Lucas 4 — Comentário Devocional

Lucas 4

Lucas 4 retrata Jesus enfrentando tentações, confiando na autoridade das Escrituras e iniciando Seu ministério de cura. Enfatiza a resistência à tentação, a dependência de Deus, o cumprimento da profecia e a missão de Jesus de trazer a salvação.

1. Guerra Espiritual: O capítulo começa com Jesus sendo tentado pelo diabo no deserto. Isto destaca a realidade da guerra espiritual e a necessidade de estar vigilante contra a tentação e o engano.

2. Resistir à Tentação: As respostas de Jesus às tentações do diabo demonstram a importância de confiar nas Escrituras e na Palavra de Deus para resistir ao fascínio do pecado. Isto nos ensina o valor de usar a verdade de Deus como arma contra a tentação.

3. Dependência de Deus: A confiança de Jesus na vontade e na Palavra do Pai durante Suas tentações ressalta o significado da dependência da orientação e força de Deus em nossas próprias vidas.

4. Identidade de Jesus: Em suas tentativas de tentar Jesus, o diabo questiona a identidade de Jesus como Filho de Deus. Isto destaca a batalha contínua para minar a nossa compreensão de quem somos em Cristo. A lição aqui é ancorar a nossa identidade na verdade de Deus.

5. Autoridade Bíblica: O uso que Jesus faz das Escrituras para combater as tentações do diabo enfatiza a autoridade e o poder da Palavra de Deus. Isso nos ensina a buscar sabedoria e orientação da Bíblia em todas as áreas de nossas vidas.

6. Ministério de Jesus: Depois das tentações, Lucas 4 mostra Jesus iniciando Seu ministério público pregando e curando. Isto destaca a missão de Jesus de trazer salvação, cura e libertação à humanidade.

7. Compaixão pelos Marginalizados: O ministério de Jesus inclui estender a mão aos pobres, aos oprimidos e aos marginalizados. Isto nos ensina a importância de mostrar compaixão e amor por aqueles que a sociedade muitas vezes ignora.

8. Recepção e Rejeição: Jesus experimenta reações positivas e negativas ao Seu ministério. Isto nos lembra que nem todos aceitarão a mensagem de Cristo, mas devemos continuar compartilhando-a com amor e paciência.

9. Cumprimento da Profecia: Jesus lê o pergaminho de Isaías, anunciando o cumprimento das profecias messiânicas. Isto sublinha a continuidade entre o Antigo Testamento e o ministério de Jesus.

10. Importância da Fé e Rejeição da Dúvida: Jesus encontra dúvidas e ceticismo em Sua cidade natal, mas Ele enfatiza a necessidade de fé. Isto nos ensina a importância de confiar nas promessas de Deus e de não sucumbir à dúvida.

Em resumo, Lucas 4 oferece lições sobre guerra espiritual, resistência à tentação, dependência de Deus, ancoragem da nossa identidade em Cristo, a autoridade das Escrituras, a missão de Jesus, compaixão pelos marginalizados, como lidar com a recepção e a rejeição, o cumprimento da profecia e a importância da fé sobre a dúvida.

Devocional

4.1 Alguns entendem que a tentação frequentemente vem de pois de uma vitória em nossa vida secular ou ministério (ver em 1 Rs 18—l9 o grande êxito de Elias, que foi seguido por seu desespero). Lembre-se de que Satanás escolhe momentos adequados para seus ataques. Precisamos estar alerta tanto nos períodos de vitória quanto nos de desânimo. Veja na terceira nota Mateus 4.1 ss um comentário sobre como Satanás nos tenta quando estamos vulneráveis. 

4.1-2 Satanás tentou Adão e Eva no jardim do Éden e tentou Jesus no deserto. O Diabo e um ser real, um anjo caído e rebelde, não um símbolo ou uma ideia. Ele luta constantemente contra Deus e contra aqueles que seguem e obedecem ao Senhor Jesus foi o principal alvo das tentações do Diabo. Este teve sucesso contra Adão e Eva, e esperava ser bem-sucedido em sua investida contra Jesus, mas foi frustrado. 

4.1-13 Conhecer e obedecer à Palavra de Deus é uma arma eficaz contra a tentação: a única arma ofensiva na armadura do cristão (Ef 6.17). Jesus usou as Escrituras para contra-atacar Satanás, e você também pode fazê-lo. Mas para usar essa arma eficazmente, você deve ter fé nas promessas de Deus, porque Satanás também conhece a Palavra e é perito em distorcê-la, para alcançar os seus propósitos. Obedecer às Escrituras é mais importante do que simplesmente citar um versículo. Leia diariamente a Bíblia Sagrada e aplique a Palavra à sua vida. Assim a sua “espada” estará sempre afiada. 

4.2 Por que era necessário que Jesus fosse tentado? Primeiro. a tentação faz parte da experiência humana. Para Jesus ser humano e entenaer-nos completamente, era necessário que Ele enfrentasse a tentação (ver Hb 4.15). Também era necessário que Jesus desfizesse a obra de Adão. Embora tenha sido criado perfeito. Adão cedeu à tentação e pecou, fazendo com que a partir de então, todo ser humano pudesse pecar. Em contrapartida. Jesus resistiu a Satanás. A vitória do Filho de Deus oferece a salvação a todos os descendentes de Adão (ver Rm 5.12-19). 

4.3 Satanás pode tentar rios a duvidar da verdadeira identidade de Cristo. Uma vez que questionemos se Jesus é ou não Deus, torna-se muito mais fácil cedermos à vontade do maligno. Os momentos de questionamento podem ajudar-nos a colocar as nossas crenças em ordem e fortalecer a nossa fé, mas são perigosos. Se você estiver lidando com a dúvida, saiba que está especialmente vulnerável à tentação. Mesmo ao buscar respostas. proteja-se meditando nas verdades inabaláveis da Palavra de Deus. 

Às vezes o que somos tentados a fazer não é errado em si mesmo. Transformar uma pedra em pão não era necessariamente ruim. O pecado não estava no ato, mas na razão por trás. O Diabo tentou fazer com que Jesus tomasse um atalho e resolvesse o problema de imediato, ã custa de seus objetivos futuros; quis que Jesus buscasse o conforto do sacrifício da disciplina. Satanás trabalha frequentemente deste modo, per suadindo-nos a tomar uma atitude que, mesmo certa, possui uma motivação errada ou é prateada no momento inoportuno. O fato de algo não ser errado não significa que seja bom para você em um certo momento. Muitas pessoas pecam ao tentar satisfazer desejos legítimos fora da vontade de Deus ou à frente do tempo estabelecido por Ele. Antes de agir. primeiro se pergunte: o Espírito Santo está me guiando a fazer isto ou é Satanás tentando colocar-me fora do caminho? 

4.3ss Frequentemente somos tentados não em nossas fraquezas, mas naquilo que temos domínio. O Diabo tentou a Jesus em seu ponto forte. Jesus tem todo poder; Ele poderia usá-lo para mover ou transformar as pedras, governar os reinos do mundo, e até convocar os anjos para servi-lo. Satanás que ria que Jesus usasse este poder sem considerar sua missão. Quando cedemos ao Diabo e usamos erradamente nossos recursos, tornamo-nos orgulhosos e presunçosos. Confiando em nosso próprio poder, sentimos pouca necessidade de Deus. Para evitar esta armadilha, devemos perceber que nossas forças e dons são dádivas de Deus para nós: devemos consagrá-los a Deus. 

4.6, 7 O Diabo arrogantemente esperava ter sucesso em sua rebelião contra Deus caso conseguisse desviar Jesus de sua missão e fosse adorado por Ele. Ao afirmar que este mundo era dele, não de Deus, o Diabo estava dizendo: “Se você espera fazer qualquer coisa aqui, é melhor reconhecer este fato”. Jesus não discutiu com Satanás sobre quem possui o mundo, mas recusou-se a adorá-lo. Jesus sabia que redimiria o mundo ao entregar a sua vida na cruz; Ele não fez uma aliança com um anjo decaído e corrupto. 

4.9-11 Aqui, o Diabo interpretou erroneamente as Escrituras. A intenção do escritor do Salmo 91 é mostrar a proteção de Deus a seu povo. não incitar os crentes a usar o poder de Deus para exibições sensacionalistas ou tolas. 

4.13 A vitória de Cristo sobre o Diabo no deserto foi decisiva, mas não final. Ao longo de seu ministério. Jesus confrontaria Satanás de muitas formas. Frequentemente, vemos a tenta­ção como algo que ocorre de uma vez por todas. Na realidade. precisamos estar constantemente alerta contra os ataques contínuos do Diabo. Em que área você é mais suscetível à tentação neste momento? Como você se prepara para resistir? 

4.16 As sinagogas eram muito importantes na vida religiosa judaica. Durante o exílio, quando os judeus não tinham mais o Templo elas foram estabelecidas como lugares de adoração no sábado e como escolas para meninos durante a semana. As sinagogas continuaram a existir mesmo depois de o Templo ser reconstruído após o exílio babilônico. Podiam ser instaladas em qualquer cidade onde existissem pelo menos dez famílias judias. Eram administradas por um líder e um assistente. Na sinagoga, o líder frequentemente convidava um mestre visitante, para ler e ensinar as Escrituras.

4.16 Jesus foi à sinagoga “segundo o seu costume”. Embora fosse o Filho perfeito de Deus e sua sinagoga local deixasse muito a desejar, Jesus comparecia aos cultos toda semana. Seu exemplo faz com que nossas desculpas para não irmos à igreja não sejam convincentes e atendam aos nossos próprios interesses. Faça da adoração regular algo constante em sua vida! 

4.17-21 Jesus citou o texto em Isaías 61.1,2. Este profeta comparou a libertação de Israel do exílio na Babilônia com o ano de Jubileu, quando todas as dividas eram canceladas, todos os escravos libertos e toda propriedade devolvida aos primeiros donos (Lv 25). Mas a libertação do exílio babilônico não trouxe o que os judeus esperavam; eles ainda eram um povo conquista do e oprimido. Então, com certeza. Isaías se referiu a uma era messiânica futura. Jesus anunciou corajosamente: “Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos”, mas o cumprimento da profecia ocorreu de um modo que o povo ainda não podia compreender.

4.24 Até o Senhor Jesus foi rejeitado como profeta em sua cidade natal. Hoje, muitas pessoas têm uma atitude semelhante — consideram especialista alguém que possui uma bela pasta e vem de um lugar a mais de 300km de distância. Não fique surpreso quando sua fé e vida cristã não forem facilmente entendi das ou aceitas por aqueles que o conhecem bem!

4.28 As observações de Jesus sobre Deus optar por alcançar os gentios em vez de insistir com os judeus enfureceram o povo de Nazaré. Jesus sugeriu que seus ouvintes eram tão incrédulos quanto os cidadãos do Reino do Norte de Israel na época de Elias e Eliseu, um tempo notório pela grande maldade do povo.

4.31 Jesus havia se mudado recentemente de Nazaré para Cafarnaum (Mt 4 13). Esta era uma cidade próspera, possuía grandes riquezas, mas havia decadência moral e espiritual. Por ser um quartel general para muitas tropas romanas, a Palavra de Jesus poderia espalhar-se dali por todo o Império Romano.

4.31 Por que era permitido a Jesus ensinar nas sinagogas? Porque era o costume permitir que visitantes ensinassem. Mestres itinerantes eram sempre bem-vindos para ensinar aqueles que se reuniam todo sábado nas sinagogas. O apóstolo Paulo também aproveitou essa oportunidade para pregar as Boas Novas (ver At 13.5; 14.1).

4.33 Havia um homem possesso por um demônio na sinagoga onde Jesus estava ensinando. O endemoninhado foi ao lugar de adoração e insultou Jesus. É ingenuidade pensarmos que seremos protegidos do mal na igreja. Satanás tem prazer em invadir nosso ambiente sempre que é possível. Mas a autoridade de Jesus é muito maior do que a de Satanás; e onde Jesus está presente, os demônios não podem ficar por muito tempo.

4.34-36 As pessoas estavam admiradas pela autoridade de Jesus para expulsar demônios, espíritos malignos governados por Satanás, enviados para hostilizar as pessoas e tentá-las a pecar. Os demônios são anjos caídos que se uniram a Satanás na rebelião contra Deus. Podem fazer uma pessoa ficar muda. surda, cega e/ou louca. Jesus enfrentou muitos demônios durante seu ministério terreno: e sempre demonstrou autoridade para combatê-los. Não somente o espírito maligno deixou aquele homem; Lucas registrou que este sequer foi ferido.

4.36 O maligno invade nosso mundo; não e de admirar que as pessoas frequentemente fiquem temerosas. Mas o poder de Jesus é muito maior que o de Satanás. O primeiro passo para vencer o medo do mal e reconhecer a autoridade e o poder de Jesus. Ele venceu todo o mal, inclusive o próprio Satanás.

4.39 Jesus curou a sogra de Simão (Pedro) tão completamente que não somente a febre passou, mas a força daquela mulher foi restaurada, e imediatamente eia se levantou e cuidou de outras necessidades. Que bonita atitude de serviço ela mostrou! Deus nos dá saúde para que possamos servir aos outros.

4.40 A multidão foi até Jesus quando o sol estava se pondo, pois o sábado era o dia do repouso semanal. Esse dia sagrado se iniciava no pôr-do-sol da sexta-feira e terminava no pôr-do-sol de sábado. Não querendo infringir a ei que proibia viajar no sábado, as pessoas esperaram até que esse dia terminasse para irem a Jesus. Como observou Lucas, o médico, pessoas com todos os tipos de doenças foram até Jesus e ele curou cada uma.

4.41 Por que Jesus não queria que os demônios revelassem a identidade dEle? (1) Jesus ordenou aos espíritos imundos que permanecessem em silêncio, para mostrar sua autoridade sobre eles. (2) Jesus queria que seus ouvintes cressem que Ele era o Messias por causa de suas palavras, não pelo testemunho dos demônios. (3) Jesus revelaria sua identidade no tempo de Deus; não seria pressionado, cedendo aos planos malignos de Satanás. Os demônios chamaram Jesus de “Santo de Deus” (4.34), porque sabiam que Ele era o Cristo. Mas Jesus se mostraria como o Servo sofredor, antes de aparecer como o grande Rei. Revelar a sua identidade real muito cedo incitaria as multidões a rebeliões, uma vez que os judeus tinham expectativas erradas sobre o que o Messias faria.

4.42 Jesus tinha que se levantar muito cedo para ler algum tempo a sós. Se Ele precisou estar sozinho a fim de orar e revigorar-se. quanto mais nós? Não se torne ocupado a ponto de sua vida ser tão atarefada que você não tenha tempo de ficar a sós com Deus e ter uma comunhão tranquila com Ele. Não importa o quanto você trabalhe, é necessário ter tempo para a oração, sempre.

4.43 O Reino de Deus era uma boa nova para os judeus, por que eles aguardavam a vinda do Messias prometido desde o cativeiro babilônico; e é para nós, porque significa liberdade da escravidão do pecado e do egoísmo. O Remo de Deus está presente aqui e agora, porque o Espírito Santo vive no coração dos cristãos; também é futuro, porque Jesus retornará para governar um Reino perfeito, onde o pecado e o mal não mais existirão.

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