Significado de Levítico 9

Levítico 9

9:9-11 Arão não espargiu o sangue diante do véu do santuário (Lv 4.6). O altar neste caso é o altar da oferta de holocausto, e não o altar do incenso (Lv 4-7). Esta variação do padrão normal da oferta pelo pecado do sumo sacerdote se deu porque provavelmente Arão não havia cometido nenhum pecado que contaminasse o interior do santuário. Para observar as regras acerca da gordura, da carne e do couro do bezerro, veja Levítico 4.8-12.

9:12-14 Não houve nenhuma variação do procedimento geral para a oferta de holocausto. Assim, o registro da execução deste sacrifício aparece menos detalhado do que nas regras que o estabelecem (Lv 1.10-13). O próprio Arão sacrificou o animal (Lv 9:2), visto que esta era uma oferta beneficiando a si próprio e não ao povo.

9:15-17 O bode, no contexto da expiação do pecado, aludia ao Dia da Expiação (Lv 16.5), pois a oferta normal pelo pecado de toda a congregação exigia um novilho (Lv 4-14).

9:18-21 O sacrifício pacífico pelo povo concluiu as quatro ofertas. Arão sacrificou um novilho, um bezerro e um carneiro por si próprio. Pelo povo, ele ofertou um bode, um bezerro, um cordeiro, um boi, um carneiro e a oferta de manjares. Em seu primeiro dia como sumo sacerdote divino, Arão ofertou todos os sacrifícios, exceto um. O fato de Deus ter mandado o fogo para consumir tais ofertas indica a aceitação de todos os sacrifícios que Ele ordenara que levassem perante si. Estes deveriam ser levados ao Senhor com o espírito de arrependimento e confiança, exatamente como Ele instruiu.

9:22 A última tarefa dos sacerdotes era abençoar o povo. Quando Deus deu a bênção sacerdotal, Ele disse aos sacerdotes que pusessem o Seu nome sobre os filhos de Israel e os abençoassem (Nm 6.27). O objetivo dos sacrifícios dos sacerdotes era purificá-los para que pudessem abençoar as pessoas (Dt 10.8). O propósito das ofertas do povo era torná-lo puro a fim de que pudesse receber a bênção de Deus e, consequentemente, ser uma bênção para as outras nações (Gn 12.3; 22.18). Após o sacrifício e a bênção, Arão desceu do altar. Isso porque o altar das ofertas de holocausto tinha 5 côvados de largura e 3 côvados de altura (dois metros e vinte e cinco de largura e um metro e trinta e cinco de altura). Os sacerdotes subiam uma rampa para utilizá-lo.

9:23 Moisés, Arão e seus filhos estavam no pátio em frente ao altar do holocausto. O profeta e seu irmão entraram na tenda da congregação, onde ficavam o altar do incenso, a mesa dos pães da proposição e o castiçal puro (o menorah). Quando saíram, abençoaram o povo. Esta foi a segunda vez naquele mesmo dia que Israel foi abençoado. O fato de Moisés e Arão poderem abençoar o povo após se encontrarem com Deus indicava que o Senhor estava satisfeito com os sacrifícios inaugurais que Arão oferecera em seu favor e em favor dos israelitas. Por fim, cumpriu-se o que Deus havia prometido por meio de Moisés (v. 4, 6): a glória do Senhor apareceu a todo o povo.

9:24 Os sacrifícios não foram consumidos pelo fogo ateado por Arão, e sim pelo fogo [que] saiu de diante do Senhor. Esta é a primeira das cinco vezes que o Antigo Testamento registra o fogo do Senhor como um sinal de que o sacrifício foi aceito (Jz 6.21; 1 Rs 18.38; 1 Cr 21.26; 2 Cr 7.1). Visto que o fogo desse altar não podia apagar-se, todos os sacrifícios de Israel deste dia em diante seriam consumidos pelas chamas origina das em Deus.

No Novo Testamento, o fogo vindo do Senhor simbolizou o derramamento do Espírito Santo sobre os cristãos no Cenáculo no dia de Pentecostes (At 2.3). Esta chama indicava, como as anteriores, a aprovação de Deus acerca da adoração e da consagração de Seu povo, e Seu compromisso de habitar entre este. Todo o povo jubilou ao ver as chamas consumindo o holocausto e a gordura sobre o altar. O verbo ranan, no hebraico, geralmente traz a conotação de um ressoante brado de alegria e júbilo, e não de medo e terror. Os israelitas entenderam que o fogo de Deus sobre o altar significava a Sua presença entre eles. A aceitação de seus sacrifícios indicava seu próprio acolhimento, e assim puderam receber a presença divina entre eles com contentamento, e não com medo. Desta forma também acontece hoje. A culpa faz com que as pessoas se apavorem com a presença do Senhor. O perdão de Deus mediante o sacrifício perfeito de Cristo no Calvário permite que os cristãos residam na presença do Senhor sem nenhum tipo de medo ou culpa. Além de jubilar, o povo caiu sobre as suas faces. Esta resposta à glória da presença do Senhor foi chamada de medo por gerações anteriores. Hoje, chamamos de reverência. O padrão dos sacrifícios dos israelitas estabeleceu um modelo de aproximação de Deus nos dias atuais. O pecado deve ser confessado, depois o indivíduo deve arrepender-se e expiá-lo. Quando o Senhor aceitou o sacrifício, Ele também aceitou aquele que o ofereceu em Sua presença.

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