Significado de Levítico 7

Levítico 7

7:1, 2 A frase no lugar onde degolam o holocausto se refere à porta da tenda da congregação, perante o Senhor (Lv 1.3).

7:3, 4 A queima da gordura era feita da mesma forma que a queima do sacrifício pacífico (Lv 3.9-11). A gordura era considerada a melhor par te da carne. Sendo assim, não podia ser comida pelo adorador ou pelo sacerdote. Em vez disso, tinha de ser oferecida ao Senhor. O melhor é sempre a medida do que devemos oferecer a Deus.

7:5-7 A sentença do sacerdote que houver feito propiciação com ela alude ao sacerdote que estava exercendo sua função no momento. Visto que muitos israelitas levavam as ofertas pelo pecado e pela culpa, os sacerdotes desempenhavam suas tarefas em turnos (oferecendo o sacrifício pelos hebreus) e recebiam proporções iguais aos sacrifícios feitos.

7:8 O couro era a única parte da oferta de holocausto que não era queimada (Lv 1.6). O sacerdote que executava o sacrifício o recebia como se fosse parte de um salário.

7:9 Cada oferta de manjares entregue pelos israelitas, assada ou cozida, pertencia ao próprio sacerdote que a oferecia, da mesma forma que acontecia com a carne do animal dado como oferta pelo pecado ou pela culpa.

7:10 Ao contrário do que ocorria com a oferta anterior, cada oferta amassada com ou sem azeite pertencia a todos os filhos de Arão. Nenhum sacerdote era privado de receber a sua parte de forma justa nos sacrifícios levados pela comunidade. Consagravam-se os sacerdotes para que servissem a Deus, mas o bem-estar destes e de suas famílias dependia dos mantimentos recebi dos dos sacrifícios. Este princípio continua válido: nenhuma pessoa chamada para servir o povo de Deus deve ser impedida de ter uma vida digna.

7:11-21 Nestes trechos estão instruções aos sacerdotes a respeito dos sacrifícios pacíficos (citados em Lv 3), dos quais três tipos eram realizados: (1) de agradecimento: uma confissão da dependência da graça e da misericórdia divina feita pelo homem, e um louvor ao Deus vivo (v. 12); (2) de cumprimento de um voto (v. 16) e (3) de vontade própria, ou voluntária (v. 16). O animal sacrifica do nesse tipo de oferta podia ser um macho ou uma fêmea do gado, do cordeiro ou do cabrito. 7 . 12, 13 Estes versículos tratam do sacrifício pacífico oferecido com o sacrifício de louvores (hb. tôdâ). Este era uma declaração a todo o povo da bondade de Deus e de Suas ações; aparece com frequência no livro dos Salmos. Um sacrifício pacífico em agradecimento exigia três tipos de bolos asmos e um pão levedado como oferta.

7:14 A oferta alçada era uma espécie de “presente” ou uma contribuição para o sacerdote no exercício de suas funções (Ex 29.26-28; Lv 7:29-34). Apresentava-se a oferta diante do Senhor como um reconhecimento de que era Ele quem dava todas as bênçãos e os benefícios.

7:15 Quando o adorador levava sua oferta pacífica de gratidão ao tabernáculo, demonstrava sua confiança na provisão divina para o dia seguinte. Ele não se preocupava em estocar comida para outro dia. Por isso, a carne do animal dado como oferta tinha de ser ingerida no dia do seu oferecimento. A generosidade para com a obra de Deus é apropriada quando se trata de festejar e alegrar-se na presença do Senhor.

7:16, 17 Será comida... no dia seguinte (NVI): A oferta pacífica que era cumprimento de um voto e a voluntária eram menos solenes do que a de gratidão (ou de reconhecimento). Sendo assim, as sobras desses tipos de ofertas podiam ser comi das no dia seguinte sem pôr em risco a pureza do tabernáculo.

7:18 O adorador perdia todo o benefício de seu sacrifício caso comesse as sobras deste no terceiro dia, não sendo aceito por Deus. Isto se dava também com aquele que as ingerisse, o qual levaria a sua iniquidade, mesmo não tendo sido o portador da oferta. Essa punição era aplicada porque Deus considerava o ato coisa abominável. Segundo a NVI, três dias após o sacrifício a carne estará estragada. Tal fato podia ser comprovado em dois sentidos: no físico (alimentos perecíveis não refrigerados apodrecem rápido) e no espiritual (a carne contaminava o que era santo).

7:19 A carne que tocar alguma coisa imunda não se comerá, pois um objeto imundo contamina um que está limpo. Um princípio similar se aplica na esterilização dos instrumentos médicos. Encostar um instrumento esterilizado em outro que não está limpo faz com que o primeiro se contamine.

7:20, 21 Se uma pessoa tocasse alguma coisa imunda, seria retirada da congregação, ou seja, extirpada dos seus povos. [Os capítulos 11-15 e 22 detalham os vários tipos de imundice que contaminavam as pessoas e as coisas.] Isso podia significar morte, banimento ou a extinção dos privilégios de cidadão (adoração, herança, entre outros. Veja Gn 17:14). Esta preocupação em aproximar-se da presença de Deus num estado ritual de pureza é refletida nas instruções de Paulo a respeito da reverência e do autoexame do cristão ao participar da Ceia do Senhor (1 Co 11.27-29).

7:22, 23 A gordura era considerada a melhor parte do animal sacrificado. Sendo assim, pertencia a Deus.

7:24 A gordura do animal sacrificado podia ser usada para toda obra, isto é, para amaciar o couro, servir de combustível, ou para qualquer outro propósito, senão para comer.

7:25-29 As partes do sacrifício pacífico que pertenciam a Deus incluíam a gordura, que era queimada no altar (v. 31), o peito e a coxa, que eram dados aos sacerdotes (v. 30-34).

7:30 Um adorador não podia delegar a terceiros sua adoração, seu agradecimento ou seu louvor. Ele tinha de levar sua oferta ao altar com suas próprias mãos, pois é impossível adorar por meio de um representante. Como o peito era uma das melhores partes da carne que se podia comer, era entregue ao sacerdote como uma oferta movida ou elevada - erguida pelo adorador na presença de Deus e dos sacerdotes -, simbolizando a dedicação de todo o sacrifício a Deus.

7:31 O peito (a oferta elevada) era de Arão e seus filhos, ou seja, pertencia a todos os sacerdotes.

7:32, 33 A espádua direita (parte da frente) do animal sacrificado pertencia ao sacerdote que fazia a cerimônia do sacrifício. Assim, o sacerdote no exercício de suas funções recebia a porção da coxa (oferta alçada), e todos os outros sacerdotes recebiam a parte do peito (oferta movida).

7:34-36 Para que ninguém invejasse a porção de carne dos animais sacrificados dada aos sacerdotes, Deus lembrou a todos que essa porção pertencia originalmente a Ele, o que é indicado pela afirmação tomei dos filhos de Israel. O Senhor deu tais provisões perpetuamente aos sacerdotes e a suas famílias. Aqueles que dedicavam sua vida ao culto a Deus mereciam o apoio do povo.

7:37, 38 Estes versículos são uma lista resumida das ofertas dos capítulos 1-7, com o lembrete de que estes sacrifícios foram instruídos pelo próprio Deus no monte Sinai. Tudo o que o Senhor ordenou também fez com que se tornasse possível, detalhando os procedimentos concernentes à maneira adequada de levar as ofertas diante dele. Deus não deixou Seu povo se perguntando ou imaginando como poderia aproximar-se dele ou louvá-lo. Todas essas ofertas prenunciavam, de uma forma ou de outra, o sacrifício de Cristo.

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