso de barro em que tocar o que tem o fluxo será quebrado; porém todo vaso de madeira será lavado com água. Estas instruções tinham o propósito de prevenir a propagação de doenças por meio da comida e dos utensílios.

15:13 Sete dias era tempo suficiente para garantir que o fluxo parara.

15:14, 15 Duas rolas ou dois pombinhos eram as ofertas menos custosas permitidas. O nível de imundice causado pelos fluxos genitais era menor do que o causado pelas doenças de pele. Estes sacrifícios expiariam qualquer pecado que o indivíduo cometesse enquanto estivesse imundo e impedido de entrar no tabernáculo.

15:16, 17 Estas passagens dizem respeito à ejaculação de sêmen fora da relação sexual, que é o assunto do versículo 18.

15:18 Um homem e uma mulher estavam envolvidos na relação sexual. Ambos deviam banhar-se após o ato e ficariam imundos até à tarde. Gênesis 1 e 2 mostram a relação sexual como parte dos planos de Deus desde o início. A impureza e a exigência do banho após o intercurso carnal não tornavam o ato pecado. O banho promovia a limpeza e a saúde. Mas, a maior preocupação acerca desta regra era a pureza ritual. A relação sexual impedia a entrada no tabernáculo até à tarde. Então, obviamente, o intercurso carnal era proibido na área do santuário. Ao contrário dos procedimentos do povo de Deus, os cananeus tinham relações sexuais dentro de seus templos, para lembrar Baal, o deus da tempestade, de “fecundar” a terra, trazendo chuvas e, assim, garantindo a fertilidade das plantações, dos rebanhos e das famílias. A remoção do sexo de dentro dos santuários por Deus, mediante esta regra, tinha a intenção de impedir que Israel confundisse a adoração de Baal com a adoração de Yahweh.

15:19-24 Esta passagem estabelece as regras acerca do período menstrual da mulher. Sua impureza ritual durava sete dias. Da mesma forma como se passava com o homem quando estava imundo por causa do fluxo, qualquer pessoa ou objeto que tivesse contato com a mulher nesta época também se contaminava, isto é, ficava imundo.

15:24 Esta regra não proibia o intercurso carnal durante a menstruação. Entretanto, veja Levítico 18.19 e 20.18. O homem ficava ritual mente imundo por sete dias, o mesmo período de tempo que a mulher. Não se exigia nenhum sacrifício. A menstruação não era considerada pecaminosa.

15:25-27 Se a mulher apresentasse um fluxo de sangue em qualquer época fora do seu período menstrual normal, ou se sua menstruação durasse mais do que o usual, sua imundice continuava por todo o tempo que durasse a irregularidade e contaminava tudo e todos que ela tocasse. Este foi o caso da mulher que tocou a orla das vestes de Jesus secretamente (Lc 8.43-48).

15:28-30 Ao fim de seu fluxo anormal de sangue, a obrigação da mulher era a mesma que a do homem. Esta é outra indicação de sua posição diante de Deus, de seus direitos e deveres santos e igualitários, ao oferecer sacrifícios em seu interesse no tabernáculo. Ela deveria levar a menor e menos custosa oferta para expiar os peca dos que cometera durante o seu período de imundice, quando não podia entrar no tabernáculo.

15:31-33 A higiene e a saúde eram as consequências das regras estabelecidas neste capítulo, mas não seu foco. O propósito primordial era manter o tabernáculo limpo, a fim de que Israel tivesse um lugar santo para a expiação do pecado e para o privilégio do encontro com Deus.

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