Significado de Levítico 21

Levítico 21

21:1 O contato com uma pessoa morta tornava a outra impura. Visto que os sacerdotes ministravam perante o altar do Senhor, as situações em que eles podiam ter contato com as coisas impuras eram bastante restritas. Caso não estivessem puros, não poderiam exercer seus deveres sacerdotais, daí o comando divino o sacerdote não se contaminará. Isso contrastava fortemente com os costumes do mundo antigo, pois os mortos eram muitas vezes considerados sagrados e, até mesmo, venerados. N a revelação de Deus a Israel, ficou claro que a morte era a grande maculadora, a enorme deturpação dos propósitos divinos para a raça humana. A morte não poderia ser sagrada, e os mortos só poderiam ser resgatados da impureza desta por meio da ressurreição, mas este era um assunto sobre o qual Israel recebeu poucas informações neste primeiro período de sua história.

21:2, 3 A única exceção para os sacerdotes com relação à morte era se esta acometesse um de seus parentes próximos. Pelos familiares, eles poderiam guardar o luto - mas não o pagão. A esposa, provavelmente, estava incluída no termo parente mais chegado. A irmã virgem ainda pertencia à família do pai do sacerdote, e a casada, à família do marido dela. O sacerdote não poderia executar os ritos de luto pela irmã que tinha marido.

21:4, 5 Estes eram os costumes pagãos de luto. Toda a nação de Israel foi proibida de praticá-los (Lv 19.27, 28). Naturalmente, os sacerdotes foram os primeiros a descartá-los.

21:6 O pão pertencia a Deus porque era oferecido em Seu altar. Não há nenhuma indicação de que o Senhor precisasse desse alimento ou que o comia. O pão apenas pertencia a Ele. Os sacerdotes e suas famílias recebiam o alimento como uma parte do suprimento divino (Lv 6.14-7.36).

21:7 Um sacerdote podia casar-se com uma viúva, mas qualquer outra mulher que já tivera relações sexuais com homens era proibida a ele. O casamento de um sacerdote simbolizava seu relacionamento especial e santo com Deus.

21:8, 9 A prostituição, considerada o má­ximo da promiscuidade, era o oposto da santidade, considerada o máximo da fidelidade. A filha do sacerdote deveria refletir a santidade de seu pai perante Deus, especialmente num tempo em que tudo o que um membro da família fazia repercutia em toda a descendência.

21:10-12 Não era permitido ao sumo sacerdote se tornar ritualmente impuro, nem mesmo quando da morte de seu pai e de sua mãe. Ele também não poderia exibir nenhum sinal de luto. Seus deveres no santuário não deveriam ser interrompidos. Por causa de sua elevada posição em relação a Deus, os sacerdotes, algumas vezes, pagavam um alto preço em relação à sua vida pessoal.

21:13-15 O padrão a ser considerado para escolher uma esposa para o sumo sacerdote era mais elevado do que o exigido para um sacerdote comum. O sumo sacerdote só poderia desposar uma virgem dos seus povos, provavelmente a filha de outro sacerdote ou uma mulher israelita. Sua semente tinha de ser pura. Ao casar-se com uma mulher sem nenhuma experiência sexual, o sumo sacerdote garantia que sua prole era realmente fruto de seu casamento. Outra interpretação plausível talvez seja que o sumo sacerdote não macularia sua semente ao deitar-se com qualquer mulher. E possível que esses dois conceitos se complementem.

21:16-23 Nestes versículos está descrita a proibição do exercício sacerdotal por aqueles que eram fisicamente defeituosos. Nos serviços executados no santuário, a completude física representava um modelo ritual e moral de inteireza e perfeição. Os animais levados ao sacrifício não podiam ter defeitos. Da mesma forma deviam ser os sacerdotes que os ofereciam no altar. Esta regra não quer dizer que um sacerdote deficiente físico era uma coisa imoral, apenas que este não servia como exemplo e modelo do que o sacerdote representava. Assim, os deficientes não eram adequados ao sacerdócio.

21:18-20 A maior parte das condições descritas nestes textos eram permanentes. Uma pessoa que tivesse uma dessas características não podia exercer o sacerdócio. Contudo algumas, como o pé ou a mão quebrada, ou uma ferida na pele, eram passíveis de melhora com o tempo. O sacerdote que viesse a sofrer com uma dessas enfermidades não poderia cumprir com suas obrigações enquanto não estivesse limpo.

21:20, 21 Nem o eczema e nem aferida estão incluídos na lista das coisas que tomavam o homem comum impuro (Lv 13.1-46). Exatamente como acontecia com o luto e com a escolha das esposas, os sacerdotes também tinham de manter um padrão físico e de comportamento superior ao das pessoas comuns, pois exerciam uma função pública que ilustrava o modelo de santidade exigido por Deus. Isso não se dava porque o Senhor possuía dois critérios diferentes, um para os “religiosos” e outro para os “não-religiosos”. E importante perceber que os sacerdotes desempenhavam uma função pública em relação ao físico, o exemplo externo de santidade para Deus, que se unia às suas características interiores, conjunto que, sob a orientação divina, afetava e transformava a comunidade ao seu redor.

21:22 O pão do seu Deus... poderá comer. Isso significa que uma deficiência física não era um defeito moral. A pessoa afligida em seu corpo podia consumir o alimento ofertado no altar pelos sacerdotes. Não lhe era negado o suprimento divino, e o indivíduo também não era forçado a deixar o santuário.

21:23 A expressão os meus santuários provavelmente faz referência às duas divisões do tabernáculo: (1) o lugar santo, onde se encontrava o altar do incenso, e (2) o santíssimo, onde estava a arca da aliança. Isso quer dizer que a pessoa com defeito físico tinha acesso ao pátio externo que cercava o tabernáculo, contanto que não chegasse muito perto do altar do holocausto, que ficava nesta área.

21:24 As instruções não eram repassadas secretamente aos sacerdotes, e sim publicamente. Cada israelita devia saber o que Deus esperava dele (ou dela) e o que exigia dos sacerdotes.

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