Lucas 11 — Comentário Devocional

Lucas 11

Lucas 11 ensina lições sobre a importância da oração, persistência, discernimento espiritual, temor a Deus acima das opiniões humanas e o significado da transformação interior.

1. O Pai Nosso: Jesus ensina a Seus discípulos o Pai Nosso, enfatizando a importância de nos aproximarmos de Deus com reverência, buscarmos Sua vontade e reconhecermos nossas necessidades diárias. Isto nos ensina sobre o significado da oração e da postura do coração diante de Deus.

2. Persistência na oração: Jesus compartilha a parábola do amigo persistente, destacando a importância da persistência na oração. Isto nos ensina sobre o valor da tenacidade e da fidelidade em nossa comunicação com Deus.

3. Peça, busque, bata: Jesus incentiva Seus seguidores a pedir, buscar e bater em oração, garantindo que Deus responderá. Isto nos ensina sobre a abertura de Deus às nossas petições e o poder da busca persistente.

4. Discernimento Espiritual: Jesus alerta contra a hipocrisia e incentiva o discernimento espiritual. Isto nos ensina a cultivar a fé genuína e a examinar nosso coração e nossas motivações.

5. O Sinal de Jonas: Jesus refere-se ao sinal de Jonas, sugerindo Sua ressurreição como a prova definitiva de Sua autoridade. Isto nos ensina sobre o significado de Sua obra redentora.

6. A Lâmpada do Corpo: Jesus usa a metáfora de uma lâmpada para ensinar sobre clareza e integridade espirituais. Isto nos ensina a importância de permitir que a verdade de Deus ilumine nossas vidas.

7. Ai da hipocrisia religiosa: Jesus condena a hipocrisia dos líderes religiosos que priorizam as aparências externas. Isto nos ensina sobre o valor da fé autêntica e de um coração alinhado com os valores de Deus.

8. Bem-aventurados aqueles que ouvem e obedecem: Jesus enfatiza a bem-aventurança daqueles que ouvem e obedecem à Palavra de Deus. Isso nos ensina a importância de alinhar nossas vidas com os ensinamentos de Deus.

9. Limpando o Interior: Jesus alerta contra a limpeza externa sem abordar a condição do coração. Isto nos ensina que a verdadeira transformação começa dentro de nós, levando a ações justas.

Em resumo, Lucas 11 oferece lições sobre a importância da oração sincera e persistente, da busca da vontade de Deus, do discernimento espiritual, do significado da ressurreição de Jesus, da clareza e integridade espiritual, da autenticidade na fé, do valor de ouvir e obedecer à Palavra de Deus, e do necessidade de transformação interior.

Devocional

11.1-4 Observe a ordem desta oração. Primeiro, Jesus louvou a Deus; então, fez os seus pedidos. Louvar a Deus em primeiro lugar nos leva à correta disposição e atitude para expormos ao Senhor as nossas necessidades. Frequentemente as nossas orações são mais parecidas com listas de compras do que com um diálogo. 11.2-13 - Esses versículos enfocam três aspectos da oração: o conteúdo (11.2-4), nossa persistência (11.5-10) e a fidelidade de Deus (11.11-13). 

11.3 A provisão de Deus é diária, o Senhor não nos dá tudo de uma só vez. Não podemos armazenar as bênçãos, depois cortar a comunicação com Deus. E não ousemos ser presunçosos, se você estiver perdendo as forças pergunte a si mesmo: há quanto tempo tenho estado longe da Fonte? 

11.4 Quando Jesus ensinou seus discípulos a orar, Ele fez do perdão a base de sua relação com Deus. Deus perdoou os nossos pecados; devemos perdoar aqueles que nos têm magoado. Permanecer irreconciliável demonstra que não entendemos que nós mesmos precisamos ser profundamente perdoados. Pense em algumas pessoas que o magoaram. Você as perdoou? Como Deus lidará com você se Ele o tratar da mesma maneira que você trata os outros? 

11.8 A persistência na oração vence nossa insensibilidade, não a de Deus, porque Ele jamais foi ou será insensível. A prática da persistência muda o nosso coração e a nossa mente, e ajuda-nos a entender e a expressar a intensidade de nossas necessidades. A persistência na oração nos ajuda a reconhecer a obra de Deus. 

11.13 Se os bons pais cometam erros, mas tratam bem os filhos, quanto mais o Pai celestial, que é perfeito, trata os seus! A dádiva mais importante que o Senhor poderia dar-nos é o Espírito Santo (At 2.1 -4); Ele prometeu dar esta grande bênção a todos os cristãos depois de sua morte, ressurreição e retorno aos céus (Jo 15.26). 

11.14-23 Episódios semelhantes são relatados em Mateus 12.22-45 e Marcos 3.20-30. O acontecimento descrito por Lucas aconteceu na Judeia, enquanto os outros aconteceram na Galileia. De acordo com Lucas. Jesus falou às multidões: Mateus e Marcos disseram que Ele acusou os fariseus. 

11.15-20 Existem duas interpretações comuns para estes versículos. (1) Alguns dos seguidores dos fariseus expulsaram demônios. Se foi assim, as acusações dos fariseus expressavam o desespero deles, pois acusar Jesus de obter poder de Satanás, o príncipe dos demônios, por Ele estar expulsando espíritos malignos, era dizer que também os seguidores dos fariseus faziam a obra de Satanás. Jesus tornou a acusação dos líderes religiosos contra eles mesmos. (2) Outra possibilidade e que os seguidores dos fariseus não estivessem expulsando demônios; ainda que tentassem, não tinham sucesso. De qual quer forma, primeiro, Jesus mostrou que a reivindicação dos fariseus era absurda (por que o Diabo expulsaria os seus demônios?). Então, fez uma pequena ironia (e quanto aos seguidores dos fariseus?). Finalmente concluiu que seu trabalho de expulsar demônios provava que o Reino de Deus havia chegado. Embora as duas interpretações possam diferir, conduzem à mesma conclusão: o Reino de Deus chegou com a vinda de Jesus Cristo. Satanás, que havia controlado o remo deste mundo por milhares de anos, foi subjugado por Jesus, que começou a estabelecer seu Reino por ocasião do seu nascimento, e tornou-se ainda mais poderoso quando resistiu às tentações do deserto. O Reino de Deus foi anunciado por meio dos ensinamentos e das curas que Jesus operou, da vitória de Cristo em sua morte e ressurreição e do Pentecostes. Esse Reino será permanente e universal quando Jesus voltar. 

11.21,22 Jesus pode ter se referido ao texto em Isaías 49.24-26. A despeito de quão grande seja o poder de Satanás. Jesus é infinitamente mais poderoso. Ele subjugará totalmente Satanás e dará um fim a ele na eternidade (ver Ap 20.2,10). 

11.23 Como este versículo se relaciona ao texto om Lucas 9.50: “Quem não é contra nós é por nós?” O comentário de Jesus foi em relação a alguém que expulsava demônios no nome dEle. O Senhor estava dizendo que aqueles que lutam contra o mal estão do mesmo lado dos que expulsam demônios usando o nome de Jesus. Mas em Lucas 11.23. Ele se referiu ao conflito entre Deus e o Diabo. Nesta batalha, se uma pessoa não estiver do lado de Deus, automaticamente, estará do lado de Satanás. Não há um campo neutro. Uma vez que Deus já ganhou a batalha, por que ficar do lado do perdedor? Aquele que não estiver efetivamente a favor de Cristo, estará contra Ele. 

11.24-26 Jesus ilustrou uma infeliz tendência humana: o desejo que temos de corrigir nossa vida geralmente não dura muito. Na história de Israel, logo após um rei justo eliminar os ídolos, um rei ímpio o sucedia e os levantava novamente. Não é o bastante estarmos “vazios” em relação ao mal; devemos estar cheios do poder do Espirito Santo para realizar o novo propósito de Deus em nossa vida (ver também Mt 12.43-45; Gl 5.22). 

11.27,28 Jesus se referiu às pessoas que atribuem um valor extremamente alto aos laços familiares. Para as quais a genealogia era uma importante garantia de que faziam parte do povo escolhido de Deus; o valor de um homem vinha de seus antepassados e o de uma mulher, dos filhos a que ela dava à luz. A resposta de Jesus significa que a obediência de uma pessoa a Deus é mais importante do que o seu lugar em uma árvore gene alógica. A obediência consistente é mais importante do que a honra de gerar um filho respeitado. 

11.29, 30 Qual era o sinal do profeta Jonas? Deus havia ordenado a Jonas que pregasse o arrependimento aos gentios. Jesus confirmou a missão do profeta. A salvação não é apenas para os judeus, mas para todas as pessoas. Em Mateus 12.40. há outra alusão a Jonas; Jesus morreria e ressuscitaria depois de três dias, da mesma maneira que o profeta retornou à praia após três dias no ventre de um grande peixe. 

11.29-32 Os gentios cruéis e belicosos de Nínive, capital da Assíria, arrependeram-se de seus pecados pela pregação de Jonas, porém este não se importou com eles. A rainha de Sabá, uma gentia, louvou o Deus de Israel quando ouviu sobre a sabedoria cie Salomão, mesmo o rei tendo muitos defeitos. Em contraste, Israel, a nação a qual Jesus amava afetuosamente e manifestou-se como o perfeito Filho de Deus, rejeitou-o. Deste modo, o povo escolhido de Deus se tornou mais sujeito ao juízo do que uma nação ímpia ou uma poderosa rainha pagã. Compare com a passagem em 10.12-15, em que Jesus disse que as cidades ímpias de Sodoma, Tiro e Sidom serão julgadas com menos rigor do que as cidades na Judeia e Galileia, que rejeitaram a sua mensagem. 

11.31, 32 O povo de Nínive e a rainha de Sabá se converteram a Deus com menos evidências do que as que Jesus apresentou aos judeus; Hoje, temos mais evidências do que estes. Temos o registro de testemunhas oculares do Cristo ressurrecto; o poder continuo do Espírito Santo, concedido no Pentecostes; fácil acesso a Bíblia Sagrada: o conhecimento de dois mil anos de milagres de Cristo por meio de sua Igreja. Com o conhecimento e o discernimento que temos á disposição, nossa resposta a Cristo deve ser ainda mais consistente e sincera. 

11.33-36 A candeia é uma alegoria de Cristo; o olho representa a compreensão e o discernimento espiritual. Os desejos maus tornam o “olho” menos sensível e ofuscam a luz da presença de Cristo. Se você tiver dificuldade de ver Deus em ação no mundo e em sua vida, verifique sua visão. Algum desejo pecaminoso pode estar cegando você em relação a Cristo? 

11.37-39 Esse ritual era feito não por razões de higiene ou saúde, mas como símbolo de purificação da pessoa que, porventura, tenha sido contaminada ao tocar algo impuro. Os fariseus não apenas faziam uma exibição pública de sua “pureza”, mas também ordenavam que todos seguissem uma prática que havia sido originalmente designada apenas aos sacerdotes. 

11.41 Os fariseus gostavam de pensar em si mesmos como ‘‘puros", mas sua mesquinhez em relação a Deus e aos pobres provavam que não eram santos como pensavam. Como você usa os recursos que Deus lhe confiou? Você é generoso ao atender as necessidades das pessoas a seu redor? Sua generosidade de revela muito sobre a pureza de seu coração. 

11.42 É fácil tentarmos justificar-nos por não ajudarmos aos outros. Podemos até alegar que damos ofertas na igreja, mas os que seguem a Jesus devem partilhar os seus recursos com as pessoas necessitadas à sua volta. O dízimo é importante para a vida da igreja, porém a nossa compaixão não deve limitar-se a esta prática. Devemos ajudar a quem pudermos. 

11.42-52 Jesus criticou severamente os fariseus e os doutores da lei porque (1) purificavam o exterior, mas não o interior; (2) lembravam-se de dar o dízimo até de suas ervas do jardim, mas negligenciavam a justiça; (3) amavam o elogio e a atenção; (4) sobrecarregavam as pessoas com exigências religiosas penosas: (5) não aceitaram a verdade a respeito de Jesus; e (6) impediram os outros de crerem na verdade. Os líderes religiosos judeus erraram por colocar sua atenção nas aparências, ignorando a condição interior. Fazemos o mesmo quando nosso ser viço é motivado pelo desejo de sermos vistos, em vez de pelo amor aos semelhantes, que provém de um coração puro. Às vezes, as pessoas podem ser enganadas pelas aparências, mas Deus não se deixa enganar. Não aparente ser um cristão. Submeta sua vida interior ao controle de Deus. e a exterior refletira naturalmente a presença dEle. 

11.44 As leis no AT dizem que, se uma pessoa tocasse em um sepulcro, estaria impura (Nm 19.16). Jesus acusou os fariseus de tornarem os outros impuros por sua podridão espiritual. Como sepulcros caiados, não identificados como tal por esconderem-se em uma religião, os fariseus corrompiam todos aqueles que entravam em contato com eles. 

11.46 Essas cargas eram os detalhes que os fariseus acrescentaram à lei de Deus. Para o mandamento. "Lembra-te do dia de sábado, para o santificar" (Êx 20.8), por exemplo, acrescentaram instruções relativas à distância que uma pessoa poderia caminhar, que tipos de laços poderiam ser amarrados e quanto peso poderia ser carregado no sábado. Curar uma pessoa neste dia era considerado um trabalho ilícito, embora fosse permitido resgatar um animal desgarrado que estivesse preso (14.5). Não é de admirar que Jesus tenha condenado as adições que os fariseus haviam leito à lei. 

11.49 Os profetas de Deus foram perseguidos e mortos ao longo da História. Mas aquela geração rejeitava mais do que um profeta, rejeitava o próprio Deus. As palavras reportadas a Jesus nesse versículo não constam no AT. Jesus, o maior profeta de todos, trouxe-nos a Palavra do próprio Deus. 

11.51 Por que todos os pecados, desde a morte de Abel, sobreviriam aquela geração em particular? Porque rejeitaram o Messias, aquele para quem toda a história e as profecias bíblicas apontavam. A morte de Abel é narrada em Gênesis 4.8. Para obter mais informações a seu respeito, veja seu perfil em Gênesis. A morte de Zacarias é contada em 2 Crônicas 24.20-22 (o último livro no cânon hebraico). 

11.52 Como os doutores da lei tomaram a “chave da ciência"? Por meio de suas interpretações errôneas das Escrituras e das regras humanas que acrescentaram ã lei; eles fizeram com que a verdade de Deus se tornasse difícil de entender e praticar. Além disso, eram maus exemplos, pois não cumpriam as regras penosas que impunham aos outros. Por não cumprirem os quesitos de uma religião que eles mesmos haviam estabelecido, os escribas não podiam conduzir as pessoas a Deus. Eles trancaram a porta do amor de Deus para as pessoas, e jogaram a chave fora. 

11.53, 54 Os escribas e os fariseus esperavam prender Jesus por blasfêmia, heresia e transgressão da lei. Sentiram-se enfurecidos pelas palavras do Mestre a seu respeito, mas não poderiam prendê-lo apenas por não gostarem do que falava. Precisavam encontrar um meio legal para livrarem-se dEle.

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