Significado de Salmos 71

Salmos 71

O Salmo 71 é um salmo de confiança e louvor atribuído a Davi, que expressa a confiança do salmista na proteção e livramento de Deus. O salmo é uma oração pela ajuda contínua de Deus e uma declaração da dependência do salmista de Deus.

Na primeira seção do salmo, o salmista expressa sua confiança em Deus, chamando-o para resgatá-lo de seus inimigos e ser sua rocha e fortaleza. Ele descreve Deus como sua esperança e sua confiança e pede que Deus continue sendo seu refúgio e fortaleza.

Na seção intermediária do salmo, o salmista reflete sobre a fidelidade de Deus ao longo de sua vida, desde a juventude até a velhice. Ele afirma que Deus tem sido seu apoio e proteção ao longo de sua vida e pede que Deus continue a estar com ele e a ajudá-lo nas provações atuais.

O salmo termina com uma declaração de louvor e um chamado a todos para louvar a Deus por Sua fidelidade e bondade. O salmista afirma que Deus fez grandes coisas por ele e que Ele é digno de todo louvor e honra. Ele chama todos a confiar em Deus e a se refugiar nEle.

Resumo de Salmos 71

Em resumo, o Salmo 71 é um salmo de confiança e louvor que expressa a confiança do salmista na proteção e libertação de Deus. É um lembrete de que Deus é fiel e que podemos confiar Nele em todas as circunstâncias. A reflexão do salmista sobre a fidelidade de Deus ao longo de sua vida também nos lembra do amor e da bondade infalíveis de Deus e nos encoraja a lembrar de Sua fidelidade em nossas próprias vidas. O chamado do salmista para confiar em Deus e se refugiar Nele serve de modelo para os crentes de hoje colocarem sua fé e esperança em Deus e encontrarem força e proteção Nele.

Significado de Salmos 71

O Salmo 71 é um salmo de lamentação com grande foco na fé do salmista em Deus. O salmo se alterna entre a expressão desesperada de sua necessidade e a fé absoluta no Senhor. Nessa alternância, o salmista apresenta um modelo a ser seguido pelo crente para reagir ao sofrimento: deve confiar totalmente a situação difícil a Deus e ao mesmo tempo clamar a Ele por livramento. O poeta descreve a si mesmo como um homem idoso, cuja confiança em Deus vem de longa data (v. 9,18). Em tempo de grande necessidade, pede a Deus que seja fiel para com Seu servo. Eis a estrutura do salmo: (1) confissão de fé resoluta do salmista em Deus (v. 1-3); (2) pedidos para que Deus livre o salmista do mal (v. 4-6); (3) determinação de louvar a Deus mesmo em meio atribulação (v. 7,8); (4) clamor de livramento (v. 9-11); (5) petição para que recaia o juízo de Deus sobre seus inimigos (v. 12,13); (6) compromisso de manter sua fé e louvar a Deus (v.14-16); (7) renovação dos pedidos do salmista, com base em sua vivência da fidelidade de Deus (v. 17,18); (8) fé renovada em Deus (v. 19-21); (9) determinação de louvar a Deus (v. 22-24).

Comentário ao Salmos 71

Salmos 71.1 Declara-se aqui o tema do salmo. Com base em confiança resoluta (S161.4; 91.3), o salmista pede para que nunca seja confundido. Confiar em Deus nunca é em vão (Sl 4-2; 119.31).

Salmos 71.2, 3 Na tua justiça. O salmista não só pondera sobre sua própria situação, mas também quanto ao caráter de Deus (v. 15,16, 9,24). Sabe que Deus poderia demonstrar Sua justiça atendendo à necessidade do salmista, cuja vida tem sido vivida sempre em confiança em Deus. Habitação forte. As palavras hebraicas significam literalmente fortaleza de rocha. O Senhor é a única fonte de proteção contínua para o salmista.

Salmos 71.4 A raiz hebraica da palavra livra-me significa facilitar a fuga (Sl 17.13; 37.40; 144.2). Depois de pedir livramento, o poeta reafirma sua grande fé em Deus, chamando-o de sua esperança e confiança, de ser Aquele que o amparou desde o dia em que nasceu (Sl 22.10). Ele ora com fé, não permitindo que as circunstâncias o façam duvidar da bondade de Deus.

Salmos 71:1-4

Oração de Libertação

O salmo não menciona um escritor. Supõe-se que David o escreveu. Isso é apoiado pela Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento, que menciona que esse salmo é de Davi. Diz-se que foi escrito durante sua fuga de seu filho rebelde Absalão. O fato de o escritor não mencionar seu nome coloca toda a ênfase no conteúdo do salmo. O salmista fala do cuidado fiel de Deus ao longo de sua vida, desde o ventre de sua mãe até a velhice.

Nisto vemos uma clara descrição profética do fiel cuidado de Deus por Israel desde o início de sua história até o fim. O salmo mostra um apelo a esse cuidado fiel de que, ao chegarem ao fim de sua história – o que aqui é chamado de velhice – Ele não os abandonará nem agora.

No Salmo 69 vimos o sofrimento de Cristo e no Salmo 70 a grande necessidade do remanescente. No Salmo 71 vemos como o remanescente obtém novas forças ao esperar o SENHOR (cf. Is 40,30-31).

Também vemos o espírito de Cristo neste salmo. Muito disso se aplica a Ele. Nela vemos Sua conexão com o remanescente fiel no tempo do fim. O fim de Sua vida na terra testemunha provações semelhantes, embora com Ele sejam mais profundas e perfeitas.

Tanto o Salmo 71:1 quanto o Salmo 71:2 começam e, portanto, colocam grande ênfase na base da súplica do salmista. O Salmo 71:1 começa com “Em ti, ó Senhor” e o Salmo 71:2 começa com “Na tua justiça”. A convicção de que o SENHOR, o Deus fiel da aliança, é poderoso (Sl 71:1) e sempre age com retidão e, portanto, de acordo com Sua aliança e Sua palavra, é a base da confiança do salmista de que Ele o livrará (Sl 71:2; cf. Sl 31:1-3).

A menção de “Tu” (a Pessoa de Deus) e Sua justiça também é encontrada no Salmo 71:14-15, no Salmo 71:16 e no Salmo 71:19. O salmista experimentou a fidelidade de Deus desde a sua juventude (Sl 71:5) e continuará a sê-lo na sua velhice (Sl 71:18).

O salmista dirige-se diretamente ao SENHOR para dizer-Lhe que se refugiou Nele (Sl 71:1). Esta é a única coisa que uma pessoa deve fazer quando está em necessidade. Ele também pede que o SENHOR cuide para que ele nunca seja envergonhado.

Uma das piores decepções que podem acontecer a uma pessoa é que sua confiança em alguém é envergonhada. Com as pessoas isso acontece regularmente e até mesmo nos relacionamentos mais íntimos. Com Deus é impossível. O fato de o salmista pedir isso não significa que ele duvide da fidelidade de Deus. É a expressão de uma mente consciente de sua incapacidade de permanecer fiel nas circunstâncias de necessidade em que se encontra.

Que ele não duvida da fidelidade de Deus é demonstrado por seu apelo à “justiça” de Deus (Sl 71:2). A justiça de Deus é Sua ação justa de acordo com Sua aliança, Sua promessa e Sua palavra. Este é o fundamento para a libertação e resgate. Isso implica que o salmista é perseguido injustamente. Não há motivo em suas ações ou palavras para caçá-lo. Pede que Deus incline para ele o seu ouvido, ou seja, que o ouça com atenção e o salve.

Além disso, a salvação não é o objetivo final da justiça de Deus, mas que Deus será uma rocha na qual ele pode habitar (Sl 71:3). Habitar com Deus como uma rocha significa estar em casa com Ele e estar em segurança. É um lugar onde ele quer estar constantemente porque o perigo está constantemente ameaçando. Ele anseia estar com Deus, em Sua presença. A saudade de Deus é sentida com mais força quando o mundo se revela em toda a sua hostilidade.

Ao mesmo tempo, há a certeza de que a salvação virá porque o salmista sabe que Deus deu a ordem de salvá-lo. Se Deus ordenou algo, não há poder no universo que possa impedir sua execução. É como Balaão, que é contratado para amaldiçoar o povo de Deus. No entanto, Deus ordenou que Balaão abençoasse Seu povo e assim foi feito (Nm 24:12-13). O salmista conta com a salvação e proteção de Deus, pois conhece a Deus como sua “rocha” e sua “fortaleza”.

O salmista tem que lidar com alguém que é perverso, que é um malfeitor e que é um homem implacável (Sl 71:4). Esta é uma descrição do anticristo. Ele pede para ser resgatado das mãos daquela pessoa. Ele menciona isso duas vezes neste versículo. Isso significa que ele se sente nas mãos do maligno. Ao mesmo tempo, ele olha acima dele para Deus, que é capaz de resgatá-lo de suas mãos. O salmista aqui é um tipo do remanescente. Ele precisa de libertação porque está cercado por inimigos liderados pelo anticristo (Sl 71:4; Sl 71:10-11).

Salmos 71.5-7 Um prodígio. O poeta declara que a obra de Deus em sua vida o fez ser visto pelas pessoas como sinal especial, semelhante aos prodígios operados mediante Moisés e Arão no Egito (Êx 7.3; 11.9).

Salmos 71:5-9

A Ocasião da Oração

O salmista diz a Deus por que ele apela para Ele (Sl 71:5): Deus é a sua esperança. Sua esperança na aflição não está nas pessoas, mas em Deus. Ele O conhece desde a juventude como o “Senhor DEUS”, Adonai Yahweh. Desde a juventude, Deus tem sido sua confiança. Também conhecemos outros que depositaram sua confiança em Deus desde a juventude, como Josias (2Cr 34:3) e Timóteo (2Tm 3:14-15).

Quando o salmista diz que foi sustentado por Deus desde seu nascimento, literalmente “em ti tenho sido sustentado” (Sl 71:6), ele não está falando de si mesmo, mas o Espírito através dele está falando do Senhor Jesus. Somente o Senhor Jesus pode dizer que Ele foi sustentado por Deus desde o ventre da mãe. Apoiar-se em Deus é um ato. É algo que só pode fazer quem sabe que precisa desse apoio. Assim é com o Senhor Jesus, desde o momento em que Ele nasceu. Mostra a maravilha de Sua Pessoa. Ele é Deus e Homem ao mesmo tempo.

Ele também sabe que Deus o tirou do ventre de sua mãe. Isso significa que Ele conhece a Deus como Seu Ajudador desde Sua primeira existência como Homem, quando ainda estava no ventre de Sua mãe. Isso também é conhecido por todo ser humano que chegou à fé. Foi nesse momento que ele começou a contar com a ajuda de Deus. Toda pessoa temente a Deus reconhecerá que Deus a ajudou na vida desde o ventre. Esta é também a confissão de Israel restaurado no tempo do fim. Deus tem sido o Ajudador do povo desde o início de sua existência. Esta consciência do cuidado de Deus desde o início traz grande gratidão. Essa gratidão é constantemente expressa em louvor a Deus.

O remanescente terá esperança e obterá confiança dos exemplos nas Escrituras, como no início da nação eles colocaram sua confiança em Deus e não se envergonharam. Eles também sabem como Cristo sempre colocou Sua confiança em Deus. O nascimento de Isaque é um sinal maravilhoso, caracterizado pela fé e confiança de Abraão em Deus. O nascimento de Israel como um povo redimido da escravidão do Egito também é marcado por sinais maravilhosos.

Durante o curso de sua vida, o temente a Deus “tornou-se uma maravilha para muitos” (Sl 71:7). A palavra “maravilha” também pode ser traduzida como “maravilha”. É um sinal de Deus. Ataques foram feitos contra sua vida repetidas vezes, mas sem sucesso. Seus inimigos não tiveram sucesso em suas intenções. Cada salvação é uma maravilha. Também é um sinal. Este sinal é que ele está sob a proteção de Deus. Deus é o seu “refúgio forte”. Ele deve sua sobrevivência não à sua própria inteligência ou força, mas à proteção de seu Deus, de quem ele busca refúgio.

Da mesma forma, Israel é uma maravilha e um sinal. As pessoas ainda existem, apesar de todas as tentativas de erradicá-las. Eles devem isso não à sua força militar e táticas defensivas inteligentes, mas à proteção providencial de Deus. Todas as tentativas que ainda estão sendo feitas para exterminá-los falharão. A razão é que Deus escolheu este povo para ser Seu povo. O mundo inteiro verá quando o Senhor Jesus reinar ali. A existência deles significa que Deus está lá e está defendendo Seu povo. Desta forma, a nossa vida também pode ser um sinal, pode ter sentido para os que nos rodeiam, porque se vê que tudo devemos a Deus.

Agora o salmista chegou ao fim de sua vida. Ele diz a Deus que sua boca se encherá de louvor e glória o dia todo (Sl 71:8). Anteriormente (Salmos 71:6), ele disse que o cuidado de Deus por ele desde sua formação no ventre da mãe o faz louvar a Deus constantemente. Agora ele diz a Deus que fará isso o dia todo e não apenas com respeito a louvar a Deus, mas também a dar a conhecer a Sua glória.

A razão para isso é que ele envelheceu e sua força está falhando (Sl 71:9). Quando a força falha, a pessoa fica insegura em seus movimentos (Ec 12:5). Mas mesmo na velhice Deus é o mesmo (Is 46:4). O velho crente que continua a se lembrar disso pedirá a Deus para ajudá-lo todos os dias.

Não há melhor preparação para a velhice com sua força decrescente e sua crescente fraqueza do que buscar o Criador na juventude e pensar Nele na infância e no auge da vida (Ec 12:1). A velhice é uma nova fase da vida, mas na qual a vida edificada com Deus é edificada ainda mais. Experiências com Deus são adquiridas que não eram possíveis antes.

Salmos 71.8-11 O poeta emprega imagens familiares nos salmos de lamentação (Sl 13), como que para incentivar Deus a responder ao seu pedido. No tempo da velhice. O salmista tem confiado em Deus por toda a sua vida (v. 6); seria triste, então, ser desprezado pelo Senhor no final de sua existência (v. 18). Não só a vida e o conforto do salmista estariam em jogo, mas até mesmo a reputação de Deus. Se os inimigos chegassem à conclusão de que Deus o desamparou, a reputação do Senhor ficaria manchada perante o mundo.

Salmos 71.12, 13 Não te alongues de mim. Estas palavras evocam os termos do Salmo 22.1,19. Confundidos. A linguagem deste versículo é imprecatória (Sl 137); o poeta clama por justiça e vingança contra seus inimigos, que são também, na verdade, inimigos do Deus vivo (v. 24).

Salmos 71:10-13

Chamada para ajuda urgente

Com o passar dos anos, a força diminui, mas não a inimizade dos ímpios. O idoso temente a Deus encontra-se no meio de inimigos que falam dele e conspiram contra ele (Sl 71:10). Eles querem matá-lo. Não há paciência para esperar o dia da sua morte que, dada a sua idade, não tardará.

Eles veem a força minguante como um sinal de que Deus abandonou os tementes a Deus (Sl 71:11). Isso os faz sentir-se livres e até fortalecidos para persegui-lo e prendê-lo. Eles veem que ele está sozinho. Eles acreditam que não há ninguém que o defenda e o salve, nem Deus e certamente nem o homem.

Assim, no fim dos tempos, a parte incrédula do povo, liderada pelo anticristo, seu falso rei, perseguirá o remanescente crente sem temer a Deus para prendê-los e exterminá-los. Eles o farão sob a suposição de que Deus os abandonou. As circunstâncias também serão tais que realmente parecerá que Deus os abandonou.

O temente a Deus sente a pressão que seus inimigos estão exercendo sobre ele e clama a Deus para não se afastar dele (Sl 71:12). Ele precisa da proximidade de Deus agora que os inimigos o pressionam com tanta força. Ele conhece Deus como “meu Deus”, o Deus com quem ele tem um relacionamento pessoal, e pede a Ele que venha em seu auxílio em breve.

Para seus adversários, ele pede que Deus os faça envergonhados e consumidos (Sl 71:13). Eles procuram feri-lo. Portanto, ele pede que Deus os deixe cobertos de reprovação e desonra. A porção deles é em todos os sentidos o oposto do que ele espera de seu Deus para si mesmo. Isso não é egoísmo, mas uma compreensão adequada do que é mau aos olhos de Deus.

Salmos 71.14-16 Mas eu esperarei. O texto hebraico possui um pronome enfático que significa quanto a mim, emprestando determinação às palavras do poeta. O verbo hebreu traduzido por esperarei representa uma expectativa confiante de que Deus há de intervir e libertar (Sl 147.11).

Salmos 71:14-18

Esperando Continuamente em Deus

“Mas quanto a mim” é enfático (Sl 71:14). Isso significa que o propósito do coração do salmista é enfatizado. Com isso, ele diz que não importa o que aconteça, ele continuará apegado à fidelidade de Deus.

Essa também é a linguagem do remanescente crente no tempo da provação. É o momento em que a fé do remanescente emerge. As provas têm esse objetivo. Eles continuam esperando. Não importa quão severa seja a provação, sua confiança permanece em Deus. A fé se expressa poderosamente. Não importa o que aconteça, eles permanecerão continuamente esperançosos de que Deus os ajudará (cf. Sl 71:1-2) e que eles O louvarão ainda mais, literalmente “acrescentarão a todo o Seu louvor”. A fé já vê a salvação antes que ela seja um fato.

As experiências com Deus são baseadas na “justiça” de Deus (Sl 71:15). Deus não é aleatório e nem inconstante em enviar provações. Ele tem uma base justa para testar a fé dos Seus. Ele tem essa mesma base justa para o resultado do julgamento. Ele sempre age de acordo com Seu padrão, isto é, Sua palavra, Suas promessas e aqui Sua aliança.

Portanto, não há dúvida sobre a natureza e o resultado de um julgamento. Deus finalmente dá a salvação. As dimensões disso, a magnitude, tudo o que envolve a salvação, está muito além da compreensão de qualquer ser humano.

Aquilo com que o salmista pode chegar a Deus e com o que Deus se agrada em vê-lo vir para louvá-lo são “os feitos poderosos do Senhor DEUS” (Sl 71:16; cf. Dt 3:24; Sl 106:2). Esses feitos poderosos também estão conectados à Sua justiça. Cada ação poderosa é uma afirmação de Sua justiça. A estes o salmista “fará menção”. Apenas esses atos são dignos de menção e nenhum deles. Tudo o que um crente pode ter feito também aconteceu apenas pelo poder e graça que Deus deu.

Toda a vida do salmista, desde a juventude, foi uma sucessão de ser ensinado e formado por Deus e de proclamar Suas maravilhas (Sl 71:17). Ele o treinou “no caminho em que deve andar “ (Provérbios 22:6). Isso também se aplica claramente à história do povo de Deus. E não podemos dizer isso também em relação às nossas próprias vidas? Quanto mais velhos ficamos, mais material temos para proclamar os feitos maravilhosos de Deus. Toda a nossa história pessoal dá testemunho do ensinamento que o Senhor pacientemente nos deu.

O pedido para não deixá-lo, “mesmo quando [estiver] velho e de cabelos brancos”, mostra a consciência de que, mesmo na velhice, a assistência e a ajuda de Deus são indispensáveis (Sl 71,18; Is 46,4). Portanto, ele pede a Deus que não o abandone. Ele o faz também porque vê que a tarefa de sua vida ainda não terminou. Ele não está cansado da vida, mas vê outro desafio.

A vida sempre tem sentido, especialmente quando envelhecemos. Então podemos proclamar para a nova geração que vemos o poder de Deus. A “todos os que virão”, ou seja, a todas as gerações futuras, ele quer anunciar o poder de Deus. Este pode ser o desejo de todo ancião. Se somos crentes idosos, temos algo a transmitir em termos de experiências que tivemos do poder e da força de Deus?

Salmos 71.19, 20 O poeta fala das grandes coisas que Deus fez, pelas quais é digno de louvor. Fala também dos muitos males e angústias pelos quais passou como provações dadas por Deus e dos quais busca ser livrado. Abismos da terra é uma metáfora para o grande desânimo do salmista (Sl 40.2); ele se sente, de fato, no fundo do poço.

Salmos 71.21-23 O poema chega ao final com um voto de louvor confiante, na expectativa de que a oração do salmista receberá resposta. O poeta louva a Deus com harpa, mas também com os lábios. Ao mesmo tempo, louvores ao Deus vivo preenchem sua alma, o mais íntimo do seu ser.

Salmos 71.24 Envergonhados. O salmo fecha seu ciclo com a palavra envergonhado. O poeta, que começou por solicitar ao Senhor que impedisse sua vergonha (v. 1), termina declarando que os perversos é que foram envergonhados. O Senhor respondeu à prece; protegeu Seu servo fiel.

Salmos 71:19-24

A certeza da audiência

O salmista termina o salmo com uma ode à justiça de Deus (Sl 71:19). A justiça de Deus se manifesta de muitas maneiras, é manifestada quando Ele revela Sua ira contra os homens que suprimem a verdade pela injustiça (Rm 1:18), quando Ele salva e declara justo um pecador que crê (Rm 1:16), mas também em Seus caminhos governamentais com os crentes.

A justiça em questão aqui é aquela que o povo passou a conhecer, tanto no julgamento do pecado quanto no cumprimento das promessas de Deus ao Seu povo. A justiça de Deus alcança os céus, onde Deus habita (cf. Sl 36,5). Assim, a terra se une ao céu. Este é o resultado das “grandes coisas” que Ele fez por Seu povo em Sua justiça. Destes, eles estão profundamente impressionados. Eles expressam isso clamando em admiração a Deus: “Ó Deus, quem é como tu?” (cf. Êxodo 15:11; 2Sa 7:22; Sl 35:10; Is 40:18; Mq 7:18).

Eles passaram pela grande tribulação. Nele eles viram “muitos problemas e angústias” (Sl 71:20). Mas veja, eles não atribuem isso aos seus adversários, mas a Deus. Ele trouxe tudo sobre eles e os fez ver. Isso também determina o resultado ao mesmo tempo, porque Ele tem um propósito ao fazer isso. Ele quer dar-lhes a experiência da ressurreição. Eles não serão entregues à morte, Ele os ressuscitará e os fará subir das profundezas, das águas profundas da terra. É uma descrição poética da ressurreição da morte e da sepultura. A aceitação de Israel por Deus após a grande tribulação não é diferente de “vida dentre os mortos” (Rm 11:15; Os 6:2).

Após o reavivamento de Israel, o povo desfrutará de grande prestígio no mundo (Sl 71:21). A censura se transformou em admiração. Eles se tornaram a cabeça em vez da cauda (Dt 28:13). No entanto, o povo também precisa de consolo depois de tanta miséria e das duras provações em que passou. Quando eles saírem da grande tribulação, o próprio Deus enxugará as lágrimas de todos os rostos (Is 25:8; cf. Ap 7:17; Ap 21:4). Ele não apenas os confortará, mas os cercará com Seu conforto, Ele os confortará por todos os lados (Tradução de Darby). Eles estão no centro de Sua compaixão. Ele caminha ao redor deles, por assim dizer, para assegurar-lhes que Seu conforto é completo, sem negligenciar nada que precise de conforto.

“O inverno” da grande tribulação “passou... O tempo” do reino da paz “chegou para cantar” (Salmo 71:22; Filho 2:11-12). Instrumentos musicais acompanham o canto de louvores. A verdade de Deus – ou fidelidade, é a mesma palavra – é louvada. É a verdade do “meu Deus”, pois foi assim que eles superaram aquele momento difícil. Confirma a verdade de Sua promessa, que Ele cumpriu em Sua fidelidade. Por causa disso, eles também entraram na bênção do reino da paz. O remanescente cantará salmos sobre isso a Deus com a harpa.

O Deus a quem eles louvam e cuja fidelidade e verdade eles louvam é o Santo de Israel. Este título ocorre aqui pela primeira vez nos Salmos e mais duas vezes a seguir (Sl 78:41; Sl 89:18). É um título que o profeta Isaías gosta de usar. Em seu livro, ele o chama assim 25 vezes. Assim, o Israel restaurado O reconhece aqui. Ele é o Deus deles, o Santo. Ele provou isso ao longo de sua história, tanto em Seu julgamento sobre seus pecados quanto em sua redenção.

Além dos instrumentos musicais, ouvem-se também as palavras usadas pelo remanescente para gritar de alegria quando cantam louvores a Deus (Sl 71:23). Eles não apenas cantam sobre a redenção externa dos inimigos, mas também sobre a redenção de suas almas. Isso se aplica a nós em um grau ainda maior. Conosco não se trata de inimigos de carne e osso, mas da salvação da alma que já podemos desfrutar (1Pe 1:9-12).

Em última análise, o louvor é sobre a justiça de Deus (Sl 71:24). A justiça de Deus corre como um fio através deste salmo. O salmista usa a frase cinco vezes (Sl 71:2; Sl 71:15; Sl 71:16; Sl 71:19; Sl 71:24). O temente a Deus proferirá essa justiça com sua língua durante todo o dia. Ele pode cantar sobre isso porque aqueles que buscam sua dor foram julgados com justiça por Deus. Eles têm vergonha.

Eles foram incapazes de realizar suas más intenções por meio da proteção de Deus ao Seu divino. A intervenção de Deus em favor dos tementes a Deus os humilhou. Deus é o vencedor, não eles. Disso o temente a Deus tem certeza. Ele fala disso como se seus oponentes já tivessem sido envergonhados e humilhados.

Em vez de ele se envergonhar, pelo qual orou no início do salmo para que isso não acontecesse (Sl 71:1), eles se envergonharam. Isso é característico da fé que cresceu durante o salmo em uma expressão de certeza. Assim, o salmo, que começou com uma oração pela salvação, termina com uma chamada de vitória. A vitória toma forma no próximo salmo, o último do segundo livro de salmos. É um salmo real que descreve a glória do rei vindouro.

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