Significado de Levítico 13

Levítico 13

13:1, 2 Uma inchação, uma pústula ou uma empola branca muitas vezes eram consideradas um sinal de doença não muito sério, que desaparece ria em poucos dias e não apresentava motivo de preocupação. Se tal condição permanecesse e evoluísse para lepra, exigiria atenção especial. Qualquer chaga podia ou não ser uma séria moléstia. Assim, o sacerdote deveria examinar a parte da pele afetada. No hebraico, a palavra tsara'at (traduzida como lepra aqui) pode fazer alusão a qualquer problema sério na pele ou no couro cabeludo. Discussões rabínicas relacionaram tal termo a aproximadamente setenta e duas doenças. Embora a lepra “original” (hanseníase) esteja inclusa nesta lista, a moléstia é foco de vigoroso debate, pois seus principais sintomas não estão de acordo com os diagnósticos prescritos neste capítulo. O doente [seria] levado a Arão ou a um de seus filhos para ser examinado por eles. O resultado da avaliação dos sacerdotes podia resultar no bani mento do enfermo do arraial ou na declaração de impureza. Assim, a tendência natural das pessoas era evitar procurar os homens de Deus quando havia algum problema desse tipo. Entretanto, a impureza ritual representava uma séria questão para todo o povo. Era muito importante diagnosticar a doença de pele imediatamente, para que todo o acampamento não fi casse imundo. Se os indivíduos com suspeita de alguma moléstia não fossem consultar-se com os sacerdotes por iniciativa própria, sua família e os líderes da tribo eram os responsáveis por fazê-lo.

13:3-44 Sete casos de doenças acometendo a pele, o couro cabeludo e os cabelos estão em vista aqui. As ocorrências básicas são dadas com o seu diagnóstico, seguidas de variações deste. Vários princípios gerais emergem neste ponto: (1) Frequentemente, um segundo (e mesmo um terceiro) exame era exigido após sete e quatorze dias, para que fosse feita a diagnose. (2) Se a moléstia não se espalhasse, não se intensificasse, ou se a coloração voltasse ao normal, a pessoa estava limpa. (3) Caso a doença tomasse outras partes do corpo, ficasse mais intensa, inflamasse ou apare cesse uma coloração diferente da normal, era considerada lepra (Lv 13:3), e, consequentemente, o indivíduo estava imundo. (4) Durante o período dos exames, o paciente ficava isolado ou de quarentena, medida que visava à proteção do povo no caso de a pessoa estar realmente infectada.

13:3 Os sacerdotes davam os diagnósticos. Contudo, nada é dito a respeito do tratamento da doença. O propósito desta passagem não é a cura das moléstias, mas a imundice ritual. O objetivo era que os israelitas, e particularmente o tabernáculo, não ficassem imundos.

13:4-6 E lavará as suas vestes. A higiene pessoal era um importante fator para prevenir e evitar que as doenças infecciosas se espalhassem, mesmo aquelas que não faziam com que a pessoa ficasse imunda.

13:7-11 Não o encerrará significa não o porá em isolamento ou em quarentena. Apesar de estas medidas terem por objetivo proteger o povo até que um diagnóstico pudesse ser feito, no caso em análise o paciente já fora diagnosticado como imundo, portanto deveria viver fora do acampa mento dos israelitas (v. 46).

13:12-15 Neste caso, carne viva é a pele ulcerada, com chagas. A carne é coberta pela pele. Se esta estiver deteriorada, comida ou cor roída, significa que a moléstia pode ser vista e a doença é séria e perigosa. Este indivíduo era considerado imundo.

13:16-44 Algumas das doenças eram cura das espontaneamente ou com tratamento. Após um reexame, o sacerdote declarava o paciente como limpo.

13:45, 46 As vestes do leproso serão rasgadas... a sua cabeça será descoberta. Tais atitudes eram próprias do luto, mas cabiam nesta situação porque a doença simbolizava a deterioração e a morte. O contato da pessoa enferma com o povo e a oportunidade de ela adorar no santuário também morriam. Os indivíduos infectados por moléstias tinham de gritar imundo, imundo! para avisar da sua doença às outras pessoas. Os limpos se tomariam imundos caso entrassem em contato com enfermos. A condição expressa na frase todos os dias em que a praga estiver nele mostra que nem toda doença era incurável. Algum as pessoas recobravam a saúde e, após novo exame do sacerdote, eram autorizadas a voltar à sociedade israelita, podendo novamente prestar adoração no santuário. A ordem habitará só [...] fora do arraial assegurava que o resto do povo e o santuário não se tornassem imundos. Assim, as pessoas também ficavam protegidas da propagação incontrolável da moléstia. As doenças graves de pele se tornaram uma metáfora para o pecado. Como elas, o pecado é grave, muitas vezes difícil de diagnosticar e incurável sem a intervenção divina. O pecado isola suas vítimas de Deus, de sua adoração e da comunidade de fé.

13:47-59 Estas são as regras acerca das impurezas nos tecidos e no couro. O mofo é agrupado com as moléstias humanas e identificado pelo mesmo termo em hebraico (tsara 'at; Lv 13:2), pois também leva impurezas para as superfícies e tende a espalhar-se, decompor e destruir os objetos, exatamente como as doenças de pele fazem com as pessoas que afligem.

13:47 O termo praga de lepra incluía qual quer tipo de mofo, bolor ou fungo que crescia nas roupas.

13:48 Fio urdido é uma expressão complexa e provavelmente indica a contaminação na trama da veste, embora não necessariamente em seu comprimento e em sua largura.

13:49-58 O procedimento para diagnosticar problemas com os tecidos era similar àquele que se fazia com as doenças de pele do ser humano. Um período de sete dias de quarentena e um segundo exame eram requeridos. Vestes infectadas tinham de ser queimadas. Se a praga não se espalhasse, a peça podia ser recuperada.

13:56-59 O fato de uma peça de tecido ser considerada digna de ser recuperada, mesmo depois de ter sido cortada, indica quão valioso o tecido era no mundo antigo. Exigia-se muito tempo e grande trabalho para produzir a peça, e esta não podia ser jogada fora tão facilmente.

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