Significado de Levítico 14

Levítico 14

14:1-32 Esta seção detalha o rito para a purificação de um leproso.

14:2 O sacerdote era o responsável pelo diagnóstico da impureza. Assim, também era necessário que este ministrasse os sacrifícios e as outras cerimônias que marcavam, e celebravam, o retorno da pessoa banida ao convívio com a sociedade.

14:3 Mesmo que a pessoa estivesse curada, esta continuava imunda e não podia voltar ao acampamento até que os ritos necessários tivessem sido executados (v. 8). Isto não contradiz as instruções de levar o doente ao sacerdote, pois este [saía] fora do arraial e, então, o indivíduo era leva do até ele. A sentença se a praga da lepra do leproso for sarada indica que essas cerimônias não tinham o objetivo de curar. Elas visavam à confirmação da doença e à celebração do restabelecimento da saúde, à purificação do paciente curado e à sua readmissão no meio do povo e na adoração.

14:4 O pau de cedro era usado provavelmente por causa de sua durabilidade e resistência à deterioração, simbolizando a cura do paciente do definhamento que ameaçou sua vida. O carmesim era uma tinta vermelha obtida de um inseto. Na cerimônia de purificação, usava-se um pano ou uma corda com essa coloração para simbolizar o sangue, o agente no sistema sacrifical que representava a vitória sobre o pecado e a morte. Quanto ao hissopo, era uma erva aromática usada para condimentar alimentos, perfumar, e para fins medicinais.

14:5 O termo águas vivas é literalmente água corrente. Esta água se originava de uma nascente ou de um córrego, em oposição à que provinha de uma cisterna, vasilha ou de um tanque. A água parada simbolizava o potencial de morte, e a água corrente, a vida. No procedimento em questão, o sangue do pássaro escorria para dentro da água que estava no vaso de barro.

14:6, 7 E provável que os ramos do hissopo fossem amarrados ao pau de cedro com o pano carmesim. Com isto em uma das mãos e a ave viva na outra, o sacerdote mergulhava tudo no sangue misturado à água que estava no vaso de barro e, depois, aspergia o conteúdo sobre a cabeça da quele que seria purificado. Este procedimento deveria ser executado sete vezes. A ave morta representava a doença que foi curada. A aspersão começava o processo do rito de limpeza, permitindo assim a readmissão da pessoa na sociedade e na adoração. Após ter sido imersa no sangue da ave morta, a ave viva era solta sobre a face do campo. Esta atitude simbolicamente levava embora do acampamento e do tabernáculo a imundice do indivíduo que estava retornando ao convívio social.

14:8, 9 Duas lavagens das vestes e do corpo, duas rapagens dos pelos do corpo e sete dias fora da tenda completavam o rito de limpeza. Isso certamente servia a propósitos higiênicos e remo via resíduos que poderiam transmitir a doença contagiosa aos outros. A rapagem era um procedimento muito - drástico no antigo Israel (2 Sm 10.4, 5). O crescimento dos pelos provavelmente garantia a todas as pessoas que o paciente foi, de fato, curado.

14:10-12 O oitavo dia era o dia da circuncisão dos meninos recém-nascidos. O simbolismo de um recomeço, quase como se tivesse nascido novamente para a comunidade de fé, continuava. No momento da entrega da oferta de manjares, deveriam ser levados pelo indivíduo, entre outros elementos, três dízimas de flor de farinha (aproximadamente 6, 6 litros para secos) e um logue de azeite (aproximadamente 300 ml).

14:13 Estas ofertas eram levadas à porta do tabernáculo (Lv 1.3; 4.4, 14). O local onde se matava o cordeiro era chamado de lugar santo. Consequentemente, isto ocorria depois da entrada, no pátio do tabernáculo, e não do lado de fora.

14:14-18 Esses ritos são similares aos procedimentos executados por Moisés na consagração de Arão e seus filhos como sacerdotes (Lv 8.23). Várias partes do corpo eram ungidas com sangue e azeite, simbolizando o reverso da situação do indivíduo perante Deus: de imundo e banido a limpo e reintegrado à sociedade.

14:19, 20 Com estas três ofertas e a oferta pela culpa ou transgressão (v. 12), o indivíduo levava os sacrifícios exigidos, procedimentos impossíveis de executar durante o tempo de imundice.

14:21-32 As regras de Deus para Israel mostravam uma preocupação especial concernente aos pobres. Em relação às ofertas, o pobre israelita precisava levar um cordeiro para a oferta pela culpa. Entretanto, para a oferta pelo pecado e para o holocausto, era autorizado que ele oferecesse rolinhas e pombinhos. Além disso, reduzia-se a oferta de flor de farinha de três dízimas para uma da melhor farinha. O procedimento para o restabelecimento de um indivíduo desprovido financeiramente à sociedade consistia basicamente no mesmo exigido para os outros israelitas.

14:33-53 Aqui encontramos as regras acerca da praga da lepra nas casas. Assim como os seres humanos e os tecidos, a casa deveria ser examinada pelos sacerdotes. Se os indícios estivessem presentes em uma residência, a casa era posta em quarentena por uma semana, exatamente igual às pessoas e às vestimentas. Da mesma forma efetuada com as peças de tecido, uma tentativa de reparar a casa era feita, consertando apenas a porção infectada. Se a praga reaparecesse, a casa era destruída. As m o radias dos israelitas eram construídas com tijolos de barro sobre uma fundação de pedra. Faziam-se os rebocos das paredes com cal. O crescimento das pragas sobre o reboco, ou por entre este, era possível, mas não muito comum. Quando acontecia e espalhava-se rapidamente, causava sérios problemas aos moradores da casa.

14:34-44 A afirmação na terra de Canaã, que vos hei de dar por possessão faz referência à terra que Deus prometeu que entregaria aos descendentes de Abraão (Gn 15.18-21; Dt 6.10, 11; 8.7-9). Ela também seria atingida pela praga da lepra. Este termo é o mesmo usado no hebraico em Levítico 13.2, indicando sérios problemas de pele que podiam atingir o homem. Todos esses eram processos malignos infecciosos e contaminadores, tanto na pele humana quanto nas peças de tecido ou nas casas.

14:45, 46 Se todos os esforços feitos para salvar a casa falhassem, esta era destruída e seus restos retirados do local, a fim de que as outras moradias não fossem contaminadas.

14:47 Se deitar significa dormir durante a noite na casa.

14:48-53 O procedimento para a limpeza das impurezas da casa era o mesmo usado para uma pessoa.

14:54-57 A declaração destes versículos conclui a seção de Levítico 13.1-14:57. São citadas novamente as características comuns das contaminações, seja em pessoas, em tecidos ou nas paredes das casas. A impureza exigia ações de limpeza. Se aquela não pudesse ser removida, o que estivesse contaminado deveria ser retirado do meio do povo de Deus. A impureza ainda hoje requer atitudes por parte das pessoas. Entretanto, Deus providenciou um remédio infinitamente forte para com bater a falta de pureza humana: o sangue de Cristo, que purifica desde o início e continua a purificar sempre.

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