Levítico 24 — Explicação das Escrituras

Levítico 24 fornece instruções para a manutenção do espaço sagrado do Tabernáculo e aborda questões relacionadas à blasfêmia e retribuição. O capítulo inclui regulamentos para a queima contínua das lâmpadas no candelabro do Tabernáculo (a menorá) e a disposição do pão na mesa dos pães da proposição. Deus também fornece orientação sobre como lidar com um caso de blasfêmia, que resulta em uma punição severa.

O capítulo introduz o princípio do “olho por olho” como forma de punição por causar danos corporais. Este princípio enfatiza a justiça equitativa e a restituição. Levítico 24 enfatiza a importância de manter a santidade do Tabernáculo e aderir aos princípios de justiça e equidade ao lidar com várias situações.

Explicação

LEGISLAÇÃO CERIMONIAL E MORAL (Cap. 24)
No capítulo 23, as festas anuais foram tratadas. Agora os ministérios diários e semanais perante o Senhor são assumidos.

24:1–9 Azeite puro de azeitonas prensadas deveria ser queimado no candelabro de ouro perante o Senhor continuamente. Os doze bolos deveriam ser colocados em duas fileiras ou pilhas sobre a mesa dos pães da proposição e substituídos a cada sábado. O incenso mencionado no versículo 7 pertencia ao SENHOR. Foi oferecido a Jeová quando o pão velho foi removido e dado aos sacerdotes como alimento.

24:10–23 Depois, há o relato abrupto de um filho de uma mulher israelita, cujo pai era egípcio, que foi apedrejado até a morte por amaldiçoar a Deus (vv. 10–16, 23). O incidente mostra que a lei era a mesma para qualquer um que vivesse no acampamento de Israel, fosse ele um judeu puro ou não (v. 22). Mostra que a blasfêmia, assim como o assassinato, era punível com a morte (vv. 14, 16, 17, 23). (O versículo 16 provavelmente era a lei contra a blasfêmia, à qual os judeus se referiam quando diziam: “Temos uma lei, e segundo a nossa lei ele [o Senhor Jesus] deve morrer, porque se fez Filho de Deus” [ João 19:7].) Isso mostra que a compensação poderia ser feita por alguns outros crimes (vv. 18, 21). Finalmente, o incidente mostra que:
…a retribuição era um princípio básico da lei; erros tinham que ser corrigidos. A suavidade trouxe descrédito à lei. A lei da retaliação é ridicularizada hoje no mundo ocidental, mas pessoas ponderadas não a rejeitarão. (a) Na sociedade antiga, a punição muitas vezes era desproporcional ao mal feito. A punição retaliatória foi, portanto, um grande passo em direção à verdadeira justiça. (b) Além disso, a punição reabilitadora – a alternativa sugerida com mais frequência – sofre de subjetivismo. Quem deve decidir quando um homem é reabilitado, pronto para se juntar à sociedade? Os termos podem ser brandos hoje, mas e amanhã? A verdadeira justiça é olho por olho (e não mais) (Notas Diárias da União das Escrituras).
Nos versículos 1–9 vemos uma imagem de Israel como Deus planejou. Nos versículos 10–16, o homem que amaldiçoa retrata Israel como realmente se tornou, blasfemando contra o Nome e amaldiçoando (“o seu sangue caia sobre nós e sobre nossos filhos”).

Notas Adicionais

24.1-4 Características do Candelabro: 1) Era feito de ouro puro; 2) Era feito para iluminar, 3) Era mantido com óleo; 4) Era feito para queimar continuamente. A lâmpada que ilumina à base de óleo pode ser comparada com a revelação de Deus ao homem, que culmina em Cristo, Luz do Mundo, e a iluminação do Espírito Santo.

24.5 Os pães que o sacerdote oficiante colocava todos os sábados sobre a mesa dourada, no lugar santo, diante do Senhor, eram em número de doze, representando as doze tribos de Israel; decerto eram bem grandes, já que se empregava mais do que quatro litros de farinha em cada pão, 24.3, 6, 7. Eram servidos quentes no lugar santo, no sábado, dia, no qual os antigos eram removidos. Somente os sacerdotes tinham licença de comer daquele pão. Num caso de extrema necessidade, Davi e seus homens quebraram esta lei, 1, Sm 22.6, cf. Mt 12,4. O pão nos lembra, da comunhão restaurada do homem com Deus, através de Cristo, o Pão da Vida, Jo 6.35.

24.11 O terceiro mandamento proibia de usar o nome do Senhor em vão. A blasfêmia incluía a pecado gravíssimo de deliberado desprezo e desrespeito para com Jeová e para com Sua graça salvadora.

24.16 No Antigo Testamento, blasfemar, ou zombar do nome de Deus, injuriando assim a Pessoa de Jeová, acarretava na penalidade da morte. A blasfêmias era o, comportamento dos ímpios, Sl 74.18; Is 52.5. A idolatria era também considerada como uma forma de blasfêmia, Is 65.7, porque esse pecado era um desprezo para com o nome do único e verdadeiro Deus. Exemplos da blasfêmia: o rei Senaqueribe da Assíria, 2 Rs 19.4, 10, 22; e Himeneu, um herético da Igreja antiga, 1 Tm 1.20. Os incrédulos têm prazer em acusar os santos da blasfêmia que eles mesmos praticam, conforme os fariseus fizeram com Cristo, Mt 26.65; Lc 22.66-71. De igual modo, os membros da Igreja Apostólica foram acusados de blasfêmia, por afirmar a deidade do Senhor Jesus Cristo, At 6.11-14. Será morto. O pensamento básico aqui não é tanto impor uma penalidade por causa de um pecado grave: a necessidade urgente era a remoção de um foco de infecção na comunidade. O desastre desceria sobre a terra na qual o nome de Deus fosse blasfemado, onde a Majestade do Deus vivo fosse repudiada, não importando que o ofensor fosse um israelita nativo ou um estrangeiro domiciliado em Israel.

24.17-22 O propósito dessas leis era promover a justiça exata, mas não a vingança. Na maioria dos casos, a pessoa culpada tinha permissão para dar uma justa; compensação pela avaria, pela ferida, ou pela perda. Notemos, a ênfase dada à inteira e justa indenização não obstante não haver aqui a obrigação dos 20% a mais sobre os: danos, que é o caso que se descreve em Lv 5.14; 6.7.

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