Significado de Levítico 26

Levítico 26

26:1-46 Bênção para a obediência e maldição para a desobediência eram dois elementos importantes do tipo de tratado do antigo Oriente Próximo, depois do qual a aliança de Deus com Israel no Sinai foi estabelecida. As bênçãos eram demonstradas em uma lista, seguidas de outra lista de punições que condenavam a rebeldia e a desobediência de Israel. A lista das maldições era tipicamente longa, seguindo o padrão adotado na época.

26:1 Estátuas eram pilares feitos de pedra ou madeira que representavam deuses e deusas pagãos. Não consistiam numa imagem, mas num símbolo. Juntos, os quatro termos usados neste versículo abarcam todas as possibilidades de imagens pagãs. Neste sentido, a declaração eu sou o Senhor defronta os israelitas com a escolha que deveriam fazer quanto a quem prestariam obediência: amariam o Deus vivo ou os ídolos?

26:2-13 Esta seção utiliza o forma então. O versículo 3 consiste na parte se, ou seja, nas condições sob as quais as bênçãos de Deus seriam derramadas sobre a terra e sobre o povo.

26:4, 5 Três tipos de bênçãos atingiriam a vida dos israelitas. O primeiro correspondia à provisão alimentar. Deus prometeu os recursos para abundantes suprimentos de alimento, incluindo a chuva quando fosse necessária. Prova disso é a sentença a debulha se vos chegará à vindima, e a vindima se chegará à sementeira. A colheita dos grãos terminava entre o início e o meio de junho. A da uva começava cerca de dois meses depois. Necessitar de dois meses para debulhar os grãos indicava uma grande colheita. A sementeira não ocorria antes que as primeiras chuvas umedecessem o solo o bastante para poder ser arado, o que acontecia geralmente do meio de outubro em diante. Uma colheita de dois meses da uva era uma grande safra. Além do suprimento alimentício, é menciona da a segurança, segundo a afirmação habitareis seguros na vossa terra, indicando a próxima área em que a bênção divina agraciaria Israel.

26:6-10 O segundo tipo de bênção correspondia à proteção. Deus prometeu segurança ou paz na terra. Nem os animais nem os seres humanos que estivessem contra Israel sobreviveriam. Os ursos e os leões, criaturas que representavam perigo para os seres humanos, seriam neutraliza dos. Qualquer inimigo do povo que tentasse atacar Israel seria expulso facilmente, até mesmo em proporções numericamente desiguais.

26:10 Tirareis fora o velho. Israel não ter minaria de comer a colheita antiga antes que a nova fosse provida.

26:11-13 O terceiro tipo de bênção sobre a vida dos israelitas seria o auxílio de Deus em todas as situações por meio de Sua presença. O Senhor poria o Seu tabernáculo no meio do povo. Além disso, Ele andaria constantemente entre os israelitas, zelando pelo bem-estar deles, ajudando-os e protegendo-os. A aliança pela qual Deus se atrelou a Israel e Israel a Ele é reafirmada: e eu vos serei por Deus, e vós me sereis por povo. Os profetas que viriam lembrariam frequentemente Israel dessa aliança, ao chamar a nação de volta à fidelidade a Deus.

26:14-39 Estas eram as maldições que atingiriam Israel por causa de sua infidelidade a Deus e à aliança com Ele. Elas têm muitos pontos de contato com as bênçãos, pois consistem exatamente no oposto destas. Por exemplo, se Israel permanecesse fiel, cem israelitas perseguiriam dez mil de seus inimigos na batalha e prevaleceriam (v. 8); mas, caso o povo se rebelasse contra o Senhor, fugiria de pavor ao som de uma folha levada pelo vento quando estivesse na terra de seus inimigos (v. 36). As maldições estão dividi das em cinco seções.

26:14, 15 Exatamente como acontece com as bênçãos, as maldições também são apresentadas em um formato se... então. Estes dois versículos integram a parte do se, as condições sob as quais Deus levaria a desgraça aos israelitas, numa tentativa de voltarem o coração novamente para Ele. Os mandamentos, estatutos, juízos e o concerto formam a Lei que Deus transmitiu a Moisés no Sinai, e o pacto que Israel contraiu com o Senhor lá.

26:16, 17 Pavor, várias doenças e fome, causados por derrotas militares, seriam as primeiras tentativas de Deus de chamar o Seu povo de volta para Ele.

26:18-20 Estas maldições seriam executa das se as anteriores falhassem em sua tentativa de chamar a atenção de Israel. Isso foi caracterizado como um castigo sete vezes maior. A chuva era essencial para a agricultura na antiga Israel. O calor do verão secava o solo. Se as primeiras chuvas do inverno não caíssem e umedecessem a terra, nenhuma ferramenta utilizada pelos antigos israelitas conseguiria ará-la para que fosse feito o plantio. Obviamente, sem as chuvas, as plantas não sobreviveriam e as sementes não germinariam, daí a declaração os vossos céus sejam como ferro e a vossa terra, como cobre.

26:21, 22 Se a aridez não fizesse com que os israelitas voltassem a si e ouvissem Deus, o Senhor os castigaria sete vezes mais mandando feras do campo. Numa época em que a população era muito menor em quantidade do que é hoje, um grande aumento do número de predadores representava uma séria ameaça às pessoas e a seus animais domésticos.

26:23-26 Caso Israel não se arrependesse após o envio dos animais selvagens, Deus multiplicaria a punição outras sete vezes com a guerra, que resultaria em pragas e fome. Quando os inimigos invadiam a terra nos tempos antigos, as pessoas que viviam em vilarejos sem muros procuravam refúgio nas cidades muradas, causando uma superlotação, por isso a sentença ajuntados estareis nas vossas cidades. Assim, caso a cidade ficasse sitiada por um longo tempo, as precárias condições sanitárias levariam à peste, a epidemias de doenças contagiosas e mortais. Outra consequência de um prolongado período de sítio era a fome. O suprimento de farinha compartilhado entre dez mulheres seria tão pouco que elas assariam tudo junto num forno. O pão seria pesado para garantir que fosse distribuído igualmente, e o povo não ficaria satisfeito.

26:27-39 Se a cidade sitiada não fizesse com que os israelitas se arrependessem, a guerra continuaria sete vezes mais severa, como punição divina. O canibalismo, a completa devastação da terra e o exílio em terras estrangeiras, a extinção da nação, seriam o resultado final.

26:29 Uma maior desobediência resultaria no canibalismo. Isso aconteceu séculos depois durante o sítio de Samaria, e mais tarde durante o cerco babilônico a Jerusalém (2 Rs 6.28, 29; Lm 2.20; 4.10).

26:30-32 Os altos e as imagens do sol eram provavelmente colunas dedicadas ao deus-sol e a outros deuses pagãos. Violá-los com carcaças humanas os tornaria permanentemente inadequados para a adoração. Há uma ironia escarnecedora no trato dos corpos sendo jogados sobre o cadáver dos deuses.

26:33-35 E vos espalharei entre as nações. Esta ameaça foi cumprida no exílio babilônico de 587 536 a.C.

26:36, 37 Quanto aos que de vós ficarem. Os sobreviventes não desfrutariam do alívio e da paz de espírito após escapar dos desastres. Eles continuariam com medo, mesmo que ninguém os estivesse perseguindo.

26:38, 39 Ser exiladas em terras estrangeiras não significava que as pessoas estavam fora do raio de ação de Deus. Elas se derreteriam (v. 39), talvez até desejando não terem escapado da mor te rápida que alcançou os outros.

26:40-45 Esta é uma promessa do Senhor de não abandonar Israel para sempre. O objetivo de Deus ao lançar sobre Seu povo todos esses desastres não era destruir Israel, mas levá-lo ao arrependimento e recolocá-lo na terra.

26:41, 42 O concerto de Deus com os patriarcas tinha precedência sobre a aliança do Sinai (G1 3.15-18). Mesmo quando Israel a violava, Deus honrava a promessa patriarcal.

26:43-45 Por fim, prevalecem o caráter de Deus, Sua graça, Sua misericórdia, Seu amor e Sua libertação. Por estes, Deus se lembraria do concerto. Ele não destruiria totalmente os israelitas. Deus se lembra e redime porque Deus é Deus.

26:46 Este versículo resume e confirma autoridade de Levítico, porque sua fonte é o Senhor.

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