Significado de Levítico 3

Levítico 3

Levítico 3 descreve as instruções para a oferta de paz, também conhecida como oferta de comunhão ou oferta pacífica. 

A oferta de paz era uma oferta voluntária trazida como expressão de gratidão, comunhão e reconciliação com Deus. Ela também era frequentemente associada a celebrações festivas e ocasiões especiais.

Os animais permitidos para a oferta de paz incluíam bois, ovelhas ou cabras, desde que estivessem sem defeito.

Assim como nas outras ofertas, o adorador deveria trazer o animal ao Tabernáculo e colocar sua mão sobre a cabeça dele, simbolizando a transferência de pecados. O animal era então morto pelos sacerdotes, e o sangue era aspergido ao redor do altar.

As gorduras internas e externas do animal eram removidas e queimadas no altar, assim como a gordura que cobria os órgãos internos. O rim e o lóbulo do fígado com a gordura associada também eram retirados e oferecidos a Deus.

Depois de oferecer a parte prescrita a Deus, o adorador e o sacerdote compartilhavam o restante da carne da oferta de paz como uma refeição sagrada. Era uma oportunidade para expressar comunhão e união entre o adorador, o sacerdote e Deus.

Como nas outras ofertas, a oferta de paz não devia conter fermento nem mel, enfatizando a pureza e a santidade dos sacrifícios oferecidos a Deus.

Em resumo, Levítico 3 estabelece as instruções detalhadas para a oferta de paz, uma oferta voluntária trazida como expressão de comunhão, gratidão e reconciliação com Deus.

Comentário de Levítico 3

Levítico 3:1 O termo sacrifício pacífico tem origem na palavra usada no hebraico para paz (shalôm), que significa inteireza, totalidade, completude, sanidade, saúde. Quando uma pessoa possuía isto, em todas as suas dimensões, ela possuía paz. As ocasiões em que eram entregues os sacrifícios pacíficos eram momentos de celebração, conversas, cantos e alegria pela salvação, que é o grande dom de Deus (Lv 7.11-21). Paulo descreveu Jesus Cristo como a nossa perfeita oferta de paz (Cl 1.20). Diferente do sacrifício em holocausto, o animal do sacrifício pacífico podia ser macho ou fêmea. Mas, este também não deveria apresentar mancha, pois era oferecido diante do Senhor.

Levítico 3:2 Como ocorria no sacrifício em holocausto, o ofertante também desempenhava um papel ativo na cerimônia (v. 8, 13). Ele levava o animal, punha sua mão sobre a cabeça deste e degolava-o. Depois, os filhos de Arão espargiam o sangue sobre o altar. O sangue, representando a vida, era o primeiro sacrifício a Deus.

Levítico 3:3, 4 A gordura, ambos os rins e o redenho que está sobre o fígado (v. 9, 10, 14, 15) pertenciam especificamente a Deus. A gordura era a parte mais valiosa da carne. Os rins eram vistos como a base das emoções. O fígado era o principal órgão utilizado para a previsão do futuro nas culturas pagãs que viviam próximas a Israel (Ez 21.21). Tal atividade era estritamente proibida aos israelitas (Dt 18.10). Essas porções, queimadas no altar, eram oferecidas a Deus como as melhores partes do sacrifício animal. Além disso, a oferta do redenho do fígado demonstrava que a confiança acerca do futuro estava depositada em Deus, e não em divindades pagãs. Queimar o fígado, ou apenas parte dele, indicava que este não poderia ser usado para adivinhação do futuro.

Levítico 3:5, 6 O sacrifício pacífico normalmente s dava após o sacrifício em holocausto, que era inteiramente consumido no altar, por isso o uso da expressão em cima do holocausto. Estando reconciliado com Deus por causa do holocausto, o adorador ficava em uma posição de associação com o Senhor e, posteriormente, com sua família, pois compartilhava com esta a celebração do sacrifício pacífico, após o arrependi mento e a reconciliação.

Levítico 3:7 Oferecê-lo-á perante o Senhor não é um redundância, mas um lembrete sobre o Cordeiro de Deus e sobre o fato de que todas as ofertas eram apresentadas diante do Senhor (Lv 1.3).

Levítico 3:8, 9 A cauda toda, a qual tirará do espinhaço. A cauda grossa de um tipo de carneiro palestino consistia basicamente em gordura e podia pesar mais de sete quilos. Isso explica sua especial men­ção nas regras de oferta de gordura do carneiro.

Levítico 3:10, 11 Quando o versículo 11 fala de manjar não significa que Deus desejava o sacrifício, precisava dele ou comia-o, como se acreditava que as divindades pagãs faziam.

Levítico 3:12-15 Nas regras para a oferta da cabra, a palavra macho ou fêmea não é mencionada, como se fez nas passagens que falam do gado e do cordeiro. Fora isso, todo o procedimento para o sacrifício da cabra é o mesmo descrito para o do carneiro.

Levítico 3:16 Toda a gordura será do Senhor é um lembrete de que nossas ofertas ao Senhor devem vir sempre do melhor que possuímos.

Levítico 3:17 Algumas regras da Lei proferida por Moisés só podiam ser observadas na terra que Deus estava dando aos israelitas. Entretanto, essa proibição de comer gordura e sangue se aplicava em qualquer lugar em que um israelita morasse, pois era estatuto perpétuo [...] em todas as vossas habitações. Não havia exceções. Os procedimentos sacrificais sempre enfatizavam o conceito apenas o melhor para Deus. Da mesma forma que funcionava na antiga Israel, também funciona hoje. Apenas nosso melhor é bom o suficiente para oferecer a Deus. A proibição da ingestão de sangue é explicada em Levítico 17.11-14. E válido lembrar que ela foi feita a Noé também (Gn 9.4). A proibição aqui, em Levítico 3:17, para o povo hebreu, fazia parte dos planos de Deus em torná-lo distinto das outras nações.

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