Interpretação de Levítico 21

Levítico 21

21:1, 2 Não se contaminará por causa de um morto. Exibir sinais exteriores de luto e tocar um morto desqualificavam o sacerdote para a execução de suas obrigações sacerdotais. Consequentemente, era-lhe negado este privilégio, exceto em caso de sua família imediata.

21:2 Mas para sua família, que está perto dele. Existem, entretanto, sete exceções à regra geral. De acordo com os administradores da Lei durante o segundo Templo, a frase “sua família que está perto dele”, ou melhor, “sua carne que está perto dele” (comp. Lev 18:6 com Gen 2:24), denota “esposa.” Portanto, a versão Chaldee de Jonathan traduz isso, “mas para uma esposa que é parente de sua carne”. Para sua mãe e para seu pai. Esta é a segunda das três ocorrências na Bíblia em que a mãe é mencionada antes do pai (ver Lv 19:3). Os canonistas judeus, que chamam a atenção para essa frase incomum, explicam isso dizendo que ela é colocada em primeiro lugar porque as qualificações do filho para o sacerdócio dependem mais de ele ter uma boa mãe (ver Lv 21:7). Isso será facilmente entendido quando se tiver em mente que os regulamentos sobre a mulher com quem um sacerdote foi autorizado a se casar durante o segundo templo eram da natureza mais rigorosa e que a menor infração deles desqualificava o filho para desempenhar funções sacerdotais. Assim, a filha de um estrangeiro ou de um cativo libertado era proibida ao padre, e quando uma cidade era sitiada e tomada pelo inimigo, todas as esposas dos sacerdotes tinham que se divorciar por medo de terem sofrido violência.

21:3 Isto incluía uma irmã virgem, a qual, não sendo casada, não tinha família própria. Não sabemos por que a esposa não foi mencionada aqui, particularmente considerando Ez. 24:15 e segs., onde parece que o profeta pranteou a morte da esposa e o Senhor não o repreendeu na ocasião.

21:4 O significado deste versículo é obscuro. Homem principal (ba'al) poderia com toda probabilidade ser traduzido para marido (RV marg. e RSV) ou senhor da casa. Assim, por causa de sua posição na família e comunidade, o sacerdote devia tomar o cuidado de não se contaminar, exceto nos casos permitidos acima.

21:5. Não farão calva na sua cabeça. Eram sinais de luto entre os povos pagãos (cons. 19:27, 28). Ficava proibido ao sacerdote judeu, o qual, ao oferecer o “pão” (lehem; também traduzido para “carne” e “alimento” em outras passagens) do seu Deus” não devia se encontrar em condições de impureza cerimonial para que o nome de Deus não fosse profanado (v. 6).

21:7. Desonrada (haleila) significa “uma mulher que foi contaminada”, uma mulher imoral. Uma mulher abandonada pelo mando, isto é, uma mulher divorciada, também não era aceitável como esposa de sacerdote.

21:10-12 Sobre cuja cabeça foi derramado o óleo da unção. O termo óleo da unção, shemen hammishha, vem do verbo, meishah, significando “ungir ou consagrar”. O substantivo meishiah é “o ungido”, o Cristo, o Messias. Um homem na posição de sumo sacerdote tinha de manter tal pureza a ponto de evitar a demonstração dos costumeiros sinais de luto por alguém; e ele não devia se afastar do santuário para participar das lamentações, pois isto provocaria a contaminação do santuário do Senhor.

21:13. Por mulher uma virgem. Só devia desposar uma virgem israelita.

21:15 Sua descendência (zar'o, “posteridade”) não devia deixar de ser santa contraindo um casamento impróprio, pois ele devia se lembrar do seu status que era o de alguém separado pelo Senhor para um ofício particular.

21:16 O restante do capítulo refere-se às imperfeições e deficiências que desqualificavam o homem para o exercício das obrigações de um sacerdote. A declaração geral feita em 21:17 está mais detalhada em 21:18 e segs.

21:18 Rosto mutilado é uma tradução melhor do que nariz chato (E.R.C). Desproporcionado. Qualquer coisa fora do normal.

21:21. Para oferecer o pão do seu Deus. Oferecer um sacrifício a Deus no papel de sacerdote. Alguém com este defeito podia, contudo, participar das porções dos sacrifícios comumente concedidos aos sacerdotes (v. 22). Não devia ter permissão de realizar qualquer função sacerdotal. Estas restrições se baseavam na crença hebraica de que a natureza espiritual do homem se refletia em sua condição física. Só alguém que fosse fisicamente perfeito podia ser considerado suficientemente santo para realizar as funções de uru sacerdote.

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