Significado de Levítico 17

Levítico 17

Levítico 17 estabelece regulamentos sobre o local e o modo de realizar os sacrifícios de animais. 

Deus instrui que os israelitas não devem sacrificar seus animais em qualquer lugar que desejarem, mas somente no Tabernáculo, diante do Senhor.

Quando alguém, seja israelita ou estrangeiro, oferece um animal como sacrifício, ele deve trazê-lo ao Tabernáculo e apresentá-lo ao sacerdote para ser oferecido ao Senhor.

O sangue do animal sacrificado deve ser derramado sobre o altar do Senhor no Tabernáculo como um símbolo da vida oferecida a Deus como expiação pelo pecado.

Os israelitas são proibidos de comer o sangue dos animais sacrificados. Deus declara que o sangue é a vida da criatura, e Ele o deu como expiação no altar para fazer propiciação pelas almas.

Deus estabelece que os sacrifícios de animais são o meio pelo qual Ele proporciona expiação para os pecados do povo. O sacrifício é feito em lugar do pecador, para reconciliar o pecador com Deus.

As mesmas regras e regulamentos se aplicam tanto aos israelitas quanto aos estrangeiros que vivem entre eles. Todos devem seguir os procedimentos prescritos para oferecer sacrifícios ao Senhor.

Em resumo, Levítico 17 enfatiza a importância de sacrificar os animais somente no Tabernáculo, diante do Senhor, e seguindo os procedimentos prescritos. O derramamento do sangue como expiação pelo pecado e a proibição de comer sangue são aspectos centrais desses regulamentos. Essas leis visavam promover a reverência a Deus e a santidade no culto e na adoração.

Comentário de Levítico 17

Levítico 17:1-26:46 Esta seção, composta, em sua maior parte, de leis que regiam o viver ético e moral do israelita, é geralmente chamada de código de santidade. A primeira metade do livro de Levítico descreve todos os sacrifícios, ressalta a importância da pureza ritual e os procedimentos necessários para obtê-la, e demonstra o significa do e as cerimônias do Dia da Expiação (como se tornar e permanecer puro e perdoado). A segunda metade, que analisamos neste momento, fornece as instruções sobre como as pessoas puras e que tiveram seus pecados expiados deviam viver.

Levítico 17:1-7 Por causa da forma como estas regras começam, algumas pessoas entenderam que todo animal morto devia ser levado ao tabernáculo, mesmo que a intenção de seu dono fosse usá-lo como alimento, e não como sacrifício. Contudo, a linguagem utilizada e as razões dadas indicam que estas regras incluem apenas os animais destinados ou usados para o sacrifício. Eles tinham de ser levados até a porta do tabernáculo de acordo com a prévia instrução sacrifical. Tal procedimento tinha a intenção de prevenir dois abusos: (1) matar um animal para uso próprio, dizendo palavras sagradas, e imaginar que tivesse oferecido um legítimo sacrifício para Yahweh e (2) oferecer um sacrifício a uma divindade pagã, a um demônio.

Levítico 17:3 A expressão qualquer homem da casa de Israel demonstra que não havia exceções: todos que degolassem determinados animais teriam de levá-los à tenda da congregação como sacrifício. Apenas os bois, os cordeiros e as cabras são listados como animais sacrificais. Os que tinham defeito e não ameaçavam a saúde humana eram abatidos por causa de sua carne, mas não podiam ser aceitos para os sacrifícios.

Levítico 17:4 A tal homem será imputado o sangue. Esta expressão geralmente se referia ao assassinato de um ser humano. Entretanto, o sangue do sacrifício era o único meio de expiar o pecado; profanar esta provisão de Deus significava uma ofensa grave.

Levítico 17:5 A expressão e os ofereçam significa os quais eles podem oferecer. O sacrifício em campo aberto foi proibido.

Levítico 17:6, 7 Demônios eram as divindades pagãs em forma de bode, como os sátiros. Acreditava-se que tais ídolos habitavam o deserto. Provavelmente, Israel teve contato com a adoração aos sátiros quando o povo se estabeleceu em Gósen (Gn 47.1-6). A expressão após os quais eles se prostituem indica essa adoração de Israel a outros deuses e a posição do Senhor em relação a essa adoração. O adultério era um pecado muito grave; renunciar à fé no Senhor era ainda mais grave. A apostasia fere Deus profundamente. Outra pista que indica que as instruções não falavam do abate do animal para o consumo, e sim dos animais do sacrifício é estatuto perpétuo. Quando a adoração de Israel foi centralizada em Jerusalém, algumas famílias moravam há mais de 160 quilômetros do templo. Era praticamente impossível que tais indivíduos percorressem toda essa distância cada vez que matavam um animal para consumir. Contudo, as pessoas podiam viajar a Jerusalém para oferecer uma oferta em sacrifício.

Levítico 17:8, 9 Estas instruções se estendiam ao estrangeiros que peregrinavam entre o povo de Israel.

Levítico 17:10 Comer o sangue era proibido, e termo algum sangue indica que a proibição se estendia ao sangue em qualquer forma, incluindo aquele não esvaído do animal quando era abatido.

Levítico 17:11, 12 O versículo 11 explica o princípio fundamental do uso do sangue para expiação: a alma dos seres humanos e dos animais está no sangue. Se a criatura perde o seu sangue, também perde a sua alma (ou vida). Contudo, a afirmação vós tenho dado enfatiza que o sangue em si não tem nenhum poder intrínseco para fazer propiciação pelo pecado; essa propriedade é dada pelo Senhor. Deus apontou o sangue como o elemento que possui tal poder porque ele representa a vida em um ser vivo. A vida de alguém só pode receber a expiação com o sacrifício de outra vida. O autor de Hebreus ressaltou a natureza temporária dos sacrifícios e da utilização do sangue dos animais. Eles exigiam renovação constante. Entretanto, o sacrifício único de Jesus possui efeito eterno (Hb 9.12-14, 25-28).

Levítico 17:13-14 Animais selvagens e a maior parte dos pássaros não eram qualificados para o sacrifício, mesmo que fossem puros. Seu sangue esvaído e coberto com terra confirmava o princípio divino de que este era o sustento da vida e o instrumento que efetivava a expiação. O sangue devia ser tratado de forma reverenciosa.

Levítico 17:13 A expressão que se come faz referência aos animais puros, de acordo com as regulamentações do capítulo 11, e o cobrirá com pó indica um sepultamento simbólico.

Levítico 17:14, 15 A razão para a imundice neste contexto era o contato com a carcaça que ainda tinha sangue que não podia ser drenado. A Lei proibiu o consumo de qualquer animal que ti vesse morrido de causas naturais (Dt 14-21). Neste caso, a pessoa se tornava ritualmente imunda até à tarde, o que era o mais brando nível de imundice.

Levítico 17:16 O mais brando nível de imundice se tornaria iniquidade se a limpeza exigida não fosse executada.

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