Significado de Levítico 2

Levítico 2

2:1-16 Este capítulo define os procedimentos para a oferta de manjares e diz o que era ou não aceito. As ofertas de animais vivos enfatizavam o aspecto da substituição na adoração sacrificial de Israel: a vida do animal era trocada pela vida do ofertante. A oferta de manjares dizia respeito à dependência de Israel em relação a Deus para sua sobrevivência. O pão era, tanto antes como agora, o sustento da vida. Apresentar uma oferta do alimento diário mais importante indicava agradecimento a Deus pela provisão. Também expressava a confiança do povo em que o Senhor continuaria a providenciá-la.

2:1 Alguma pessoa (hb. nephesh, geralmente traduzido como alma) é um termo inclusivo que enfatiza que o homem e a mulher, israelitas nativos ou convertidos, poderiam levar a Deus uma oferta (Lv 1.2). Esta consistia na melhor farinha, flor de farinha, feita de grãos de qualidade superior e livre de impurezas. Ela era própria para a mesa do rei (1 Rs 4-22; Ez 16.13) e servia aos mais honrados visitantes (Gn 18.6). Como no sacrifício dos animais, a oferta deveria ser o melhor que o adorador possuísse. O azeite de oliva, um produto importante na Terra Prometida, era fundamental na dieta das pessoas e era um símbolo proeminente de bênção e prosperidade, não apenas em Israel, mas em toda a área do Mediterrâneo. O incenso, de um tipo especial e caro de especiaria, provinha do sul da Arábia e do leste da África. Sua fragrância e seu valor engrandeciam a oferta. Visto que era um artigo de luxo, o incenso deveria ser comprado com dinheiro. Ao incluir o incenso nesta oferta, a prosperidade do israelita se tornava parte do que ele ou ela oferecia a Deus.

2:2 O punhado da oferta queimado no altar incluía todo o seu incenso. Isso ajudava a fazer com que ela fosse de cheiro suave ao Senhor. [O incenso simboliza as orações dos santos que sobem até o trono de Deus (Ap 5.8; 8.3, 4).]

2:3 Grande parte do alimento diário dos sacerdotes derivava das ofertas de manjares, por isso foi dito que o excedente seria de Arão e de seus filhos, coisa santíssima. Somente os sacerdotes consagrados podiam comer as ofertas e apenas no tabernáculo (Lv 6.16). O que é santo deve ser usado em um lugar santo, por pessoas santas e de maneira santa.

2:4-7 Estes versículos listam três tipos de ofertas de manjares cozidas: (1) cozidas no fomo, (2) cozidas na caçoula, isto é, num utensílio de louça ou metal, e (3) da sertã, ou seja, cozidas numa panela. Todas deveriam ser preparadas com a mais fina farinha e misturadas com o azeite. Visto que a maioria dessas ofertas era consumida pelos sacerdotes, o incenso era deixado de fora, pois se espalharia nos pães e bolos se cozido dentro destes.

2:8-10 A apresentação das ofertas cozidas, feita pelos sacerdotes no altar, era essencialmente a mesma para as ofertas não cozidas.

2:9 O termo memorial (hb. 'azkaratah, derivado do verbo zakar, que quer dizer relembrar) aparece três vezes nas descrições das ofertas de manjares (Lv 2:2, 9, 16). Isso demonstra que o adorador se recordava do caráter gracioso e da generosidade de Deus, principalmente de como o Senhor se havia lembrado dele e o abençoado.

2:10, 11 A proibição de preparar com fermento os alimentos que eram queimados no altar pode ter sido baseada no mesmo princípio que não permitia a ingestão do sangue dos animais. Do mesmo modo que o sangue é a vida dos animais, o fermento contribui para que os alimentos derivados dos vegetais cresçam.

2:12 Uma oferta distinta das primícias da colheita é descrita posteriormente (Lv 23.9-21).

2:13 O sal do concerto do teu Deus era usado em toda oferta de manjares (o sal como símbolo da aliança também era conhecido entre os gregos e os árabes). Cada oferta consistia na lembrança do concerto que Deus fez com Israel no monte Sinai e das obrigações e privilégios do adorador quanto a permanecer fiel ao Senhor e à Sua aliança. É provável que Jesus tivesse em mente a aliança quando disse a Seus seguidores: vós sois o sal da terra (Mt 5.13).

2:14-16 Esta oferta de manjares era preparada e oferecida no altar da mesma forma que as comentadas anteriormente. Assim como estas tinham de ser preparadas com a melhor farinha, a oferta descrita nestes versículos deveria proceder da primeira colheita de grãos, isto é, das primícias. Sendo assim, observamos a reafirmação do princípio de que apenas o melhor dentre as posses de uma pessoa era bom o bastante para ser oferecido a Deus.

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